“Deuteronômio”:
História do amor de Deus por nós
Setembro com beleza
própria, primavera se anuncia;
Os ipês florescem
com a exuberância da beleza das cores.
Em meio às cinzas
das queimadas no campo e à poluição das cidades.
Encontros de reflexão bíblica tão esperados.
Olhemos o chão que
pisaram nossos pais,
O tempo e a
distância nos separam,
Mas a fé no mesmo
Deus nos aproxima,
E ilumina nossos
sombrios e árduos caminhos.
“Deuteronômio”, quinto Livro do
Pentateuco,
“Debarim”, “Palavras”,
digamos como aprouver.
Importa ouvir e
acolher sagradas Palavras,
Que no outro lado
do Jordão, por Moisés, ao Povo dirigidas. (Dt 1,1)
Nele encontramos
temas fundamentais
Para sadia e
fecunda espiritualidade.
Fé em Deus
enraizada; esperança, âncora
Em travessias,
caridade vivenciada.
Escrito por mãos
tantas, em tempos diversos,
Mas sempre a mesma
fonte inspiradora.
Pelo sopro do
Espírito escrito silenciosamente,
E em nosso coração,
indelevelmente inscrito.
Livro Santo, no
Novo Testamento tão presente,
Mais de duas
centenas, ricamente citados.
Memoráveis nos
lábios do Senhor no deserto,
E com Sua Palavra,
diabólicas tentações vencidas. (1)
Sete luzes divinas
no Livro acesas a iluminar,
Para que a
escuridão da noite possamos enfrentar,
Em todo tempo e em
todo lugar,
Para horizontes do
inédito alcançar.
Brilho da primeira
luz: o perfume do amor de Deus,
Exalado e
comunicado no Egito, o povo libertando,
Em novo modo de
sagrados relacionamentos
Com Deus e com o
próximo, nosso irmão e irmã.
Luminosidade da
segunda luz: a memória histórica.
Jamais perder a
memória da ação divina,
De Suas maravilhas
incontáveis em nosso favor.
Ontem, hoje, e
sempre a Ele nosso louvor.
Fulgor da terceira
luz: revelar o rosto de Deus
“Abre tua mão para
teu irmão, teu necessitado, teu pobre em tua terra” (Dt 15,11)
Ser Povo de Deus
não é privilégio e ostentação,
Mas amor e serviço,
uma sagrada missão.
Resplendor da
quarta luz: viver em “saída”
Em saída da terra
da escravidão e sofrimento
Para terra onde
corra leite e mel, nova terra, novo céu;
“Igreja em saída”, misericordiosa e
missionária!
Claridade da quinta
luz: não há lugar para a pobreza.
“Com efeito, não
haverá pobres no meio de ti” (Dt 15,4).
Se Aliança com Deus
vivida, o grito do pobre
Encontrará de todos
nós resposta, acolhida e solidariedade.
Fulguração da sexta
luz: libertos de toda escravidão.
“Eu sou Yahweh teu
Deus, Aquele que te fez sair
Da terra do Egito,
da casa da escravidão” (Dt 5,6-8)
Jamais outros
deuses, idolatria, tirania, servidão.
Lume da luz final:
Aliança de Deus com Seu Povo.
Compromisso mútuo
entre Deus e a humanidade para sempre,
Renovado e
celebrado quotidianamente,
Nas Sagradas Mesas
da Palavra e da Eucaristia. Amém.
(1) (Mt
4,4; Dt 6,16; Mt 4,7); Dt 6,13; Mt 4,10)
Fonte: Revelar o
Amor de Deus – uma chave para o Livro do Deuteronômio – Frei Carlos Mesters e
Francisco Orofino - Vida Pastoral - setembro/outubro 2020
– ano 61 n. 335 – pp.14-22
Escrito em 2020
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