segunda-feira, 22 de abril de 2024

E agora me digam... João, Pedro e Maria

 


E agora me digam... João, Pedro e Maria

Sob uma árvore, sol escaldante, cansaço me consumiu forças do caminho.

Uma parada para refletir sobre o Mistério da fé na Ressurreição do Senhor.

Hipotético diálogo com Maria Madalena, Pedro e o discípulo Amado, João.

Maria Madalena, não houvesse o Senhor Ressuscitado, como se sentiria?

- “Meus sonhos teriam sido com Ele enterrados. Para sempre lembraria de Suas palavras que me deram razão para novo viver. Não teria muito a fazer.

Apenas memória de alguém que teria passado e para sempre ficado em minha vida.

Mas não, Ele Ressuscitou, eu creio, vive para sempre quem tanto amei, e não posso d’Ele deixar de falar, como assim o fiz ao correr ao encontro dos discípulos (cf. Jo 20,1-21).

Senti que era apenas o começo de minha missão, em resposta d’Aquele que ocupou o mais profundo das entranhas de meu coração, com Seu olhar de ternura, acolhida e Palavra que nos liberta de todos os espíritos (tinha sete - totalidade).

Quem mais poder tem que o meu Senhor? Amém. Aleluia!”

João, você, o discípulo amado, não houvesse o Senhor Ressuscitado, como se sentiria?

“Ficariam as lembranças dos sinais que vi com meus olhos. Recordaria aquele momento memorável quando reclinei em Seu peito, em expressão de afeto e sincera amizade.

Lembraria também do Tabor, como momento memorável, mas uma página apenas para ser lembrada. (Mt 17,1-9).

Reviveria a tragicidade daquele momento aos pés da cruz com Sua Mãe, quando a me confiou como Mãe (cf. Jo 19,25-34).

Faria como me pediu, mas sem a compreensão de Suas Palavras e de Seu cuidado com o rebanho, que não pereceria sem pastores, tão pouco, sem uma Mãe, Maria, com quem pude compartilhar alguns memoráveis momentos.

Mas não! Ele Ressuscitou! Não pude guardar contido e escondido todo amor que por Ele senti, pois ninguém ama como Ele ama, e é este amor que haveremos de viver e testemunhar, pois tão somente quem ama conhece a Deus, e viverá na Verdade e na Luz, que é Ele próprio. Amém. Aleluia!”

Pedro, não houvesse o Senhor Ressuscitado, como se sentiria?

“Irreversivelmente condenado ao peso da consciência culposa de tê-Lo, por três vezes o negado, ainda que o conhecesse, e com Ele vivesse.

Teria sem Ele outras vezes, insucessos de pescas frustradas com redes vazias.

Não creria mais em minhas confissões de fidelidade e perseverança, de modo que nem em meus projetos poderia dar crédito.

Teria o sentimento de renegação, impossível de ser curado, permanecendo para sempre não somente as cicatrizes da negação, mas a vergonha e mediocridade criado raízes para sempre, irreversivelmente vivas, em meu coração.

Mas não. Ele Ressuscitou. Minhas chagas de traição, pelas Chagas Gloriosas, foram curadas.

Ele me deu a possibilidade de viver a compunção de meu pecado, e as lágrimas vertidas na face, também puderam lavar as máculas que teimavam permanecer para sempre em minha alma.

Como houvera feito tríplice negação, antes de o galo cantar, como Ele dissera, tive a graça de declarar, da mesma forma, de modo tríplice, por Ele, meu amor - “Senhor, Tu sabes tudo. Tu sabes que Te amo” (cf. Jo 21, 15-19)

E agora, “pescador de homens” que me fez, cumpro a missão por Ele a mim confiada. As chaves em minhas mãos, peregrinando na esperança de que possa corresponder ao que Ele espera de mim, com a presença do Espírito Santo, a nós comunicado. Amém. Aleluia!”

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG