terça-feira, 31 de dezembro de 2024

ORAÇÃO DO JUBILEU (2025)

 


ORAÇÃO DO JUBILEU (2025)

Pai que estás nos céus,

 que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,

e a chama de caridade

derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo

despertem em nós a bem-aventurada esperança

para a vinda do teu Reino.

 

A tua graça nos transforme

em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho

que fermentem a humanidade e o cosmos,

na espera confiante

dos novos céus e da nova terra,

quando, vencidas as potências do Mal,

se manifestar para sempre a tua glória.

 

A graça do Jubileu

reavive em nós, Peregrinos de Esperança,

o desejo dos bens celestes

e derrame sobre o mundo inteiro

a alegria e a paz

do nosso Redentor.

A ti, Deus bendito na eternidade,

louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém. (1)

 

(1) Papa Francisco

 

Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz

 

Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz
 
Sejamos enriquecido por um dos Sermões escrito pelo papa São Leão Magno (Séc. V) que nos apresenta o Natal do Senhor como o Natal da paz:
 
“O estado de infância, que o Filho de Deus assumiu sem considerá-la indigna de sua grandeza, foi-se desenvolvendo com a idade até chegar ao estado de homem perfeito e, tendo-se consumado o triunfo de sua paixão e ressurreição, todas as ações próprias do seu estado de aniquilamento que aceitou por nós tiveram o seu fim e pertencem ao passado.
 
Contudo, a festa de hoje renova para nós os primeiros instantes da vida sagrada de Jesus, nascido da Virgem Maria. E enquanto adoramos o nascimento de nosso Salvador, celebramos também o nosso nascimento.
 
Efetivamente, a geração de Cristo é a origem do povo cristão; o Natal da Cabeça é também o natal do Corpo. Embora cada um tenha sido chamado num momento determinado para fazer parte do povo do Senhor, e todos os filhos da Igreja sejam diversos na sucessão dos tempos, a totalidade dos fiéis, saída da fonte batismal, crucificada com Cristo na sua Paixão, ressuscitada na sua Ressurreição e colocada à direita do Pai na sua Ascensão, também nasceu com ele neste Natal.
 
Todo homem que, em qualquer parte do mundo, acredita e é regenerado em Cristo, liberta-se do vínculo do pecado original e, renascendo, torna-se um homem novo. Já não pertence à descendência de seu pai segundo a carne, mas à linhagem do Salvador, que se fez Filho do homem para que nós pudéssemos ser filhos de Deus.
 
Se Ele não tivesse descido até nós na humildade da natureza humana, ninguém poderia, por seus próprios méritos, chegar até Ele.
 
Por isso, a grandeza desse dom exige de nós uma reverência digna de seu valor. Pois, como nos ensina o santo Apóstolo, nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu (1Cor 2,12). O único modo de honrar dignamente o Senhor é oferecer-Lhe o que Eele mesmo nos deu.
 
Ora, no tesouro das liberalidades de Deus, que podemos encontrar de mais próprio para celebrar esta festa do que a paz, que o canto dos anjos anunciou em primeiro lugar no nascimento do Senhor?
 
É a paz que gera os filhos de Deus e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus os que ela separa do mundo.
 
Assim, aqueles que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13), ofereçam ao Pai a concórdia dos filhos que amam a paz, e todos os membros da família adotiva de Deus se encontrem naquele que é o Primogênito da nova criação, que não veio para fazer a sua vontade, mas a vontade daquele que o enviou. Pois a graça do Pai não adotou como herdeiros pessoas que vivem separadas pela discórdia ou oposição, mas unidas nos mesmos sentimentos e no mesmo amor. É preciso que tenham um coração unânime os que foram recriados segundo a mesma imagem.
 
O Natal do Senhor é o Natal da paz. Como diz o Apóstolo, Cristo é a nossa paz, ele que de dois povos fez um só (cf. Ef 2,14); judeus ou gentios, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai (Ef 2,18).” (1)
 
Oportuno retomar as palavras do Papa Francisco que nos exorta a promover a Cultura do Encontro, que se torna expressivo compromisso com a paz:
 
“A cultura do encontro constrói pontes e abre janelas para os valores e princípios sagrados que inspiram os outros. Derruba os muros que dividem as pessoas e as mantêm prisioneiras do preconceito, da exclusão ou da indiferença.” (2).
 
De fato, o Natal do Senhor é o Natal da Paz!
Tendo celebrado o Natal do Senhor, sejamos comprometidos com a cultura do encontro e da paz em todos os dias do ano novo a ser iniciado;
 
 
(1) Segunda Leitura do Ofício das Leituras – dia 31 de dezembro
(2) Papa Francisco à delegação de monges budistas de Taiwan  (16/03/23)
 

“Em tudo dai graças a Deus”

                                                          

“Em tudo dai graças a Deus”

 “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar.
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de
Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito”
(1Ts 5, 16-19)

Como Maria, Vossa serva, ó Deus, quero dizer: “Minha alma glorifica o Senhor e exulta meu espírito em Deus meu Salvador”.

Dou Graças, ó Deus, pelas maravilhas que realiza em minha vida, na vida do Vosso povo e de Vossa Igreja.

Graças por ser Bispo, pastor do rebanho, o homem da comunhão das Mesas: Mesa da Palavra, da Eucaristia e do cotidiano.

Dou graças, ó Deus, pelos que tiveram a graça de ser ordenados para o Ministério Diaconal, Presbiteral e Episcopal.

Dou graças pelos/as que se consagram à vida Religiosa, com os votos da pobreza, obediência e castidade.

Dou graças por aqueles que ouviram Vosso chamado e estão se preparando para o Sacramento da Ordem.

Dou graças, ó Deus, pela atuação evangelizadora de nossas comunidades, nutridas pela Espiritualidade Eucarística.

Dou graças por aqueles que estão no vasto e complicado mundo da política, da economia, da cultura, dos meios de comunicação, e em tantos âmbitos sal e luz.

Dou graças por aqueles que edificam e santificam suas famílias, a fim de que sejam santuários vivos de Deus.

Dou graças, ó Deus, pelos cantos que sobem aos céus, de perdão, de prece e de gratidão...

Dou graças, ó Deus, pelas crianças que nos comunicam a presença de Deus com sua pureza de alma.

Dou graças, ó Deus, pela alegria do reencontro com os que fazem parte de minha vida.

Dou graças, ó Deus, pela graça de podermos confessar nossos pecados pelo Sacramento da Penitência e possibilitar o encontro de nossa miséria com a Misericórdia Divina.

Dou graças por ser partícipe do Banquete da Eucaristia e poder oferecer ao povo de Deus a graça de se alimentar com o Pão da Imortalidade, Pão da vida Eterna, e iluminá-lo com a Luz da Palavra Divina.

Dou-Vos graças, ó Deus, por crer na Força da Páscoa, que nos leva a acolher da Divina Fonte, do próprio Jesus, a força na fraqueza, a glória na humilhação e a vida na morte.

Ainda há muito para Vos dar graças, ó bom Deus... Dou graças, enfim, pelas graças tantas que nem mesmo sou capaz de perceber. Obrigado, Senhor!

Amados pelo Senhor, construamos pontes

                                                     

Amados pelo Senhor, construamos pontes
 
Início de um dia:
O sol nascente brilha intensamente.
Eu, ao lado do Sol Nascente, Jesus.
 
Naquela manhã, caminhei com o Senhor pelas ruas e praças,
E vimos muros, cercas e grades que dividem, isolam e,
fragilmente, protegem.
Na mesma manhã, vimos pontes, que distâncias encurtam,
Por sobre rios, mares, vales, ou abismos ou mesmo o nada.
 
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
 
Os muros levantados, não apenas nas ruas e praças,
Mas também em muitas casas, distanciando os que nela vivem,
Mergulhados na tela de um celular, ou outro meio,
Como que ilhas que não se encontram, no mar do isolamento.
 
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
 
Vimos pontes sendo cuidadosamente restauradas,
Suas bases revigoradas, com a força da Palavra e da Oração,
No silêncio orante do recolhimento dos que na família vivem,
Na busca comum do Deus que fala e gera alegria e comunhão.
 
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
 
Vimos pontes construídas pelas comunidades solidárias,
Que a fé, corajosamente, professam para dar asas à esperança,
Inflamadas pelo fogo do Espírito, comprometidas com a fraternidade,
Com gestos de partilha, alegre doação e solidariedade.
 
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com a mesma intensidade.
 
Ao término do dia, perguntei ao Senhor o que Ele espera de nós,
Ao que respondeu: “Construam mais pontes e menos muros.
Foi para isto que na Cruz morri, para gerar um mundo novo,
Que nasce do amor vivido, da reconciliação, de uma nova humanidade".
 
E Ele, olhando em meus olhos, disse-me, com imensa ternura:
“Derruba muros, levanta pontes... “
Isto é o que espero de ti e de quem me segue.
Ao mundo ofereça a fragrância da simplicidade;
a limpidez de olhar para com todos que pelo caminho encontrares.
 
Tenha pureza de coração e sentimentos mais belos com quem convives.
Renasça em ti o melhor que tenho para te oferecer,
Se em mim confiares e a mim te entregares com amor sem medida,
Com renúncia de ti mesmo, tomando tua cruz e me seguindo.
 
Tão somente assim serás feliz, me amarás, porque antes te amei,
Construindo pontes que recriam e tornarão presente o Reino de meu Pai”.
 
O sol já está poente e não mais brilha intensamente.
Eu ao lado do Sol Nascente, Sol que jamais se põe;
que aquece e ilumina meus dias e noites, Jesus.
Fim de um dia. 


PS: Fonte de inspiração (Ef 2,12,18)

Igualdade, liberdade e justiça

                                             

 

Igualdade, liberdade e justiça

N’Ele e com Ele, todos os muros caem em ruínas para sempre,
E pontes que criam comunhão são edificadas,
Assim nos fala o Apóstolo aos Gálatas e a nós:
“Todos vós sois um só em Cristo Jesus”. (1)

N’Ele e com Ele, supera-se barreiras e todos os preconceitos,
que nos fazem iguais em dignidade e com sagrados direitos,
com inadiáveis compromissos com a fraternidade, pois
já não há judeu nem grego, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita. (2)
 
N’Ele e com Ele, alcançamos a autêntica liberdade,
Pois é para a liberdade que Ele nos libertou. (3)
Rompem-se todas as correntes que nos aprisionam:
Já não há mais escravos nem livres, somos iguais. (4)
 
N’Ele e com Ele, resgate da imagem e semelhança
Do homem e mulher, à imagem de Deus criados,
e não se escrevem mais linhas de machismos e feminicídios
ou quaisquer coisas semelhantes: já “não há homem e mulher”. (5)
 
“Todos vós sois um só em Cristo Jesus”, repetimos, (6)
Rompem-se nacionalismos radicais segregadores,
Bem como inviabiliza toda forma de dogmatismo,
Seja de expressão religiosa ou cultural.
 
Setembro e a primavera que se anuncia,
Que venha beleza e o exalar do perfume das flores
E neste ano, iluminados pela Carta de Paulo aos Gálatas,
Empenhos pela igualdade, liberdade e justiça, fortalecidos.*
 
 
 
 
(1)         Gl 3,28
(2)        Gl 3,26-28; Cl 3,11)
(3)        Gl 5,1
(4)        Gl 3,26-28
(5)        Gl 3,26-28
(6)        
Gl 3,28

* Escrito no início de setembro de 2021

Olhando pela janela...

                                                          

Olhando pela janela...

Vendo a vida com o olhar realista:
A vida em nossos dias é muito dura
para a maior parte da humanidade.
A concorrência é desumana e com ela a desigualdade social.
Segurança profissional existirá para alguém?

O relaxamento dos costumes cresce de maneira inquietadora,
os Sagrados princípios são violados.
O recrudescimento da ditadura do relativismo, 
a desconfiança reinante e de modo generalizado.

Aumenta assustadoramente a delinquência.
Os índices da mortalidade infantil ainda são deploráveis.
O sofrimento não poupa ninguém e a morte continua a ser o pavor de todos, 
porque ronda fazendo-nos sombra.

Pesa sobre a humanidade o perigo de guerras e da autodestruição, 
bem como a destruição do planeta (fala-se em agonia planetária).
Reina ainda na terra, deploravelmente, o estado da injustiça que clama vingança.

Os clamores do Terceiro Mundo bradam aos céus, 
famélicos ainda se multiplicam e com isto a morte ainda faz seus números assustadores.
Há outros sinais que vejo pela janela que me fazem chorar.

Experimentamos, às próprias custas, 
sem podermos nos esquivar e dizer que não temos culpa.

Ø Quais as consequências quando o pecado domina?
Ø Quem pode sentir-se em segurança?
Ø O que é possível fazer?

Meu olhar que é funesto e assustador ou a própria realidade que descrevo?
Não se apresse em conclusões precipitadas.
Não desista de procurar um novo olhar.
Não desistamos de construir pontes que nos aproximam,
e derrubar os muros que nos separam.

O desafio da fraternidade universal

                                                               


O desafio da fraternidade universal
 
Com a passagem da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 2,13-18), refletimos sobre a   missão dos discípulos, que são, por sua vez, continuadores da Missão do Senhor, unidos por amor, sem barreiras e divisões, porque estas foram superadas pela vida e missão do Senhor Jesus.
 
Da prisão, o Apóstolo Paulo escreve aos Efésios, e sua “Carta Circular” é enviada a várias Igrejas da Ásia Menor, através de Tíquico, o portador, por volta dos anos 58/60.
 
A Carta tem como tema central o que Paulo chama de Mistério do Projeto Divino para o Seu povo, desde a eternidade e o papel de Jesus Cristo neste Projeto: romper os muros que nos separam, formando um só povo.
 
Responder à proposta de Jesus é passar a integrar a comunidade dos santos, como homens novos, acolhendo e comunicando a salvação que se destina a todos.
 
É preciso edificar comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
 
Deste modo, será uma comunidade de irmãos e irmãs que se amam, quebrando as barreiras, vivendo na unidade e na fraternidade universal.
 
Reflitamos:
 
- Quais são os muros a serem destruídos dentro e fora da comunidade?
 
- Quais são as pontes que devemos construir para solidificar a unidade e a fraternidade universal?
 
- Nossa comunidade deixa-se transformar pela proposta amorosa de Deus?

É preciso construir comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
 
Oportuno que retomemos a Oração Sacerdotal de Jesus, que encontramos no Evangelho de São João (cf. Jo 17).
 
Oremos:
 
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis...”
 

Sementes ou pilares da casa da Paz

                                               


Sementes ou pilares da casa da Paz

Se quisermos a Paz é preciso plantá-la.

Se quisermos a paz é preciso no canteiro de nossas casas, bem no coração dos filhos, cultivá-las.

Isto acontece quando pais e mães procuram o Batismo para seus filhos para viverem em contínua adoração a Deus e compromisso inadiável com a paz que começa na família, deverão ser como que "Jardineiros de Deus"!

Os pais são os primeiros catequistas, mestres dos filhos; quer pela palavra, quer pelos exemplos, e serão seus “jardineiros” para sempre. 

Quão feliz é a criança que tem em seu coração estas quatro sementes plantadas, que, por sinal, como vemos são exatamente os “pilares” de que nos falava o Papa São João XXIII.

Deste modo, estes “pilares”, são como que sementes a serem plantadas no coração dos filhos: Amor, Verdade, Justiça, Liberdade.

Feliz a criança que contempla seus pais pautando sua vida e relacionamentos:

Pelo Amor que não permite o ódio, rancor, ressentimentos, violência…

Pela Verdade expressa na sinceridade dos atos e sentimentos, da fidelidade, da transparência, da partilha do que acontece.

Somente a Verdade liberta, mas como crerão na verdade se em sua casa houver infidelidade, traição, mentiras, enganos, máscaras?

Pela Justiça testemunhada na responsabilidade, na honestidade, no respeito, no não omitir-se diante do papel a cumprir, no zelo pelo bem e pela fraternidade universal;

Pela Liberdade nas sábias escolhas, na ausência de vícios e qualquer forma de dependência. Na sobriedade diante de tudo e de todos. Liberdade para dizer não àquilo que destrói a vida, sem medo de rótulos, de incompreensões…

Jamais faltem estas preciosas sementes a serem plantadas, assim como não faltem pais e mães jardineiros para esta bela missão de plantar e cuidar do jardim de Deus que começa no coração dos filhos!

Da mesma forma, não faltem filhos abertos e predispostos a acolher e fazer frutificar sementes que trarão frutos de Paz!

 

PS: A título de conhecimento, a imagem postada é da Casa de Nazaré.

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG