Conduzidos pelos Dez Mandamentos
Reflexão à luz da passagem do Livro do Êxodo (Ex 20,1-17), que descreve a entrega do Decálogo a Moisés por Deus.
O Decálogo é o coração da Aliança no Sinai; uma síntese da Lei e são como “balizas” para a nossa vida, nossa conduta e atitudes em relação a Deus e ao próximo.
Como “sinais de trânsito”, assegura o percurso para a liberdade e vida verdadeira:
“A formulação das Dez Palavras, na sua maioria negativas, varia na extensão: mais ampla a que diz respeito à relação com Deus; muito concisa a que concerne a relação com o próximo” (1).
Mas, esta Lei não é uma imposição externa, pois se trata de Dez Palavras de vida:
“É um caminho traçado, diante de nós e dentro de nós, para guardarmos e saborearmos as belezas da vida” (2).
A Aliança do Povo com Deus implica em obrigações fundamentais diante d'Ele, e elas são sintetizadas nos Dez Mandamentos.
Deus tem que ser a referência e o valor absoluto na vida de Seu Povo, para que não volte à velha escravidão e opressão da qual foi liberto, a fim que seja livre e feliz.
A maior parte dos Mandamentos, de outro lado, assegura relações comunitárias e fraternas, sem egoísmo e cobiça.
Sendo o Senhor dono do templo, deveria receber toda adoração, e não se poderia adorar os ídolos que O substituiria e levaria, consequentemente, o Povo para nova escravidão: egoísmo, autossuficiência, injustiça, comodismo, paixões, cobiça, exploração.
Com isto, curvar-se-ia diante de outros “deuses”: dinheiro, poder, afetos humanos, realização profissional, reconhecimento social, interesses egoístas, valores da moda e ideologias que se contrapõem a Lei do Senhor.
Portanto, o Lei exerce uma função fundamental para que não se caia em nova escravidão, como fora experimentada no Egito:
“A Lei é a Palavra que estabelece a relação entre nós e o Senhor, uma Palavra que não nos limitaremos a cumprir exteriormente, mas que escutaremos e compreenderemos com uma participação intensa do coração” (3).
No Novo Testamento, Jesus sintetizará os Mandamentos em dois:
“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12, 29-31).
Segundo o Bispo Santo Agostinho:
“Esses dois Preceitos devem ser sempre lembrados, meditados, conservados na memória, praticados, cumpridos. O amor de Deus ocupa o primeiro lugar na ordem dos Preceitos, mas o amor do próximo ocupa o primeiro lugar na ordem da execução. Pois, quem te deu esse duplo preceito do amor não podia ordenar-te amar primeiro ao próximo e depois a Deus, mas primeiramente a Deus e depois ao próximo”.
Concluindo, o Papa Bento XVI, em sua Encíclica “Deus caritas est”, assim afirmou:
“O amor ao próximo é também uma estrada que conduz a Deus. Não amar o próximo é tornar-se míope de Deus”.
Reflitamos:
- Como vivemos os Dez Mandamentos da Lei de Deus?
- De que modo amamos e servimos ao Deus Vivo e Verdadeiro?
- Existe algum ídolo que nos afasta deste Deus?
- Como é nossa relação com nosso próximo?
Oremos:
Ó Deus de Amor, suplicamos o Vosso Espírito Santo, Espírito de Amor, para que vivamos um amor verdadeiro, fiel, profundo e sofredor, para que mais configurados ao Vosso Filho sejamos e vivamos a fidelidade aos ensinamentos e Mandamento do Amor que Ele nos deu, curados de toda a miopia espiritual, e assim, a Trindade amar na primeira ordem dos preceitos e ao próximo em primeiro lugar na ordem da execução. Amém.
PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal
(1) Lecionário comentado – volume I – Tempo Comum - Ed. Paulus – Lisboa – p. 793
(2) idem p. 794
(3) Idem p. 797
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