Mensagem do Santo Padre Francisco para
o 56º Dia Mundial Da Paz (síntese)
A mensagem tem
como título: – “Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir de
covid-19 para traçar sendas de paz”, e como inspiração bíblica, a
passagem da Carta de Paulo aos Tessalonicenses – “Quanto aos tempos e aos
momentos, irmãos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios
sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão” (1Ts
5, 1-2).
Em vários
parágrafos, apresenta a realidade atual: “trágicos
os acontecimentos da nossa existência sentindo-nos impelidos para o túnel
obscuro e difícil da injustiça e do sofrimento”:
“A Covid-19 precipitou-nos no coração da
noite, desestabilizando a nossa vida quotidiana, transtornando os nossos planos
e hábitos, subvertendo a aparente tranquilidade mesmo das sociedades mais
privilegiadas, gerando desorientação e sofrimento, causando a morte de tantos
irmãos e irmãs nossos.”.
Porém, somos
chamados a manter o coração aberto à esperança, confiando em Deus que Se faz
presente, nos acompanha com ternura, apoia os nossos esforços e, sobretudo,
orienta o nosso caminho:
“Passados três anos, é hora de pararmos um pouco para
nos interrogar, aprender, crescer e deixar transformar, como indivíduos e como
comunidade; um tempo privilegiado para nos prepararmos para o «Dia do Senhor».”
Diante de uma
crise nunca saímos iguais, ou se sai melhor ou pior. Portanto, é preciso nos
questionarmos, assim afirma o Papa, e apresenta três questões fundamentais:
- O que é que aprendemos com esta situação de
pandemia?
- Quais são os novos caminhos que deveremos
empreender para romper com as correntes dos nossos velhos hábitos, estarmos
melhor preparados, ousarmos à novidade?
Que sinais de vida e esperança, podemos individuar
para avançar e procurar tornar melhor o nosso mundo?
A maior lição que
tivemos: “a consciência de que todos
precisamos uns dos outros, que o nosso maior tesouro, ainda que o mais frágil,
é a fraternidade humana, fundada na filiação divina comum, e que ninguém pode
salvar-se sozinho.”
Deste modo, é
urgente buscar e promover, juntos, os valores universais que traçam o caminho
desta fraternidade humana.
Outro aprendizado:
“a confiança posta no progresso, na
tecnologia e nos efeitos da globalização não só foi excessiva, mas
transformou-se numa intoxicação individualista e idólatra, minando a desejada
garantia de justiça, concórdia e paz.”.
Brotou, também, a
“mais forte a consciência que convida a
todos, povos e nações, a colocar de novo no centro a palavra «juntos». Com
efeito, é juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz,
garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos... Só a paz
que nasce do amor fraterno e desinteressado nos pode ajudar a superar as crises
pessoais, sociais e mundiais.”.
Quando se pensava
ter sido superado o pior da pandemia de Covid-19, o Papa fala da terrível
desgraça que se abateu sobre a humanidade: o
“aparecimento doutro flagelo – uma nova guerra – comparável em parte à Covid-19
mas pilotado por opções humanas culpáveis. A guerra na Ucrânia ceifa vítimas
inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por
ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles
que, a milhares de quilômetros de distância, sofrem os seus efeitos colaterais:
basta pensar nos problemas do trigo e nos preços dos combustíveis.”
Diante deste
quadro, não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora
de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso
planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente
empenhado na busca de um bem que seja verdadeiramente comum, afirma o Papa.
Somos chamados a
enfrentar, com responsabilidade e compaixão, os desafios do nosso mundo,
repassando o tema da garantia da saúde pública para todos; promover ações de
paz para acabar com os conflitos e as guerras que continuam a gerar vítimas e
pobreza; cuidar de forma concertada da nossa casa comum e implementar medidas,
claras e eficazes, para fazer face às alterações climáticas; combater o vírus
das desigualdades e garantir o alimento e um trabalho digno para todos, apoiando
quantos não têm sequer um salário mínimo e passam por grandes dificuldades.
Fere-nos o escândalo dos povos famintos.
Também se faz
necessário desenvolver, com políticas adequadas, o acolhimento e a integração,
especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas
nossas sociedades.
Esta missão é de
todos nós, de todas as pessoas de boa vontade, com a esperança de que, no novo
ano, possamos caminhar juntos valorizando tudo o que a história nos pode
ensinar, exorta o Papa, acompanhado dos votos de todo bem aos Chefes de Estado
e de Governo, aos Responsáveis das Organizações Internacionais, aos líderes das
várias religiões.
Somos
todos artesãos de paz, na construção de um ano feliz, com a intercessão de
Maria Imaculada, Mãe de Jesus e Rainha da Paz.
PS: Desejando ler a
mensagem na integra, acesse:
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