sexta-feira, 14 de março de 2025

Amo poesia...

                                                          


Amo poesia...
 
Amo poesia,
Dela, me alimento...
Minha alma tem fome de algo que a alcance e a envolva,
Palavras que tragam nelas e entre elas, no vácuo das mesmas,
E para além delas próprias, algo que não se lê,
A não ser por um coração que ama e crê.
 
A vida sem poesia é como um dia sem luz,
Verão sem o calor e a prosa de um fim de dia;
Primavera sem flores, antecedida por um outono que prepara sua Chegada aceitando perder suas flores e folhas;
E mais ainda, precedida pelo frio do inverno,
Aquecido pelo cobertor ou por um gesto puro e fraterno de amor...
 
Assim como o alimento está para o corpo,
A poesia está para a alma.
Leva ao inebriamento às vezes indizível,
Possibilita o retorno do sonho,
Renova esperança no recôndito mais profundo da alma,
Assim como incendeia o coração com a chama da caridade.
 
A poesia que contemplo da veia dos Profetas bíblicos,
Que contemplo no olhar poético do Verbo
Ao se referir aos lírios dos campos;
Ao nosso valor maior que os pardais,
Às sementes que crescem silenciosamente;
Às plantas com seus frutos, precedidos das podas;
À pureza das crianças para entrarmos nos céus...
 
Aquela que me faz pensar, rever caminhos;
Renovar sagrados compromissos;
Reinventar o que precisa ser superado;
Reorientar passos, bem como firmá-los;
Abrir janelas quando portas se fecharem,
Quando a utopia parecer insólita;
E quando situações parecerem inóspitas...
 
Poesia que entranha no mais profundo do meu coração;
Que devolve a luminosidade às situações obscurecidas;
Que me acompanham no Mistério da Paixão e Morte,
Assim como não me permite perder a fé
Na vida fundada na certeza de que a vida venceu a morte,
Fazendo transbordar e irradiar a Alegria Pascal.
 
Amo poesia,
Dela, me alimento.
Amém!
 


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG