domingo, 1 de setembro de 2024

Amor e Cruz na fidelidade ao Senhor (XXIIDTCA)

                                                                  

Amor e Cruz na fidelidade ao Senhor

“Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e me siga” (Mt 16,24)

Como discípulos missionários do Senhor, no Seu seguimento, precisamos das renúncias necessárias, e o tomar da cruz quotidiana para segui-Lo, como lemos nas passagens dos Evangelhos (Mt 16,21-27; Lc 9,18-24).

Sejamos enriquecidos por estas afirmações de Santa Teresa de Jesus (séc. XVI), neste bom propósito de todos nós:

“Estou convencida de que a medida da capacidade de levar cruz grande ou pequena é a do amor...

Cumpra-se em mim, Senhor, Vossa vontade de todos os modos e maneiras que vós, Senhor meu, quiserdes.

Se me quiserdes enviar sofrimentos, dai-me forças para suportá-los, e venham!

Se perseguições e enfermidades, desonras e mínguas, aqui estou!

Não afastarei o rosto, ó meu Pai, nem há motivo para virar as costas. Não quero que haja falha da minha parte depois que vosso Filho, em meu nome, deu esta minha vontade, oferecendo a vontade de todos os homens.” (1)

Jesus jamais prometeu facilidades para segui-Lo, e o Mistério da Cruz estava sempre presente no horizonte de Sua pregação e ação.

O discípulo de Jesus sabe que “Quem busca um Cristo sem Cruz, acabará encontrando uma Cruz sem Cristo”; assim também, sabe que precisa fazer da sua vida uma doação ao outro.

Deste modo, tudo se torna menos difícil quando nos colocamos no caminho do amor, da fidelidade, doação e serviço ao outro.

Nossa cruz torna-se suportável, seu peso mais leve, porque Ele mesmo já dissera – “Vós que estais cansados, vinde a mim porque meu fardo é leve e meu jugo é suave” (Mt 11,28-30).

Da mesma forma, também nos assegura, em todos os momentos, a Sua presença enquanto estava com eles, e depois a presença do Paráclito que haveria de ser enviado, e assim se fez, para que não sucumbissem diante das dificuldades, provações e perseguições, como mencionara na conclusão das Bem-Aventuranças (Mt 5,1-12).

Portanto, aprendamos com esta Santa e Doutora da Igreja, a pedir sempre a Deus “coragem” para enfrentar os sofrimentos, e muito “amor” para carregar a cruz, seja ela pequena ou grande, pois como Santa Teresa afirmou, este é a medida da capacidade para suportarmos o seu peso e levá-la no anúncio e testemunho de nossa fé e esperança, como discípulos missionários do Senhor.


(1) Santa Teresa de Jesus – O Caminho da perfeição – Editora Paulus -  pp.189.191

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG