Dom Otacilio F. Lacerda
terça-feira, 7 de maio de 2024
Simplesmente mãe
Simplesmente mãe
Não
precisa ser mais do que simplesmente mãe,
E isto já
é tudo, por isto a Deus louvo e agradeço.
Com suas
fraquezas e dúvidas,
Quem não
as tem, ela desde sempre me ensinou.
Com suas
dores e angústias,
Que
também por situações diversas, chora a cântaros.
Que me
ensinou a contemplar
A beleza
dos campos e vales, com suas flores e frutos.
Que
também, noutras vezes,
Me
ensinou contemplar oásis, quando tudo parece deserto.
De notável
e humana sensibilidade,
Multiplica,
incansável, gestos de carinho e afetividade.
Pode
também ficar , e por que não,
Com
nervos à flor da pele, sem a perda do controle.
Conhece
como poucos,
Dos
filhos, os pontos fracos e o calcanhar de Aquiles.
Porque se
faz sempre presente,
Ainda que
no céu esteja, vive eternamente.
Uma obra sempre
inacabada,
Que pelas
mãos divinas, cada dia lapidada.
Doce
peregrina da esperança,
Que me
orienta e conduz, quando envolto nas névoas do erro.
Caminha
entre sombra e luz,
Suplicante
do Santo Espírito, para o carregar da cruz.
Ainda que
esmigalhada e cambaleante,
Refaz-se
na Mesa da Palavra e da Eucaristia, pés a caminho.
Simplesmente
mãe, porque me ensinou a amar a Mãe das Mães,
Maria,
Estrela de Nazaré, Mãe da Luz, Mater Dolorosa e da Glória. Amém.
Em poucas palavras...
Conduta clara, franca e serena
“A conduta clara, franca e serena dos verdadeiros discípulos do
Evangelho abre fendas de dúvida na indiferença de quem vive no ateísmo prático
e na superficialidade.
Exatamente por estas aberturas é que entra a fé, um só tempo
tranquilizadora e inquietante.” (1)
(1)
Comentário da passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 16,22-34) - Missal Cotidiano Editora Paulus - p.452
Não estamos sós!
E o medo se foi...
E o medo se foi...
Pedro, naquela
noite, o medo tomou conta de ti, e negaste três vezes que conhecias o Senhor,
ainda que com Ele convivesse e partilhasse memoráveis momentos.
Mas o medo não
conseguiu criar raízes para sempre em teu coração, como vemos depois ao pregares
nas sinagogas e em todos os lugares.
Foi a humana
experiência da qual não estamos imunes, e quem somos para te julgar; ao
contrário, contigo aprender, para que tenhamos a mesma coragem no discipulado.
Depois de
testemunhar a vida e presença do Ressuscitado, como nos falam as páginas dos
Evangelhos, e depois, na tríplice afirmação de amor ao Senhor, novas páginas...
Memoráveis
páginas que Lucas nos descreve nos Atos dos Apóstolos: abertura ao Espírito,
pregação da Palavra, coração pelo Senhor apaixonado e seduzido.
Pedro, incansável
foste: curas, libertação, pregação, conversões alcançadas. fidelidade plena à
missão pelo Senhor a ti confiada, pelo sangue derramado, vida sacrificada, no
martírio testemunhada.
Pedro, e o medo
se foi... Assim foi contigo. Que assimuma seja conosco, peregrinos da esperança de
um novo céu e nova terra, mesma fidelidade, testemunho viver.
Que nosso medo
se vá, e que a coragem que tiveste seja para nós um farol a iluminar nossas
travessias, por vezes, tomadas pela escuridão de nossas fragilidades e
debilidades.
Possamos nós,
também, dizer ao Senhor ontem, hoje e sempre: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes
que eu Te amo”, e dos lábios do Senhor ouçamos: “Apascenta as minhas ovelhas”
(cf. Jo 21,15-19). Amém.
Peregrinos da esperança: coração ardente, pés a caminho”
“Peregrinos da esperança: coração ardente, pés a caminho”
“Ainda que a figueira não floresça,
nem a vinha dê seus frutos,
a oliveira não dê mais o seu azeite,
nem os campos, a comida
mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos
e o gado nos currais:
mesmo assim, eu me alegro no Senhor,
exulto em Deus, meu Salvador!” (1)
Ainda que a cruz de tantos nomes pese sobre meus ombros,
Tenho que seguir adiante, pois não posso jamais desistir,
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que as mudanças tantas do mundo não as veja acontecer,
Tenho que persistir, contemplando os pequenos sinais do Reino,
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que as ondas do mar pareçam forças absolutas possuir,
O barco agitado, o medo na travessia a fazer, n’Ele, Jesus,
confiar.
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que as montanhas e vales a subir e caminhar,
Na busca de objetivos que pareçam jamais poder alcançar,
seguir...
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que a luz do sol pareça não mais no céu irradiar,
Porque o caminho se fez mais escuro em pleno dia, pelas
inquietações,
peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que não encontre respostas para os mistérios cotidianos,
Nas asas do Espírito, na busca das coisas do alto, onde habita
Deus,
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ainda que as forças pareçam eternamente exauridas,
Do Pão da Palavra e da Eucaristia, nutrir-se e seguir...
Porque peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho.
Ontem, hoje e sempre.
Como os discípulos de Emaús, (2)
Peregrino da esperança, coração ardente, pés a caminho. Amém. Aleluia!
(1) cf. Hb 3,17-18
(2) cf. Lc 24,13-35
Iluminados pelos Prefácios da Páscoa
Iluminados pelos Prefácios da Páscoa
O Prefácio da Páscoa I: “O Mistério Pascal”:
“...Na verdade, é digno e justo, é nosso dever e salvação proclamar vossa glória, ó Pai, em todo tempo, mas com maior júbilo, louvar-Vos nesta noite (neste dia ou neste tempo) em que Cristo, porque Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.
É ele o verdadeiro Cordeiro, que tirou o pecado do mundo; morrendo, destruiu a nossa morte e, ressurgindo, restaurou a vida. Por isto, transbordando de alegria pascal, exulta a criação por toda a terra; também as Virtudes celestes e as Potestades angélicas proclamam um hino à vossa glória, cantando (dizendo) a uma só voz:...”
O Prefácio da Páscoa II: “A vida nova em Cristo”:
“...Por ele os filhos da luz nascem para a vida eterna e para os vossos fiéis abrem-se as portas do reino dos céus. Nossa morte foi redimida pela sua e na sua ressurreição ressurgiu a vida para todos....”
O Prefácio da Páscoa III: “O Cristo vivo, nosso intercessor”:
“... Ele continua a oferecer-se por nós, e junto de vós é nosso eterno defensor. Imolado, já não morre; e, morto, agora vive eternamente...”
O Prefácio da Páscoa IV: “A restauração do Universo pelo Mistério Pascal”:
“... Pois, destruído o que era velho, toda a criação decaída é renovada e em Cristo nos foi recuperada a integridade da vida....”
O Prefácio da Páscoa V: “O Cristo, sacerdote e vítima”:
“...Pela oblação de seu corpo pregado na cruz levou à plenitude os sacrifícios antigos e, entregando-se a vós para a salvação, revelou-se, ao mesmo tempo, sacerdote, altar e cordeiro...”.
São riquíssimos os Prefácios, que muito podem enriquecer nossa espiritualidade, trilhando o itinerário Pascal. Aleluia!