sexta-feira, 4 de abril de 2025

Ser cristão: graça e surpresa de Deus para o mundo

                                                    

Ser cristão: graça e surpresa de Deus para o mundo

Inspirado na afirmação do Papa São João Paulo II, em sua Carta Apostólica, em 2001 - “O cristianismo é graça, é a surpresa de Deus”, reflitamos sobre a passagem do Evangelho da quarta Sexta-feira da Quaresma (Jo 7,1-2.10.25-30), com a Oração abaixo, continuemos nosso diálogo intenso e profundo com Deus, que eleve e ilumine nossa alma, e assim, continuemos dando firmes passos em nosso itinerário espiritual.

Cada súplica nos ajudará a rever nossa adesão ao Senhor, como discípulos missionários; a refletir se vivemos com ardor nossa fé cristã; a constatar a autenticidade de nosso testemunho e o que clama por conversão e renovação, para que nossa fé seja mais luminosa.

Oremos:

“Livrai-nos, Senhor, do grande risco da presunção de Vos conhecer, de nos habituarmos demasiado ao Mistério, de nos contentarmos com uma fé infantil e superficial.

Concedei-nos, Senhor, mergulhar na intensidade inesgotável do Vosso Mistério, sem a pretensão de nos consideramos conhecedores Vosso, mas sem autêntica identificação.

Não permiti, Senhor, que a nossa fé se reduza às coisas tranquilamente sabidas, com discursos óbvios e previsíveis, ancorados em doutrinas bem organizadas, contentando-nos tão apenas com as fórmulas repetidas que foram na catequese aprendidas e ainda fazendo das datas celebrativas apenas um cumprimento de um  calendário e ritual litúrgico sem consequências maiores no compromisso com Vosso Reino.

Afastai de nós, Senhor, o perigo da credulidade preguiçosa, e a redução do Evangelho ao bom senso do homem, enfraquecendo a sua natureza paradoxal e a sua força vital.

Ajudai-nos, Senhor, não apenas Vosso nome pronunciar, para que não se torne morna a nossa fé, pouco convincente o nosso testemunho e pouco fecunda a nossa missão.

Que a Vossa pergunta, Senhor, ‘E vós, quem dizeis que Eu sou?’ (Mc 8,29), continue ecoando e interpelando no mais profundo de nosso coração. E que nossa resposta consista em dizer que Vós sois nosso Caminho, Verdade e Vida, nossa Divina fonte de paz, alegria e amor.

Pois, tão somente assim nossa fé cristã será uma graça, uma surpresa de Deus para o mundo. Amém!”


PS: Fonte Inspiradora: Lecionário Comentado -  Tempo da Quaresma e Páscoa - pp. 210-211.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Suplico-Vos, Senhor Jesus

                                                               

Suplico-Vos, Senhor Jesus

Livrai-me, Senhor,
De toda idolatria que de Vós me afaste;
De toda infidelidade ao Vosso Projeto;
De toda indiferença ao Vosso perdão;
De toda surdez à Vossa divina voz;
De todo fechamento à Vossa vontade.

Livrai-me, Senhor,
De toda cegueira que não Vos reconheça;
De toda petrificação e frieza do coração;
De toda falta de contrição;
De toda falta de humildade;
De toda preguiça que me instale;
De todo orgulho que me ensoberbeça.

Que eu me abra, Senhor:
À Vossa infinita e irrevogável misericórdia;
À Vossa imensurável compaixão por nós pecadores;
Ao Vosso indizível Amor que nos envolve;
À Vossa graça transbordante e renovadora;
À Vossa luz que situações obscuras ilumina;
Ao que melhor tendes a me conceder.

Que eu me abra, Senhor:
Ao novo horizonte que Vossa Palavra propicia;
À adoração a Deus em espírito e verdade;
À Boa Nova do Vosso Reino;
Ao Vosso Mandamento inseparável:
Amor a Deus e também ao meu próximo.
Amém!
  

PS: Fonte inspiradora: Liturgia da Palavra da quinta-feira da quarta semana da Quaresma – Ex 32,7-14; Sl 105, 19-23; Jo 5,31-47.

Santas amizades, valiosos tesouros divinos

 


Santas amizades, valiosos tesouros divinos

Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Cotidiano sobre a passagem do Livro do Sirácida (Eclesiástico) (Eclo 6,5-17):

“Existe uma amizade humana que está entre os mais altos valores da vida. E existe uma amizade no Senhor, ainda mais constante e profunda que se torna ‘comunhão’ na Igreja.

Estamos longe ainda, no livro do Sirácida, da profundeza que terão essas amizades espirituais na era cristã.

Jesus chamará de amigos a seus discípulos até na hora da traição, e revela que não existe amizade quando não se é capaz de renunciar a si própria e à vida em favor dos amigos (Jo 15,13).” (1)

Oremos:

Ó Deus, agradecemos, pela amizade que Vosso Filho estabeleceu conosco, ainda que não merecedores, e a ela não saibamos corresponder.

Nós vos agradecemos pelas amizades que nos concedeis a cada dia, que nos aproximam ainda mais de Vós,  e por elas pedimos, bênçãos, graça e proteção.

Suplicamos-Vos, para que as amizades que fazemos em nossas comunidades, tenham semente de eternidade, porque nascidas e alimentadas no Altar do Banquete de Vida eterna.

Também pedimos por nossos amigos que partiram para junto de Vós, deixando em nossos corações cortante saudade, mas sempre presentes em santas e memoráveis lembranças. Amém.

 

 

(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pág. 810

Em poucas palavras...

                                                    



Meditemos sobre as sete dores de Maria

1ª – A profecia de Simeão (Lc 2,35)

2ª – A fuga para o Egito (Mt 2,13s)

3ª – A perda de Jesus no templo (Lc 2,48)

4ª – O caminho de Jesus para o calvário (Lc 23,27)

5ª – A crucificação de Jesus (Lc 23,33)

6ª – Jesus deposto da cruz (Jo 19,38)

7ª – A sepultura de Jesus (Jo 19,40s)

 


Em poucas palavras...

                                            



“Ó Deus, amparo dos que em Vós esperam...”

“Ó Deus, amparo dos que em Vós esperam, abençoai, salvai, defendei e governai o Vosso povo, para que, livre do pecado e protegido contra o inimigo, sempre persevere em Vosso amor. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.” (1)

 

 

(1)                 Oração sobre o povo - Missa da quinta-feira da quarta semana da Quaresma


Quaresma: Deus é bondoso e paciente e espera nossa conversão

                                                   

Quaresma: Deus é bondoso e paciente e espera nossa conversão

Ouvimos na quinta-feira da 4ª semana do Tempo da Quaresma, a passagem do Livro do Êxodo (Ex 32,7-14), em que nos revela um Deus que é paciente e sempre adia o castigo ao Seu povo..

A Sagrada Escritura nos apresenta algumas passagens, de modo especial os Salmos, que oferecem uma concepção de um Deus impaciente, que queima as etapas, em que os apelos à vingança são bastante frequentes (1Rs 18,40; Sl 82 e 108).

Os Profetas falam da cólera de Deus, que não é o último e definitivo momento da manifestação divina: o perdão sempre vence.

A Bíblia nos apresenta Javé, rico em graça e fidelidade, e sempre pronto a retirar Suas ameaças, quando Israel volta novamente ao caminho da conversão (Sb 12,12.16-19).

O Profeta Elias, cheio de zelo, em experiência pessoal, compreende que Deus não está no furacão ou no terremoto; Ele Se apresenta na brisa leve, no sopro do vento mais delicado (1Rs 19,9-13).
No Novo Testamento, os Apóstolos Tiago e João são censurados por causa do desejo de fazer cair raios sobre os samaritanos que não acolhem Jesus (Lc 9,51-55; Mt 26,51).

Esta foi a Boa-Nova do Reino inaugurada por Jesus, anunciada a todos e, de modo especial, aos pecadores, sem exclusão de ninguém no Seu Reino: todos são a ele chamados, todos podem aí entrar.

Em todos os momentos, Jesus encarnou e viveu a paciência divina, e nisto consiste a missão da Igreja, Corpo de Cristo, encarnar entre os homens a paciência de Jesus.

Como Igreja, temos que revelar no mundo a verdadeira face do amor, sem jamais destruir as pontes de comunicação com a força misericordiosa de Deus, como vemos no Evangelho (Mt 13,24-43).

“Na terra, o trigo está sempre misturado com o joio, e a linha de demarcação entre um e outro não passa pelas páginas dos registros paroquiais ou pelas fronteiras dos países; está no coração e na consciência de cada homem. Deve-se sempre recordar que a separação entre os bons e os maus só será feita depois da morte”.

Urge aprender com Deus a viver a divina paciência diante das dificuldades do mundo, com os que pensam e agem diferente de nós.

A divina paciência é alcançada quando nos reconhecemos diante de Deus como frágeis criaturas modeladas por Sua Mão, e nos configuramos a Jesus Cristo, que Se apresentou a nós manso e humilde de coração.

Cabe a Deus o julgamento final, não nos cabe catalogar as pessoas entre trigo e joio. Ao contrário, é preciso que nosso coração seja entranhado pela misericórdia e paciência divina, para que sejamos puro trigo de Deus em Sua seara.

Somente a abertura e acolhida do Espírito e a vivência da Palavra que Jesus nos comunicou, é que nos farão verdadeiramente puros trigos de Deus.


PS: Fonte inspiradora -  Missal Dominical – Editora Paulus - pág. 749. 

Quaresma: acolhidos e envolvidos pela misericórdia divina

                                                                

Quaresma: acolhidos e envolvidos pela misericórdia divina

Na quinta-feira da 4ª semana do Tempo da quaresma, ouvimos a passagem do Livro do Êxodo (Ex 32,7-14), e contemplamos a face misericordiosa de Deus, que Se revela num Amor infinito e incondicional pela humanidade.

A passagem retrata um momento fundamental na História do Povo de Deus: Moisés está no Monte Sinai, e lá Deus Se manifesta com Ele dialoga, mais ainda, ora e intercede pelo povo que, infringindo os termos da Aliança, faz um bezerro de ouro para ser adorado.

Retrata, portanto, o necessário compromisso de amor e comunhão de Israel com Deus, sem o que cairá em nova escravidão, da qual Javé os libertou, de modo que, sem fidelidade e adoração a Javé não há vida, liberdade e felicidade.

Ressalta-se a intercessão de Moisés e a ação misericordiosa de Deus, que se expressa em ternura e bondade.

O Amor infinito de Deus pelo Seu Povo sempre fala mais alto que Sua vontade de castigar, por causa dos desvios e infidelidades cometidas.

A atitude de Moisés é questionadora: face à indignação de Deus, intercede pelo Povo e não deixa que a ambição pessoal se sobreponha ao interesse do Povo – “deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua; de ti farei uma grande nação”. Moisés não aceitou a proposta, mas intercede em favor do povo. Moisés nada pede para si e questiona a tantos que sacrificam tudo pelo status, poder e acúmulo de bens...

Reflitamos:

- Quais são as infidelidades que cometemos contra Deus?
- Como corresponder melhor ao infinito e incondicional Amor de Deus por nós?
- Quais lições temos a aprender com Moisés nesta passagem bíblica?

Concluindo, vivendo a Quaresma, como seguidores de Jesus, que se põem a caminho com Ele, façamos uma caminhada de penitência e conversão, sentindo-nos acolhidos pelo Amor de Deus, que espera nossa resposta de amor.

Entremos na alegria de Deus, revelada a nós por Jesus, acolhendo e nos deixando conduzir pela ação do Espírito Santo.

Redimidos pelo Amor Trinitário, preenchidos deste amor, seremos dele comunicadores, transbordando o mesmo amor para com o outro, na alegria do perdão dado e recebido.

Renovemos nossa fé e fidelidade em Jesus Cristo, que nos revelou a face de um Deus que é amor e misericórdia

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG