domingo, 1 de setembro de 2024

Nossa prática religiosa é agradável a Deus? (XXIIDTCB)

                                                            

Nossa prática religiosa é agradável a Deus?

Com a Liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum (ano B), aprofundamos como deve ser uma verdadeira religião que agrade a Deus, que pressupõe o contínuo esforço de conversão para que tenhamos pureza de coração, pois como o próprio Senhor disse “somente os puros de coração verão a Deus” (Mt 5,8).

Na passagem da primeira Leitura (Dt 4,1-2.6-8), Moisés acentua o compromisso do Povo com a Palavra de Deus e Sua Aliança, numa sincera acolhida e vivência de Sua Lei.

A Lei Divina deve ser vivida como expressão de gratidão a Deus; ainda mais porque ela é garantia de felicidade e liberdade, para concretizar os sonhos e esperanças do Povo Eleito e amado por Deus. Não se pode adulterar a Palavra de Deus ao sabor dos interesses pessoais.

Não se pode adaptar, amenizar, suprimir e nada acrescentar à Palavra de Deus.

Alguns perigos que nos acompanham:

- o esvaziamento da radicalidade da Palavra;
- cortar (omitir) seus aspectos mais questionadores;
- fazermos ou dizermos coisas que não procedem de Deus;
- de cair num ativismo em que sacrificamos o tempo do silêncio orante diante de Deus, na acolhida de Sua Palavra;
- esvaziamento de seu conteúdo por causa do cansaço, da perda do sentido e consequente falta de espiritualidade e intimidade com a Palavra de Deus.

Na passagem da segunda Leitura, Carta de São Tiago, (Tg 1,17-18.21-22.27), refletimos sobre a inseparável relação  entre fé e obras. 

A fidelidade aos ensinamentos de Cristo nos compromete com o próximo (representado na figura do órfão e da viúva). E nisto consiste a verdadeira religião, pura e sem mancha: solidariedade vivida e vigilância, para não se contaminar com os contravalores que o mundo apresenta.

É necessária a superação da frieza, do legalismo e do ritualismo religioso, procurando viver uma Religião comprometida com o Reino por Jesus inaugurado.

O autor da Carta nos exorta a não sermos meros ouvintes da Palavra, mas praticantes, não nos enganando a nós mesmos.

A Palavra de Deus quer encontrar no coração humano a frutuosa acolhida, portanto, há um itinerário da Palavra: acolher, acreditar, anunciar e testemunhar a Palavra de Deus, que nos garante vida e felicidade plena.

A passagem do Evangelho (Mc 7,1-8.14–15.21-23) nos convida à pureza de coração. 

O discípulo de Jesus não pode tão apenas “parecer” é preciso “ser” sinal vivo da presença de Deus. 

Não basta parecer justo, tem que ser justo; não basta parecer piedoso, tem que ser piedoso; não basta parecer verdadeiro, tem que ser verdadeiro...

Mais que uma “carapaça exterior” é preciso de uma “coluna vertebral interior”. 

A verdadeira religião não vive de aparências, e exige de cada crente uma sólida e forte estrutura para suportar o peso da cruz, a coragem do testemunho, a coerência de vida, o esforço contínuo de conversão, a solidariedade constante, caminho que não tem volta e tem apenas um destino: o céu.

Os mestres da Lei e os fariseus tinham aproximadamente 613 preceitos a cumprir (365 proibições e 248 prescrições). O povo simples, por não os conhecer, nem os praticar, era considerado impuro, e este será um tema de grande polêmica entre Jesus e os fariseus em vários momentos.

Para Jesus importa a pureza interior, a pureza do coração que é a sede de todos os sentimentos, desejos, pensamentos, projetos e decisões.

Jesus afirma: o que torna o homem impuro é o que sai de seu coração (apresenta uma longa lista) e não o que entra pela sua boca.

É do coração humano puro que nasce uma autêntica religião, a religião do coração, da intimidade profunda com Deus.

As Leis da Igreja não têm fins em si mesmas, mas garantem a nossa comunhão com Deus e com o próximo, na concretização do Reino.

É preciso dar mais tempo à Palavra de Deus, em frutuosa Oração e reflexão, que fará brotar novas atitudes e compromissos com Deus e o Seu Projeto para a Humanidade.

É tempo de cultivar maior intimidade e compromisso com a Palavra de Deus para que produzamos os frutos por Deus esperados.

PS: Fonte de pesquisa - www.Dehonianos.org/portal

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