A sagrada missão de Proclamar a Palavra
No mês de setembro, a Igreja dedica de modo especial à Sagrada Escritura, e renovemos a partir do Livro do Deuteronômio, a alegria, o zelo e o ardor na proclamação da Palavra Sagrada, acompanhado do testemunho de nossa fé; por mais difíceis que sejam os momentos por que passamos, considerando o cenário nacional, marcado pela crise ética, moral, política, econômica e social, à luz da Sagrada Escrituras, somos desafiados a decifrar o mundo, e a dar razão de nossa esperança contra toda falta de esperança, sobretudo porque cremos no Cristo Ressuscitado, e por Ele fomos enviados.
Neste sentido, as palavras do Bispo Santo Agostinho muito podem nos ajudar: “A Sagrada Escritura é para nos ajudar a decifrar o mundo; para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e transformar a realidade numa grande revelação de Deus”.
A Sagrada Escritura é uma luz que nos ajuda a percorrer os caminhos sombrios e obscuros, em meio aos sinais de pecado e morte em que nos encontramos; acompanhada do olhar da fé, em salutar espiritualidade; contemplando a ação e a intervenção de Deus, que conosco caminha.
A Palavra proclamada exige, de quem a proclama e de quem a acolhe, renovados compromissos na transformação da realidade, participando da construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário, assistidos pela presença do Espírito Santo que nos foi enviado.
A Palavra irradia luz, fermenta um novo céu e uma nova terra, e devolve o gosto e o sentido da vida, com sua sacralidade e dignidade, desde a concepção ao declínio natural; e não permite que vacilemos na fé, esmoreçamos na esperança e esfriemos na caridade.
Também nos alimenta e nos fortalece, para que sejamos pacientes na tribulação, resistentes na tentação de desanimar e em nada mais acreditar, e assim, tomarmos e carregarmos com fidelidade nossa cruz com uma fé verdadeiramente Pascal.
No exercício do Ministério Episcopal, tenho experimentado a graça de, como Apóstolo do Senhor, proclamar Sua Palavra, que devolve de fato o olhar da esperança de nossas comunidades, que também sentem, no dia a dia, dificuldades e provações, mas acolhendo a Palavra com fé, vejo nelas inflamada a chama da fé, da esperança e da caridade.
Multipliquemos espaços de leitura, meditação, oração e contemplação da Palavra divina, para que ela seja sempre o pão, que sacia a nossa fome de justiça e nos alimenta, para que nunca nos refugiemos ou recuemos em sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino de Deus.
PS: ano de 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário