domingo, 1 de setembro de 2024

Quando o céu se torna escuridão… (XXIIDTCA)


Quando o céu se torna escuridão…

A Liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum (ano A),  retrata as dores e alegrias, angústias e esperanças do Povo de Deus, à luz da Palavra de Deus proclamada.

Como a realidade da cruz, do sofrimento, marca a vida do Povo de Deus! 

Acorre-se a Deus em busca de uma Palavra, uma alento, um reacender da chama da esperança, uma luz, um impulso… Não uma fuga, não uma evasão da realidade, mas abastecimento para poder enfrentá-la, transformá-la, renová-la, a partir do mistério da Fé, celebrado na Mesa da Eucaristia.

Na passagem da primeira Leitura (Jr 20,7-9), o Profeta Jeremias, seduzido pelo Amor de Deus levou-nos ao mesmo desejo: deixar nosso coração pelo Amor de Deus ser seduzido, como fogo que o queima por dentro. Vocação profética que não é vontade nossa, mas iniciativa de Deus, dom de Deus, resposta nossa…

Na passagem da segunda Leitura (Rm 12,1-2), o Apóstolo Paulo nos exorta, pela misericórdia de Deus, a nos oferecermos como sacrifício vivo, santo e agradável a Ele, no autêntico culto, na transformação e conversão de nossa maneira de pensar e julgar, não nos deixando moldar pela lógica do mundo, mas pela lógica do Evangelho, procurando sempre o que é agradável a Deus…

Na passagem do Evangelho (Mt 16,21-27), Jesus fez Seu primeiro anúncio da Paixão e Morte: o caminho da glória passa inevitavelmente pela Cruz, para além da compreensão de Pedro que recebeu de Jesus seríssima advertência, por não pensar como Deus: Afasta-te de mim Satanás…”. Quem quiser seguir Jesus deverá renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-Lo com coragem, fidelidade, ousadia, confiança, perseverança…

Deste modo, a verdadeira Oração não deve ser nunca para que Deus nos tire a cruz, que a reduza, tão pouco lamento estéril, angustiante. 

A verdadeira Oração é glorificar a Deus por Sua bondade, força, graça e ternura que nos acompanha dando possibilidade de poder carregá-la, transformando a cruz (aparente sinal de fracasso) em sinal de vitória. Cruz: loucura para os gregos, escândalo para os judeus (1 cf. 1 Cor 1,18-25).

De fato, Deus faz renascer a vida das cinzas (o maravilhoso ipê amarelo que neste tempo teimosamente desafia o cenário das cinzas e enfeita os campos com o esplendor de suas flores); faz nascer a imortal obra de arte de Beethoven para Elisa, nascida da experiência fracassada da mesma ao não conseguir tocar sua peça na frente de Beethoven.

Enfim, “quando o céu se torna escuridão pela privação da luz do sol, Deus acende as estrelas”, e o provérbio “no auge da noite se anuncia o nascer de um novo dia”

Sigamos em frente, tomemos livremente nossa cruz, saciados pelo Pão Nosso de cada dia. A cada dia suas preocupações, inquietações, desafios…

Oremos: “Pai nosso...

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