quarta-feira, 18 de junho de 2025

Em poucas palavras... (Corpus Christi)

                                                        


“Os milagres da multiplicação dos pães...”

“Os milagres da multiplicação dos pães, quando o Senhor disse a bênção, partiu e distribuiu os pães pelos seus discípulos para alimentar a multidão, prefiguram a superabundância deste pão único da sua Eucaristia (Mt 14,13-21; 15,32-39).

O sinal da água transformada em vinho em Caná (Jo 2,1-11) já anuncia a «Hora» da glorificação de Jesus. E manifesta o cumprimento do banquete das núpcias no Reino do Pai, onde os fiéis beberão do vinho novo (Mc 14,25) tornado Sangue de Cristo”.(1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1335

Apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 8,1-10; 6, 30-34; Lc 9,10-17; Jo 6,1-6)

O milagre do amor e da partilha (Corpus Christi)

                              

O milagre do amor e da partilha

Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 15,29-37), vemos Jesus curando os enfermos e fazendo o sinal da multiplicação dos pães.

Oremos:

Cristo Jesus, contemplamos na multiplicação dos pães a representação e o pré-anúncio do Vosso Banquete Eucarístico, mais tarde celebrados com Seus Apóstolos, e por nós para sempre até que volteis gloriosamente.

Cristo Jesus, neste Vosso Banquete tiveram lugar, principalmente, os pobres, doentes, desamparados, humildes e todos aqueles que ajudam os necessitados, com gestos de amor, partilha e solidariedade.

Cristo Jesus, também queremos dele participar, procurando a Vós com humildade, conscientes de nossa miséria, e acolhidos pela Vossa infinita misericórdia, que nos convida e nos acolhe, não pelos nosso méritos.

Cristo Jesus, por Vós somos curados, de modo especial através dos Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, principalmente, na mais estreita e desejada relação e interação.

Cristo Jesus, com poucos pães e poucos peixes, Vos revelastes como nossa divina fonte de vida e Salvação, no sinal do amor, partilha e comunhão.

Cristo Jesus, que a oferta de nossas ações, sofrimentos e alegrias, e de nosso trabalho, se tornem para nós matéria por Vós assumida e eucaristizada, como parte integrante do Vosso Divino Sacrifício Redentor.

Cristo Jesus, convosco, neste sinal, aprendemos a recolher os fragmentos, cuidando das minúcias, dos pormenores, com atenção às pequenas coisas, as únicas que podemos oferecer para que nada a ninguém venha a faltar.

Cristo Jesus, seja também para nós uma advertência à nossa civilização de abundância e do consumo de poucos e a fome e a miséria de muitos, para um mais generoso desinteresse no uso dos bens, de modo que ninguém fique excluído do essencial para uma vida digna e feliz.

Cristo Jesus, que partícipes do Vosso Banquete, aprendamos com a mais bela lição que nos destes neste sinal, o mesmo a fazer, em alegre e generosa doação de tudo que temos e somos, de modo especial aos que nada possuem. Amém.



Fonte de Inspiração: Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.21.

Apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 8,1-10; Lc 9,11b-17)

Súplica ao Bom Jesus, manso e humilde de coração (Corpus Christi)

                                 


Súplica ao Bom Jesus, manso e humilde de coração

Senhor Jesus Cristo, Pão de Vida eterna, Vós nos convidais a todos para a Ceia, onde recebemos Vosso Corpo e Sangue, a fim de que tenhamos vida plena e definitiva, tornai autêntica nossa participação.

Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, Vós que nos mandastes celebrar a Ceia Eucarística em Vossa Memória, fortalecei a Vossa amada Igreja com a frutuosa celebração de Vossos Mistérios.

Senhor Jesus Cristo, Sacerdote único do Deus Altíssimo, que confiastes aos Sacerdotes a oferenda da Eucaristia, fazei que, a serviço da Igreja, pela graça do Sacramento da Ordem, eles realizem em suas vidas o que celebram no Sacramento.

Senhor Jesus Cristo, maná descido do céu, que reunis num só Corpo todos os que participam do mesmo Pão e do mesmo Cálice, conservai na paz e na concórdia aqueles que creem em Vós.

Senhor Jesus Cristo, médico celeste, que no Pão da vida nos ofereceis o remédio da imortalidade e o penhor da Ressurreição, concedei saúde aos doentes e perdão aos pecadores que somos, tão necessitados de Vossa divina misericórdia!

Senhor Jesus Cristo, Rei da eterna glória, que nos mandastes celebrar a Eucaristia para anunciar a Vossa morte até à Vossa vinda no fim dos tempos, tornai participantes da Vossa Ressurreição, todos os que morreram no Vosso amor. Amém.

 

 

PS: Livre adaptação das súplicas das Laudes da Solenidade de Corpus Christi

 

Oração dos sentidos (Corpus Christi)

                                                          


Oração dos sentidos

A passagem do Evangelho de Mateus (Mt 14, 13-21) nos apresenta um sinal realizado por Jesus: a primeira multiplicação dos cinco pães e dois peixes.

Sejamos enriquecidos pelo comentário do Pe. Françoá Costa sobre este sinal:

“Podemos e devemos colocar à disposição dos Projetos de Deus para este mundo os cinco pães e dois peixes que temos, a começar pelos nossos cinco sentidos funcionando sob o impulso das faculdades superiores: inteligência e vontade.

A visão, o tato, o paladar, a audição e o olfato (cinco pães) quando governados e auxiliados pela inteligência e a vontade (dois peixes) são “matéria” para que Deus realize verdadeiras obras da graça, algumas das quais só saberemos na eternidade.

O importante é andar pelo mundo fazendo o bem. Fazendo o que está da nossa parte nem nos preocuparemos muito pelas estatísticas, teremos como único empenho realizar aquilo que Deus nos pede a cada momento...”

Nas mãos de Deus, coloquemos nossos sentidos, e supliquemos ao Senhor que os coloquemos a serviço do Reino, com a convicção de que tudo que partilhamos se multiplica, porque acompanhado com o fermento do amor, que leveda o mundo novo.

Senhor, que vejamos cristãmente, com Vossos olhos: Um olhar de ternura, bondade, misericórdia, esperança, reencantamento pela vida, que se manifesta na compaixão e solidariedade para com aqueles que se sentem encurvados pelo fardo do cotidiano. Vós tendes o fardo leve e jugo suave, e por isto nos dissestes: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados...”.

Senhor, que saibamos cuidar do sentido do paladar para o cultivo do bom gosto, para aprendermos a saborear as delícias que nos ofereceis todos os dias, de modo especialíssimo e supremo, o Pão da Eucaristia, Vinho Novo de Eternidade. Não só nos ensine a saborear Vossas delícias, mas que também tenhamos a alegria e o compromisso de oferecer ao outro uma Palavra de Luz e Vida que possa também ser saboreada, tornando-se alimento na travessia que todos fazemos, até o encontro convosco na outra margem da eternidade.

Senhor, que nossos ouvidos sejam sempre atentos para escutar Vossa voz, que nos convida a um encontro pessoal que se renova a cada instante. Que também nossos ouvidos, em perfeita sintonia convosco, jamais se fechem aos clamores que sobem aos céus suplicando amor e solidariedade, e que se fechem a tantas vozes e cantos das sereias que nos afastem de Vós e de Vosso Plano de Amor, e nos levem ao individualismo, intimismo e autossuficiência.

Senhor, que nosso olfato nos dê a prudência e discernimento para nos afastarmos de tudo aquilo que não cheire bem, porque acompanhado do odor que o pecado exala no mais profundo de nossa alma e coração. Que saibamos sentir o odor do Vosso Amor em permanente presença, e que assim também possamos exalar Vosso suave aroma pelo mundo, por todos os lugares que passemos; a todas as pessoas com quem convivemos.

Senhor, que nosso sentido do tato nos dê a sensibilidade para nos deixarmos tocar por Vossa presença, que nos envolve em terno abraço, e que tenhamos coragem de tocar nas feridas de tantos quantos a nós acorrem, suplicando um pouco de carinho e atenção, estabelecendo uma relação de amor e respeito, edificação e santificação.

Senhor, aguçai nossa inteligência para que, como os pobres e simples, nos abramos à Vossa sabedoria a eles revelada, e, assim como eles, também ouçamos de Vossos lábios louvores a Deus – Eu Te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, por que escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25)

Enfim, Senhor, que a nossa vontade seja sempre a Vossa vontade, somente assim, felizes seremos, pois sem Vós nada temos, nada podemos e nada somos, e tão somente assim poderemos não apenas rezar a Oração que nos ensinastes, mas vivê-la como o mais belo Projeto de Amor, porque Projeto Divino a ser realizado pela nossa frágil humanidade, quando os dons, com amor e alegria são partilhados, por Vós multiplicados. Amém!

Rezando com a matemática

                                          

Rezando com a matemática

Um discípulo voltava de suas aulas matinais com a fome própria de um jovem, mas inquieto até que pudesse fazer uma pergunta ao mestre: “Como falar de Deus a partir das operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão)?”

O mestre propôs um itinerário que deveria ser percorrido ao final de quatro tardes, para melhor proveito e assimilação. Outros discípulos também manifestaram desejo de acompanhar este caminhar vespertino. E assim aconteceu em quatro pores do sol.

Por volta das dezessete horas, mestre e discípulos saíram e,  pouco a pouco, o aprendizado da primeira operação: adição. Talvez porque seja de mais fácil aprendizado, mas tão bela e indispensável quanto as demais.

Primeira tarde: como falar de Deus a partir da adição?
Olhando para uma floresta encantadora pela diversidade de árvores, plantas, pequenos animais silvestres, entraram pela trilha adentro. Em determinado momento, o mestre disse: “assim é a floresta, não composta apenas de uma árvore ou espécie animal, isoladamente, mas a soma de todos eles, numa perfeita harmonia.

Assim fez Deus ao criar ao mundo: na soma das parcelas, das unidades, das diferenças, a totalidade de Sua obra. A folha que se soma a outra, forma a copa da árvore; o pequeno animal que soma ao outro, a fauna, e assim, o ecossistema é garantido”.

Pouco mais adiante, uma encantadora cachoeira. O mestre apontou para a mesma e disse: “vejam a água que cai abundantemente e encanta nossos olhos. Nada veríamos se cada gota não se somasse à outra, em gotas incontáveis que formam este pequeno lago, no qual agora vamos molhar nossos pés, porque hoje está frio, mas se verão fosse...”

Voltando à última palavra do mestre sobre a operação em questão: assim é a convivência entre nós. Quando estamos juntos, em ajuda mútua, somando nossos esforços, tudo fica mais fácil, menos tempo consumimos no alcance de objetivos traçados. Somemos sonhos, esperanças, forças, dons e o que de melhor Deus possa em nós ter colocado. Juntemos nossas histórias como parcelas de uma grande somatória, que possa ser a escrita de uma bela história a ser lembrada e contada com o deleite de quem soube somar, ousar, buscar, sonhar...

Segunda tarde: como falar de Deus a partir da subtração?
Durante o dia, os discípulos retomavam o que ouviram na véspera, e ansiavam a segunda tarde e a operação da subtração.

O mestre levou-os a um ateliê, onde um artista esculpia a estátua de um notável da cidade, para ser colocada no centro da praça que tinha seu nome, como reconhecimento e homenagem.

Cinzel e martelo em mãos, lentamente o escultor ia tirando partes da grande pedra. Ainda na metade do trabalho. O mestre observou: “vejam como ele vai tirando pedacinhos milimetricamente. Vai subtraindo com absoluto cuidado, até que a peça ganhe forma, beleza e expressão dos traços de quem se queria representar. Sem que a grande pedra se submetesse à subtração, jamais a obra poderia ser completada.

Assim também somos nós, a cada dia, precisamos ter a coragem de subtrair, da mente e do coração, o que não nos permite ser quem de fato somos; de nos tornarmos uma obra de arte em permanente acabamento, para que imagem de Deus o sejamos.

Temos que subtrair sentimentos que não edifiquem; manias e caprichos que destroem relacionamentos e crescimentos humanos, afetivos, psicológicos, espirituais, intelectuais, e quanto mais se possa dizer.

Os bens que possuímos também não podem nos cegar. O desapego e o desprendimento de coisas materiais são operações de subtração que nos aproximam mais de Deus”.

Ao voltar, o jardineiro ainda cuidava do jardim, podando corretamente as flores, no tempo e na medida. O mestre parou e o apontou aos discípulos dizendo: “Estão vendo o jardineiro podando a roseira? Sem estes cortes, podas, subtrações de galhos não haverá rosas, e não havendo rosas, não haverá beleza para nosso olhar e odor exalado para nossos sentidos, e tão pouco para expressão de amor entre amados e amantes, pais e filhos e tantos outros que veem na troca de flores uma expressão de carinho, respeito, reconhecimento e afeto.”

Um discípulo indagou: “Mas que Deus tem a ver com isto?” Mal formulada a pergunta, o mestre lembrou a passagem do Evangelho sobre a videira (Jo 15, 1-17), com a qual Jesus Cristo Se identifica, e lhes falou das podas necessárias, como dolorosas subtrações para que a videira dê seus frutos: “assim é a nossa vida: também feita de subtrações, de perdas que se tornam ganhos. De podas doloridas que, se relidas a partir da fé, são certeza de um novo florescer e frutificar”.

Voltaram para casa, todos recolhidos em profundo silêncio. Talvez lembrando o som do martelo do escultor, o barulho da tesoura do jardineiro, as perdas que cada um de nós temos que passar para que se tornem ganhos. Talvez, ainda, da subtração da própria vida, como Jesus o fez: subtraídas Sua beleza e todas Suas forças na Cruz, expirou. Morrendo, Ressuscitou!

Terceira tarde: como falar de Deus a partir da multiplicação?
Aonde levaria os discípulos para lhes falar da multiplicação? Primeiramente, passaram numa pequena Igreja local, no momento em que terminava um retiro espiritual. O mestre se dirigindo ao coordenador do mesmo, perguntou como fora o lanche e o almoço daquele dia.

A resposta foi a mesma que muitas vezes vimos acontecer: estavam todos felizes com o dia de oração, e ninguém com fome, porque o almoço foi comunitário; todos colocaram em comum o que levaram. Todos comeram e ainda sobrou. Aliás, enquanto conversavam, rapidamente, uma mesa foi preparada com os alimentos que sobraram. Os discípulos e todos puderam fazer um lanche para seguir adiante.

O mestre caminhando para o retorno, enfatizou: “quando se multiplica o que temos, sempre sobra. Quando retemos o que temos sempre nos falta e sempre insatisfeitos ficamos. Assim fez Jesus naquele dia num lugar deserto, em que um menino tinha cinco pães e dois peixes e Ele fez o sinal da multiplicação, e todos comeram e ficaram saciados. Foi a mais bela lição da multiplicação que possuímos para que ninguém morra de fome, pois a Sua Palavra tem poder e é garantia de êxito: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’.

Assim acontece em cada Eucaristia que celebramos: aprendemos que ninguém pode viver isoladamente, para si, pois assim empobreceria o seu viver e jamais saberia o gosto da saciedade e da felicidade. Somente sabe a beleza e o gosto da alegria quem sabe multiplicar os dons e talentos que o Senhor nos confiou, e nunca dizer que nada tem para oferecer; que nada pode fazer”.

O discípulo completou: “aprendamos que, com Deus, o que temos, ainda que pouco, com amor partilhado, é multiplicado e ainda haverá sobra, jamais desperdício. Que se recolha o que sobrou, para que ninguém fique privado do melhor que Deus tem à humanidade oferecer”.

Não puderam ir a mais lugar algum, a não ser o propósito de relerem na oração da noite, a passagem que o mestre se referira: Jo 6,1-21.

Quarta tarde: como falar de Deus a partir da divisão?
Naquela última tarde, o mestre levou-os a uma casa muito simples. Uma família sentada ao redor da mesa (as famílias precisam voltar a se encontrar ao redor da mesma para a refeição tanto quanto possível).

Mas a casa era tão pequena, como haveria de colocar todos lá dentro? Fizeram uma escolha entre eles de quem acompanharia o mestre e este descreveria os fatos lá vistos e sentidos.

Assim se fez. O discípulo lhes contou, ao retornarem, que, antes de comerem, o pai fez uma oração breve, agradecendo a Deus a comida servida, como bênção divina concedida. Pediu que Deus abençoasse aquele alimento, e que ele jamais faltasse na mesa de tantas outras famílias. Como a família era de poucos recursos econômicos, não tinha tanta comida na panela, como se previra, disse o discípulo:

“Chamou-me a atenção que a mãe serviu dividindo igualmente a quantidade de comida em cada prato. Todos comeram. Em seguida a mãe trouxe algumas frutas colhidas no quintal, dividiu entre todos, e disse: ‘Leve para os amigos de vocês estas frutas. Ficaremos felizes se levarem’”.

O mestre assim completou: “Quando aprendemos dividir o que temos nada nos falta. Quando a mesquinhez, ambição desmedida toma conta de nós, tornamo-nos insatisfeitos, consumistas, insaciáveis.

De fato somente o pão que partilhamos sacia nossa fome; somente a água que partilhamos sacia nossa sede; somente a roupa que partilhamos nos veste e nos protege do frio; somente a lágrima que secamos, faz secar as que em nós também vertem; somente os sonhos que ressuscitamos afastam de nós pesadelos; somente a poesia e o canto que exalta a beleza da vida divulgamos, devolve a poesia e encanto a viva que temos... somente...”

E assim, mestre e discípulos continuaram: “somente...”.
Quase chegando em sua casa, completou o mestre: “Assim aconteceu com Jesus Ressuscitado,  que no partir do Pão, na casa de Cléofas e o outro discípulo, os discípulos de Emaús (Lc 24,13-34), que somente Se tornou reconhecido no partir do pão.

Assim acontece com o Pão partilhado no Banquete da Eucaristia: reconhecemos a presença de Jesus, vivo e presente no Pão Consagrado e na Mesa: dividido, partilhado, comungado. Ele que pouco antes faz arder nosso coração quando a Palavra é proclamada”.

Quinta tarde:
Houve quinta tarde?
Mas não são quatro as operações fundamentais da matemática?
Então...
A quinta tarde acontece se quisermos.
A quinta tarde acontece se nos propusermos.

Que a quinta tarde sejam todas as tardes que virão depois, como tardes que não se repetem e que têm sua beleza própria. Em cada tarde, voltemos às quatro tardes e retomemos as operações da matemática em nossa vida.

Há tardes que nos levam a meditar sobre outras:
- Aquela tarde que nos falou o salmista – “Se à tarde nos vem o pranto visitar, a alegria pela manhã nos vem saudar” ( Sl 29, 6).

- Aquela tarde da Paixão – da morte do Senhor, que mudou a nossa vida. Aquela tarde em que o Amor foi crucificado, para que Ressuscitasse na madrugada da Ressurreição: porque o Amor é eterno, e com Amor eterno Deus nos amou.

- Aquela tarde em que Jesus caminhou com os discípulos de Emaús explicando-lhes as escrituras e, por fim, ouvindo dos mesmos – “Fica conosco Senhor”.

Rezar a partir da matemática é possível. Quando assim acontecer nos tornaremos mais humanos, fraternos, expressões vivas da misericórdia e ternuras divinas, e misericordiosos como o Pai, que não Se cansa de fazer todas as operações para que vida plena e feliz todos tenhamos, o seremos. 


PS: apropriado para a reflexão da passagem de Marcos (Mc 8,1-10; Jo 6,1-15; Lc 9,11b_17)

Corpus Christi: “Corpo de Cristo… Corpo nosso” (Corpus Christi)

 


Corpus Christi: “Corpo de Cristo… Corpo nosso”

 

“Enquanto comiam, Ele tomou um pão, abençoou, partiu-o e lhes deu, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo. 

Depois tomou um cálice, rendeu graças, deu a eles, e todos dele beberam. E disse-lhes: ‘Isto é o meu Sangue, o Sangue da Aliança, que é derramado em favor de  muitos”.  (Mc 14,22-24)

Com a Celebração da Festa do Corpo e Sangue do Senhor (Corpus Christi), celebramos a Sua real presença no Santíssimo Sacramento, e caminhamos em procissão pelas ruas, com coração exultante e cheio de alegria por Sua divina companhia.

Ressaltamos que em cada Eucaristia que celebramos, temos a graça deste encontro tão necessário, encontro divinal com Jesus, presente na Eucaristia, em oferenda agradável ao Pai, e com o Espírito que sobre ela invocamos.

Nela, ouvimos a iluminadora proclamação da Palavra Divina, somos nutridos e fortalecidos pelo Pão da Eucaristia partilhado, para que a prática da caridade seja no cotidiano testemunhada.

Temos também a graça de nossos pecados serem destruídos, nossas virtudes crescerem e nossa alma ser enriquecida de todos os dons como nos falou o Presbítero e Doutor Santo Tomás de Aquino (séc. XIII).

Concluindo, rezemos a Oração de José María Olaizola (SJ), contemplando a presença do Senhor na Eucaristia, no Pão e Vinho Transubstanciados:

 “Olhos inquietos por verem tudo.

Ouvidos atentos aos lamentos, aos gritos, aos chamados.

Língua disposta a falar verdade, paixão, justiça…

Cabeça que pensa, para encontrar respostas e

adivinhar caminhos, para romper noites com brilhos novos.


Mãos gastas de tanto servir, de tanto abraçar, de tanto

acolher, de tanto repartir pão, promessa e lar.

Entranhas de misericórdia para chorar as vidas

golpeadas e celebrar as alegrias.

Os pés em marcha em direção a terras abertas

e a lugares de encontro.

Cicatrizes que falam de lutas, de feridas,

de entregas, de Amor, de Ressurreição.

Corpo de Cristo… Corpo nosso”. (1)


“Graças e louvores se deem a todo momento. Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento. Glória ao Pai...”

 

(1) José Maria Olaizola, SJ

 

Supliquemos: Luz, Palavra, Pão e o Espírito (Corpus Christi)

                                                  

Supliquemos: Luz, Palavra, Pão e o Espírito

Ó Deus, Pai de Misericórdia, pelo Vosso Filho Jesus e Senhor nosso,
Que convosco vive e reina, na mais perfeita comunhão de vida e amor,
Hoje e sempre, a Vós, os joelhos dobramos, as mãos elevamos e suplicamos:

Concedei-nos, pelo Vosso Filho Ressuscitado, a Luz da vida,
Sobretudo, quando vivemos momentos sombrios e difíceis.
Vós que pela coluna de fogo iluminastes Vosso Povo no deserto.

Concedei-nos, pelo Vosso Filho Ressuscitado, a Palavra de vida,
Sobretudo, quando vemos sinais de morte e a própria bem perto de nós,
Vós que pela voz de Moisés ensinastes o Vosso povo no monte Sinai.

Concedei-nos pelo Vosso Filho Ressuscitado o Pão da Vida,
Sobretudo, quando estamos famintos de alegria, amor e paz.
Vós que com o maná alimentastes o Vosso Povo peregrino.

Concedei-nos pelo Vosso Filho Ressuscitado o Espírito que dá Vida,
Sobretudo, quando o espírito do medo e timidez teima em devorar nossas forças.
Vós que com a água do rochedo destes de beber ao Vosso Povo eleito.

Concedei-nos Senhor:

Luz para iluminar as linhas da escuridão da história;
Palavra de Vida e Eternidade para nos conduzir em
Meio às palavras transitórias e vazias de conteúdo;

O Pão da Vida que sacia nossa fome de Eternidade,
E o Vosso Espírito que nos conduz, orienta e ilumina,
E nos dá a certeza de que jamais caminhamos sozinhos.
Amém.

PS: Livre adaptação das Preces das “Laudes”  da 4ª quinta-feira da Páscoa.

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