São Bartolomeu: a sinceridade do Apóstolo
No dia 24 de agosto, em que celebramos a Festa do Apóstolo São Bartolomeu, somos enriquecidos pelo “Tratado sobre a prescrição dos hereges”, escrito pelo Presbítero Tertuliano (Séc. III), sobre a pregação apostólica, a qual ambos deram imensa contribuição.
“Cristo Jesus, nosso Senhor, durante a Sua vida terrena, ensinou quem era Ele, quem tinha sido desde sempre, qual era a vontade do Pai que vinha cumprir e qual devia ser o comportamento do homem. Ensinava estas coisas ora em público, diante de todo o povo, ora em particular, aos Seus discípulos.
Dentre estes escolheu doze para estarem ao Seu lado, e que destinou para serem os principais mestres das nações. Quando, depois da Sua Ressurreição, estava prestes a voltar para o Pai, ordenou aos onze – pois um deles se havia perdido – que fossem ensinar a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Imediatamente os Apóstolos (palavra que significa “enviados”) chamaram por sorteio a Matias como duodécimo para ocupar o lugar de Judas, segundo a profecia contida num salmo de Davi.
Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judeia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos.
Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos Apóstolos.
Toda família deve ser necessariamente considerada segundo sua origem. Por isso, apesar de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam senão uma só Igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e que é origem de todas as outras. Assim, todas elas são primeiras e apostólicas, porque todas formam uma só. A comunhão na paz, a mesma linguagem da fraternidade e os laços de hospitalidade manifestam a sua unidade. Estes direitos só têm uma razão de ser: a unidade da mesma tradição sacramental.
Se quisermos saber o conteúdo da pregação dos Apóstolos, e, portanto, aquilo que Jesus Cristo lhes revelou, é preciso recorrer a estas mesmas Igrejas fundadas pelos próprios Apóstolos e às quais pregaram quer de viva voz, quer por seus escritos.
O Senhor realmente havia dito em certa ocasião: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora; e acrescentou: quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade (Jo 16,12-13).
Com estas palavras revelou aos Apóstolos que nada ficariam ignorando, porque prometeu-lhes o Espírito da Verdade que os levaria ao conhecimento da plena verdade. E, sem dúvida alguma, esta promessa foi cumprida, como provam os Atos dos Apóstolos ao narrarem a descida do Espírito Santo.”
Celebrando a Festa deste Apóstolo, renovemos a alegria de participar da missão que o Senhor nos confiou, como batizados, em nome da Santíssima Trindade, que nos acompanha em todos os momentos.
Ontem, como hoje, são muitos os desafios que se colocam frente à missão de proclamar a Boa-Nova, e não podemos jamais permitir que se esfrie ou se apague a chama do primeiro amor, que viveram os primeiros na fidelidade ao Senhor.
Seja o amor derramado em nossos corações, por meio do Espírito, para que firmemos nossos passos, para que sejamos fiéis a Jesus, O Caminho, a Verdade e a Vida que nos assegura vida plena e definitiva a caminho do Pai.
Seu testemunho foi selado com o martírio – esfolado vivo – como era costume penal dos persas.
São Bartolomeu como demais apóstolos seguiram o Caminho, foram iluminados pelo esplendor da Verdade, e deram a Vida pelo Senhor, e hoje estão na comunhão e amor e vida plena: céu.
Agora é o nosso tempo, é a nossa hora a ser vivida, com amor, zelo e ardor total, a fim de que a Boa-Nova seja anunciada em todos os tempos e em todos os lugares.
Oremos:
“Ó Deus, fortalecei em nós aquela fé que levou São Bartolomeu a seguir de coração o Vosso Filho, e fazei que, pelas preces do Apóstolo, a Vossa Igreja se torne Sacramento da salvação para todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”.
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