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O encontro da mísera com a misericórdia
“Não
podia encontrar expressão mais bela e coerente do que esta, para fazer
compreender o mistério do amor de Deus quando vem ao encontro do pecador:
‘Ficaram apenas eles dois: a mísera
e a misericórdia’”.
(1) Carta Apostólica “Misericordia
et misera” – Papa Francisco por ocasião do encerramento do Ano Santo
da Misericórdia (2016), comentando a passagem do Evangelho sobre a adúltera
perdoada (Jo 8,1-11).
Misericórdia divina: um crédito de confiança
“Pela misericórdia, o passado do homem pecador não mais existe; ele pode recomeçar tudo. Pode alguém sentir-se chocado com este contínuo falar de misericórdia e de perdão...
Deus não fecha os olhos com complacente paternalismo, mas abre novo crédito de confiança a nossas responsabilidades e dá a garantia de vencer o mal com bem. Renova assim no pecador a alegria de viver.” (1)
(1) Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 222 - sobre a passagem do Livro de Miqueias (Mq7,14-15.18-20)
Reflexão apropriada para a passagem do Evangelho de João (Jo 8,1-11)
Resquiescat in pace - Descanse em paz!
O sol escondido sob as nuvens, dia sombrio,
como ficaram os dias sem você, desde quando partiu, e meus olhos nadam em
lágrimas vertentes.
Hoje, uma lembrança com misto de tristeza
suave e dilacerante me consome, e volto meus olhos para o passado, procurando
preencher o vácuo que você deixou, que por vezes parece impreenchível.
Não fosse a fé na ressurreição da carne,
ficaria apenas a sombra do túmulo, eterna sombra da morte; eterno descanso;
ocaso sem esperança; derradeira pulsação da vida, sem desabrochar na outra
margem.
Não fosse a fé na ressurreição da carne,
aquele momento supremo da vida, seria um eterno sábado; o véu da morte ficaria
para sempre posto, e não reconheceríamos os sinais do Ressuscitado, “os panos
dobrados e colocados à parte” desde aquela memorável madrugada (cf. Jo 20, 7).
Mas creio na ressurreição da carne, e a morte
é o descansar no regaço do Senhor; o dormir o sono da noite, sem horas após o
último suspiro e o cerrar dos olhos à luz; o sentimento do frio pelas asas da
morte a roçar a fronte.; o fugir dos últimos lampejos da vida.
RIP – Resquiescat in pace – Descanse em paz
amigo/a. Que o Senhor se compadeça de sua alma e o tenha para sempre em Sua
glória, até que um dia também faça a necessária e derradeira passagem e
viveremos o epílogo da eternidade e comunhão na glória dos céus, com os anjos e
santos. Assim creio. Assim espero. Amém.
Tenho que seguir em frente, lembrando com
carinho de cada momento que vivemos; cada sorriso compartilhado; cada lágrima
enxugada; cada dificuldade superada...
Descanse em paz! O brilho do Sol nascente vem
nos iluminar, até que um dia possamos nos encontrar.
Jesus,
a Misericórdia de Deus para com os pecadores
“O Evangelho é a revelação, em Jesus
Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores (Lc 15). O anjo assim o
disse a José: «Pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos
seus pecados» (Mt 1, 21), o mesmo se diga da Eucaristia, sacramento da
Redenção: «Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que vai ser derramado por
todos para a remissão dos pecados» (Mt 26, 28).” (1)
(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo
n. 1846
“Deus, que nos
criou sem nós...”
“«Deus, que nos criou sem nós, não quis salvar-nos sem nós» (Santo Agostinho).
O acolhimento da sua misericórdia exige de nós a confissão das nossas faltas.
«Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos, e a verdade não
está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar
os nossos pecados e para nos purificar de toda a maldade» (1 Jo 1,8-9)." (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1847
“Cremos
na Ressurreição da carne”
“Nós cremos e esperamos firmemente que,
tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre,
assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo
ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia (Jo 6,39-40). Tal como a
d'Ele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade:
«Se o Espírito d'Aquele que ressuscitou
Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de
entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito
que habita em vós» (cf. Rm 8, 11; 1 Ts 4,14; 1 Cor 6,14; 2 Cor 4,14; Fl 3,10-11).”
(1) Catecismo
da Igreja Católica – parágrafo 989
“O
Senhor é minha luz e Salvação”
“–1 O Senhor é minha
luz e salvação;
de quem eu terei medo?
– †O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?
–2 Quando avançam os malvados contra mim,
querendo devorar-me,
– são eles, inimigos e opressores,
que tropeçam e sucumbem.
–3 Se os inimigos se acamparem contra mim,
não temerá meu coração;
– se contra mim uma batalha estourar,
mesmo assim confiarei.
–4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
– habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
– saborear a suavidade do Senhor
e contemplá-Lo no seu templo.
–5 Pois um abrigo me dará sob o Seu teto
nos dias da desgraça;
– no interior de Sua tenda há de esconder-me
e proteger-me sobre a rocha.
–6 E agora minha fronte se levanta
em meio aos inimigos.
– Ofertarei um sacrifício de alegria,
no templo do Senhor.
– Cantarei salmos ao Senhor ao som da harpa
e hinos de louvor.
–7 Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
atendei por compaixão!
–8 Meu coração fala
convosco confiante,
e os meus olhos Vos procuram.
– Senhor, é Vossa face que eu procuro;
não me escondais a Vossa face! –
–9 Não afasteis em Vossa ira o Vosso servo,
sois Vós o meu auxílio!
– Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,
meu Deus e Salvador!
–10 Se meu pai e minha mãe me abandonarem,
o Senhor me acolherá!
–11 Ensinai-me, ó Senhor, Vossos caminhos
e mostrai-me a estrada certa!
– Por causa do inimigo, protegei-me,
12 não me entregueis a seus desejos!
– Porque falsas testemunhas se ergueram
e vomitam violência.
–13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
–14 Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!”
O Salmo 26(27) é a expressão da confiança em Deus no perigo,
convictos de que a morada de Deus está entre nós (Ap 21,3):
“A
certeza da proteção de Deus nos leva a enfrentar, sem medo qualquer situação.
Viver na presença de Deus e seguir Seus caminhos garante uma vida feliz” (1).
O salmista experimenta a presença de Deus nos perigos vividos,
assim como Nosso Senhor Jesus Cristo, que enfrentou situações adversas,
incompreensões e rejeição, culminando em Sua Paixão e morte – “Assim
como alguns se levantaram e testemunharam falsamente contra Jesus” (cf. Mc
14,57).
Depositemos em Deus toda a nossa confiança e esperança, como
peregrinos da esperança que somos, como nos lembra o Jubileu (2025), com seu
tema – Peregrinos da esperança, e com o lema – “A esperança não decepciona”
(cf. Rm 5,5).
(1)
Comentário da Bíblia – Edições CNBB – p.747
Jesus
e Sua conduta misericordiosa
“Jesus
escandalizou, sobretudo, por ter identificado a Sua conduta misericordiosa para
com os pecadores com a atitude do próprio Deus a respeito dos mesmos (Mt 9,13; Os
6,6).
Chegou,
até, a dar a entender que, sentando-Se à mesa dos pecadores (Lc 15,1-2), os admitia
no banquete messiânico (Lc 15,23-32). Mas foi muito particularmente ao perdoar
os pecados que Jesus colocou as autoridades religiosas de Israel perante um
dilema.
É que,
como essas autoridades justamente dizem, apavoradas, «só Deus pode perdoar os
pecados» (Mc 2, 7). Jesus ao perdoar os pecados, ou blasfema por ser um homem
que se faz igual a Deus (Jo 5,18; 10,33), ou diz a verdade e a Sua pessoa torna
então presente e revela o nome de Deus (Jo 17,6.26).” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 589