domingo, 21 de abril de 2024

Presbíteros nos passos de Cristo Bom Pastor (IVDTPB)

Presbíteros nos passos de Cristo Bom Pastor

Retomo o artigo, escrito por D. Joaquim Justino Carreira (3º Bispo de Guarulhos -"in memoriam"), na coluna “Voz do Pastor”, acenando para questões imprescindíveis que devem marcar a vida de todo Presbítero.

Retomo o trecho em que D. Joaquim se dirige aos Sacerdotes, acrescentando a minha reflexão pessoal:

- “Os Sacerdotes são os primeiros agentes de uma renovação da vida cristã do Povo de Deus” – Este princípio deve ser tido sempre como graça e compromisso: renovar-se para renovar sempre. Não nos ocorra querer que o Povo de Deus se renove sem nos pormos em mesmo santo desejo e esforço.

- “Se o Sacerdote fizer de Deus o fundamento e o centro de sua vida, experimentará a alegria e a fecundidade de sua vocação” – Cada dia que passa, sou testemunha da fecundidade vocacional, da alegria em que se pode sentir quando fazemos, de fato, Deus o fundamento de nossa vida, Jesus o centro de nossa existência, abertos ao Espírito que repousa e nos impele sempre com renovadas forças na ação evangelizadora, na vivência com ardor da vocação, não permitindo que se apague a chama do primeiro amor...

- “O sacerdote deve ser antes de tudo um 'homem de Deus' (1Tm 6, 11); um homem que conhece a Deus 'em primeira mão'" – O Sacerdote não é apenas alguém que fala de Deus, de Sua Palavra, de Seu Projeto. É antes de tudo alguém que se sentiu chamado, de forma muito particular e especial, para conduzir o Povo de Deus nesta mesma fidelidade. Mais que falar de Deus, o Povo espera de cada Sacerdote que ele seja uma carta redigida de Deus, endereçada ao coração dos fiéis.

- “Que cultiva uma profunda amizade pessoal com Jesus, que compartilha os 'sentimentos de Jesus' (cf. Fl 2, 5)” – De fato, o cristianismo não consiste na profissão de fé em doutrinas abstratas, num conjunto de ideias que podem ser mudadas ao sabor dos tempos, por imposições das transformações culturais; são valores imprescindíveis que enraízam no coração de cada pessoa, de modo especial, haverá de ser no coração do Presbítero. Para tanto, precisa viver a sua fé numa autêntica, crescente, íntima e profunda comunhão com Jesus, ao ponto de chegar a dizer como Paulo falou aos Gálatas (Gl 2,20) – “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. A Jesus tão configurado que tenha os mesmos pensamentos, sentimentos e ações, como sinal do Cristo Bom Pastor.

- “Deve possuir uma sólida estrutura espiritual e viver toda a sua existência animada pela fé, a esperança e a caridade” – Como é bom encontrar na família espaço do aprendizado desta sólida estrutura espiritual e da formação humano afetiva. Como é bom que a família redescubra sua vocação de solidificar vidas mais realizadas, felizes. Como é feliz quem pauta a sua conduta, que molda o seu ser pelas virtudes teologais impressas em nossa alma e coração: fé, esperança e caridade.

- “Deve procurar o rosto e a vontade de Deus através da oração e cultivar igualmente a sua preparação cultural e intelectual” – O cultivo da formação cultural, intelectual, da Oração e, de modo especial, a espiritualidade, não como desligamento do mundo, mas o esforço de inserção nele, para ser sal, luz e fermento. O Presbítero deve cuidar de todas as dimensões de sua vida, para ser um homem que se consagra a Deus em favor da humanidade, colocando todo o seu ser, todos os dons, por Deus a ele confiado, a serviço da comunhão, da vida, da fraternidade.

Que este Tempo Pascal seja, para todos os Presbíteros e para toda comunidade, Tempo de renovar o nosso empenho e entrega ao Cristo Bom pastor. Escutar Sua voz, sentindo-nos por Ele amados, acolhidos; carregados não mais no colo como ovelhas, mas em Seu Coração que foi trespassado para que nele coubéssemos, e ainda mais, que dele nascêssemos e vivêssemos, alimentando-nos com o Seu Corpo e Seu Sangue em cada Banquete da Eucaristia.

O mundo carece de verdadeiros Pastores, sem jamais prejudicar ou ferir a vida do rebanho, pois já alertara o Senhor: “O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas.” (Jo 10, 12-13).

Que cada Presbítero siga os passos de Cristo Bom Pastor, conduzindo a comunidade nestes mesmos passos: um rebanho que sabe onde encontrar repouso, água cristalina, força para continuar o caminho.

Como é bom pertencer ao rebanho do Senhor, bem como é bom conduzir o rebanho do Senhor!

Mais ainda, é bom saber que o rebanho não perecerá por falta de Pastores.

Oremos:

“Enviai, Senhor, operários para a vossa messe,
pois a messe é grande, e poucos são os operários" (Lc 10,2).

Enviai, Senhor, 
Pastores zelosos para o cuidado de Vosso rebanho.
Amém!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG