segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Mensagem do Santo Padre Francisco para o 56º Dia Mundial Da Paz (síntese)

 


Mensagem do Santo Padre Francisco para o 56º Dia Mundial Da Paz (síntese)

A mensagem tem como título: – “Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir de covid-19 para traçar sendas de paz”, e como inspiração bíblica, a passagem da Carta de Paulo aos Tessalonicenses – “Quanto aos tempos e aos momentos, irmãos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão” (1Ts 5, 1-2).

Em vários parágrafos, apresenta a realidade atual: “trágicos os acontecimentos da nossa existência sentindo-nos impelidos para o túnel obscuro e difícil da injustiça e do sofrimento”:

A Covid-19 precipitou-nos no coração da noite, desestabilizando a nossa vida quotidiana, transtornando os nossos planos e hábitos, subvertendo a aparente tranquilidade mesmo das sociedades mais privilegiadas, gerando desorientação e sofrimento, causando a morte de tantos irmãos e irmãs nossos.”.

Porém, somos chamados a manter o coração aberto à esperança, confiando em Deus que Se faz presente, nos acompanha com ternura, apoia os nossos esforços e, sobretudo, orienta o nosso caminho:

“Passados três anos, é hora de pararmos um pouco para nos interrogar, aprender, crescer e deixar transformar, como indivíduos e como comunidade; um tempo privilegiado para nos prepararmos para o «Dia do Senhor».”

Diante de uma crise nunca saímos iguais, ou se sai melhor ou pior. Portanto, é preciso nos questionarmos, assim afirma o Papa, e apresenta três questões fundamentais:

- O que é que aprendemos com esta situação de pandemia?

- Quais são os novos caminhos que deveremos empreender para romper com as correntes dos nossos velhos hábitos, estarmos melhor preparados, ousarmos à novidade?

Que sinais de vida e esperança, podemos individuar para avançar e procurar tornar melhor o nosso mundo?

A maior lição que tivemos: “a consciência de que todos precisamos uns dos outros, que o nosso maior tesouro, ainda que o mais frágil, é a fraternidade humana, fundada na filiação divina comum, e que ninguém pode salvar-se sozinho.”

Deste modo, é urgente buscar e promover, juntos, os valores universais que traçam o caminho desta fraternidade humana.

Outro aprendizado: “a confiança posta no progresso, na tecnologia e nos efeitos da globalização não só foi excessiva, mas transformou-se numa intoxicação individualista e idólatra, minando a desejada garantia de justiça, concórdia e paz.”.

Brotou, também, a “mais forte a consciência que convida a todos, povos e nações, a colocar de novo no centro a palavra «juntos». Com efeito, é juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos... Só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado nos pode ajudar a superar as crises pessoais, sociais e mundiais.”.

Quando se pensava ter sido superado o pior da pandemia de Covid-19, o Papa fala da terrível desgraça que se abateu sobre a humanidade: o “aparecimento doutro flagelo – uma nova guerra – comparável em parte à Covid-19 mas pilotado por opções humanas culpáveis. A guerra na Ucrânia ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles que, a milhares de quilômetros de distância, sofrem os seus efeitos colaterais: basta pensar nos problemas do trigo e nos preços dos combustíveis.”

Diante deste quadro, não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca de um bem que seja verdadeiramente comum, afirma o Papa.

Somos chamados a enfrentar, com responsabilidade e compaixão, os desafios do nosso mundo, repassando o tema da garantia da saúde pública para todos; promover ações de paz para acabar com os conflitos e as guerras que continuam a gerar vítimas e pobreza; cuidar de forma concertada da nossa casa comum e implementar medidas, claras e eficazes, para fazer face às alterações climáticas; combater o vírus das desigualdades e garantir o alimento e um trabalho digno para todos, apoiando quantos não têm sequer um salário mínimo e passam por grandes dificuldades. Fere-nos o escândalo dos povos famintos.

Também se faz necessário desenvolver, com políticas adequadas, o acolhimento e a integração, especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas nossas sociedades.

Esta missão é de todos nós, de todas as pessoas de boa vontade, com a esperança de que, no novo ano, possamos caminhar juntos valorizando tudo o que a história nos pode ensinar, exorta o Papa, acompanhado dos votos de todo bem aos Chefes de Estado e de Governo, aos Responsáveis das Organizações Internacionais, aos líderes das várias religiões.

Somos todos artesãos de paz, na construção de um ano feliz, com a intercessão de Maria Imaculada, Mãe de Jesus e Rainha da Paz.

 

PS: Desejando ler a mensagem na integra, acesse:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/20221208-messaggio-56giornatamondiale-pace2023.html

 

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