Cuidar da vinha, frutos saborosos produzir
A Evangelização é a vocação própria da Igreja
Na Liturgia da 2ª Sexta-feira da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 21,33-43.45-46).
A Sagrada Escritura nos fala da vinha como a imagem do Povo de Deus, e do Seu desejo de que frutos produzamos: amor, paz, justiça, bondade e misericórdia.
Neste Tempo da Quaresma, como convictos e corajosos discípulos missionários, renovamos a confiança em Deus e a fidelidade à missão que ele nos confiou por meio do Seu Filho, em comunhão com o Espírito que nos conduz.
É missão da Igreja buscar caminhos para concretizar sua missão essencial que é evangelizar, como nos falou o Apóstolo Paulo: "Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; é, antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho" (1Cor 9,16).
Assim compreendamos a essência da Igreja, que existe para pregar e ensinar; ser o canal do dom da graça; reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na Santa Missa, que é o memorial da Sua morte e gloriosa Ressurreição.
De fato, esta missão deve acontecer em meio às amplas e profundas mudanças da sociedade atual, o que a torna ainda mais urgentes.
Para responder a este e outros desafios, a Igreja deve começar por evangelizar a si mesma, para conservar o frescor, o alento e a força para anunciar o Evangelho, como exortou o Concílio Vaticano II: a Igreja se evangeliza por uma conversão e renovação constantes, a fim de evangelizar o mundo com credibilidade, como sinal e instrumento do Reino.
Na “Evangelii Gaudium”, o Papa Francisco diz de modo muito apropriado: “Uma Igreja em saída”, ou seja, “uma comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam... ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva” (n. 24).
Nisto consiste o cuidado e cultivo da vinha do Senhor, que Ele mesmo nos confiou para produzirmos os frutos do Reino de Deus, em maior sintonia e fidelidade à Sua vontade, que nos é anunciada em cada encontro, e de modo especial em cada Ceia Eucarística, em comunidade, alimentados pelo Pão da Palavra, da Eucaristia e da Caridade, com a seiva do amor do Espírito Santo.
Neste processo de conversão, para que sejamos uma “Igreja em saída”, são inesgotáveis os caminhos que podemos trilhar, na concretização de nossos Planos Pastorais com suas inúmeras atividades, dentro e fora da Igreja, com seus inúmeros desafios.
Renovemos a graça de dar razão de nossa esperança, numa fé mais sólida, e caridade ativa, que torne o mundo mais justo e fraterno, sem fincar âncoras no já conhecido, lançando as redes em águas mais profundas (Lc 5,1-11).
Supliquemos para que Maria, a Mãe da Igreja, a perfeita discípula missionária do Senhor, através da qual Deus nos enviou e nos concedeu o mais Belo e Bendito Fruto da Vinha, Jesus Cristo, nosso Salvador, nos acompanhe e nos incentive com sua materna presença, para que não percamos jamais o ardor missionário de anunciar a Boa-Nova do Evangelho do Seu Amado Filho.
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