Silenciemo-nos para a divina escuta
Senhor, como tantos que, na história de fé, sentiram a verdadeira necessidade de “permanecer no deserto” para renovar as reservas de força e serenidade, e não ceder às tentações, assim também nós a mesma necessidade sentimos.
Senhor, por vezes é forte e aparentemente insuportável a pressão do mundo em que vivemos, e sucumbiríamos sem forças, com sonhos desfeitos, utopias rarefeitas, se não pusermos em nosso caminho faixas de silêncio, de absoluto recolhimento para Vos escutar.
Sobretudo quando vemos multiplicar gestos de arrogância e violência, que desprezam os direitos fundamentais do homem e da mulher, maculando a beleza da vida, sua dignidade inviolável, desde a concepção até o seu natural declínio.
Senhor, bem sabemos que não fostes assim, e nem se alegraria se vivêssemos uma fé acompanhada da indiferença ou expressa em total apatia e impotência, escondendo-nos sob as cortinas da covardia, dizendo que não é problema nosso e que o mundo foi sempre assim.
Senhor, concedei-nos a sabedoria, para que tomemos consciência da parte de responsabilidade que temos no combate à violência e à injustiça, bem como do esforço para tornar o mundo mais humano, a exemplo de Matatias, como nos revelam as Sagradas Escrituras.
Senhor, que a Vosso corajoso exemplo, recusemos queimar incenso ante os ídolos, pela conveniência ou pelas paixões individuais ou de grupo, tão pouco nos sacrificarmos aos “modernos ídolos” do bem- estar, da carreira, da posição, da fama, do prestígio a qualquer preço.
Senhor, permanecendo no deserto, e com coragem de seguir o caminho, concedei-nos pequenos oásis em que possamos recuperar nossas forças, e continuarmos, intrépidos, nossa caminhada, no bom combate da fé, até que consigamos fazer a grande travessia por Vós desejada. Amém.
Fonte inspiradora: 1 Mc 2, 15-29 - Missal Cotidiano - p.1515
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