A prática do Jejum na perspectiva bíblica
Ao lado da Oração e da Esmola, o Jejum é uma das três Práticas Quaresmais.
Vejamos no que consiste o jejum, para que serve, como deve ser e qual o sentido de falar em jejum hoje:
Jejum, bem compreendido e vivido, muito nos ajuda no Itinerário Quaresmal em preparação à grande festa da Páscoa do Senhor!
A Igreja orienta para o jejum que consiste na abstenção de carne na Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.
Mas, fundamentada na Palavra Divina, ela nos pede muito mais.
Na Quarta-feira de Cinzas, lemos:
“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos, rasgai o coração e não as vossas vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; Ele é benigno é compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Joel 2,12-18).
Por sua vez, o Profeta Isaías nos diz claramente como deve ser o Jejum que agrada ao Senhor:
“Acaso o Jejum que prefiro não é outro – quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?
Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a sua carne. Então brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá.
Então invocarás o Senhor e Ele Te atenderá, pedirás socorro, e Ele dirá – Eis me aqui” (Is 58,6-9a).
O Profeta Isaías diz claramente que o Jejum praticado pelo povo de Deus não agradava ao Senhor, porque não vinha acompanhado de atitudes coerentes, pelo contrário, praticavam litígios, brigas, agressões, negociatas…
Jejum, Penitência e Oração não têm valor algum se não forem vivificados e acompanhados pelas obras de misericórdia.
Não agrada ao Senhor a prática do Jejum sem a prática da justiça. Logo, este Jejum não alcança o coração de Deus e não edifica a Paz!
O Jejum agradável ao Senhor consiste em libertar-se do egoísmo e prestar alívio e ajuda ao próximo; de modo que deve ser acompanhado sempre da prática da conversão e solidariedade.
Enquanto Jesus caminhava com os discípulos não era preciso o Jejum, pois Ele era o Esposo da humanidade. Após Sua morte e Ressurreição inaugura-se o tempo da Igreja... E, a necessidade do Jejum até que Ele venha!
É, portanto, tempo do nosso Jejum, na perspectiva dos Profetas Joel e Isaías. Jejum biblicamente vivido é garantia de que a vida corresponderá cada vez mais aos desígnios de Deus: com liberdade, dignidade, solidariedade, alegria, comunhão fraterna...
Jejum biblicamente vivido é garantia de nossa dignidade, a qual Deus tem alta estima, revelando Seu rosto, porque a perfeita imagem d'Ele nós somos!
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