domingo, 17 de setembro de 2023

Exalemos o odor de Cristo (XXIVDTCA)

                                          

Exalemos o odor de Cristo
 
Vidro de perfume caído no chão em cacos,
E o seu conteúdo espalhado pelo chão,
Exalando, no entanto, a suavidade do conteúdo.
 
Mistério da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Seu corpo preso aos cravos da Cruz,
Corpo estirado, suspiro último ouvido.
 
Corpo estilhaçado, tão desfigurado, por nós crucificado,
Sem qualquer figura humana, e quanto à Sua aparência,
Já não era mais a de um homem, ó Deus! (1)
 
Ele, que nos dias de Sua vida terrestre, ao Pai,
Que podia salvá-Lo da morte, pedidos e súplicas,
Com veemência clamor e lágrimas, apresentou. (2)
 
Exalava do alto da Cruz, de Seus lábios,
Tão humanos e tão divinos, o mais belo odor
Do amor, perdão, solidariedade conosco pecadores.
 
“Sete palavras” que por vezes refletimos,
Que nos iluminam na configuração a Ele,
Para mesmos sentimentos termos e vivermos. (3)
 
Ainda que em cacos, pelas dificuldades
Aflições, medo nesta travessia que fazemos,
Enfrentando ventos contrários e tempestades.
 
Exalar o odor de Cristo, suavidade do divino amor,
Completando em nossa carne o que falta à Sua Paixão
Por amor ao Seu corpo, que é a Igreja. (4)
 
Exalar o odor de Cristo, suavidade do divino amor,
Que não desiste diante do impossível,
Nem desanima diante das dificuldades. (5)
 
 
 
(1)  Cf.  (Is 52,14)
(2)  Cf. (Hb 5,7-9)
(3)  Cf. Sermão das sete palavras de Jesus na Cruz
(4)  Cf. Cl 1,24
(5) 
 São Pedro Crisólogo (séc. V)

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