quarta-feira, 12 de junho de 2024

Em poucas palavras...

 


“Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino...”

"Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mc 2, 17).

Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa «alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa» (Lc 15, 7).

A prova suprema deste amor será o sacrifício da Sua própria vida, «pela remissão dos pecados» (Mt 26, 28)."

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 545

terça-feira, 11 de junho de 2024

Sabor e Luz

                                                      

Sabor e Luz

Reflexão à luz da passagem do Evangelho, em que Jesus nos diz que, como Seus seguidores, devemos ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16).

Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

Todo pequeno esforço para o bem não fica perdido: é como um fiozinho de erva que contribui para tornar verde um campo.

Tem-se hoje a tentação de desconhecer os pequenos valores, mas uma pequenina luz ilumina passo sobre passo.

‘Ser’ cristão é um empenho social, missionário. Não depreciemos a mais ínfima contribuição para a construção do Reino: o oceano e feito de gotas” (1).

De fato, nisto consiste a vida cristã: ser sinal da presença de Deus, com nossos pequenos gestos, mas se por amor, tornam-se grandes aos Seus olhos.

Cada gesto de amor que fizermos é sal que dá gosto de vida ao outro; uma luz que se acende, por vezes, em situações adversas e sombrias.

Estamos no mundo, na exata medida, para sermos sal da terra e luz do mundo. Entretanto, em nome de fazer grandiosas ações, muitas vezes, nos calamos, com indesejável omissão, e perdemos a oportunidade e a graça de sermos a presença de Deus na vida de nosso próximo.

Reavivemos a chama da fé em nosso discipulado, renovando em nós e no coração do outro, a esperança, ainda que com gestos pequenos de caridade, fazendo a diferença na vida de quem mais precisa de nossa acolhida, compreensão e solidariedade.

Um dos caminhos que a Igreja nos ensina é a prática das Obras de misericórdia corporais e espirituais.

As obras de misericórdia corporais: 
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos

(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de misericórdia").

Oremos:

Ó Deus, que nos confiastes a graça de sermos sal da terra e luz do mundo, ajudai-nos a viver na fidelidade aos Vossos desígnios, para que jamais percamos o sabor e não ofusquemos o esplendor que  nos concedestes no dia de nosso Batismo. 

Ajudai-nos também a dar sabor, como o sal ao alimento, a quantos precisarem redescobrir o gosto de viver, de Vos conhecer e amar, e assim, da luminosidade divina,  frágeis instrumentos Vossos sejamos. Amém.

(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág.881

Em poucas palavras...

                                                    

 

A indissolubilidade matrimonial

“No entanto, há situações em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Em tais casos, a Igreja admite a separação física dos esposos e o fim da coabitação.

Mas os esposos não deixam de ser marido e mulher perante Deus: não são livres de contrair nova união. Nesta situação difícil, a melhor solução seria, se possível, a reconciliação.

A comunidade cristã é chamada a ajudar estas pessoas a viverem cristãmente a sua situação, na fidelidade ao vínculo do seu Matrimônio, que continua indissolúvel” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica n. 1649

São Barnabé: corajosa testemunha do Senhor

                                                                    

São Barnabé:  corajosa testemunha do Senhor


A Liturgia das Horas nos apresenta parte dos Tratados sobre o Evangelho de São Mateus, escrito pelo Bispo São Cromácio (Séc. IV), ao celebrarmos a Memória de São Barnabé, no dia 11 de junho, oferecendo-nos a possibilidade de refletir sobre a missão do cristão de ser luz do mundo.

“'Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa (Mt 5,14-15)’.

 O Senhor chamou Seus discípulos de sal da terra, porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E também os chamou de luz do mundo porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas.

O Senhor é o Sol da Justiça; é, por conseguinte, com toda razão que chama Seus discípulos luz do mundo; pois é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do Seu próprio conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do erro, manifestando a luz da verdade.

Iluminados por eles, também nós passamos das trevas para a luz, como afirma o Apóstolo: ‘Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz' (Ef 5,8). E noutra passagem: 'Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas’ (1Ts 5,5).

Com razão diz também São João numa epístola sua: ‘Deus é luz’ (1Jo 1,5); e quem permanece em Deus está na luz, da mesma forma como ele próprio está na luz. Portanto, uma vez que temos a felicidade de estar libertos das trevas do erro, devemos caminhar sempre na luz, como filhos da luz. A esse propósito, diz ainda o Apóstolo: ‘Vós brilhais como astros no universo. Conservai com firmeza a palavra da vida' (Fl 1,15-16).

Se não procedemos assim, ocultaremos e obscureceremos com o véu da nossa infidelidade, para prejuízo tanto nosso como dos outros, uma luz tão útil e necessária. 

Eis o motivo por que incorreu em merecido castigo aquele servo que, recebendo o talento para dar juros no céu, preferiu escondê-lo a depositá-lo no banco.

 Assim, aquela lâmpada resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve sempre brilhar em nós. Pois temos a lâmpada dos Mandamentos de Deus e da graça espiritual a que se refere Davi: ‘Vosso mandamento é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada em meu caminho’ (cf. Sl 118,105). E Salomão também diz acerca dela: ‘O preceito da Lei é uma lâmpada’ (cf. Pr 6,23).

Por isso, não devemos ocultar esta lâmpada da Lei e da fé, mas colocá-la sempre no candelabro da Igreja para a salvação de todos. Então gozaremos da luz da própria verdade e serão iluminados todos os que creem”.

Urge que sejamos vigilantes, para que o “véu da incredulidade” não obscureça a luz que haveremos de fazer resplandecer no mundo, cuja missão nos confiou o Senhor.

Tenhamos sempre a “lâmpada dos Mandamentos de Deus e da graça espiritual”, como nos falou o Bispo, para irradiar a luz divina, onde quer que estejamos.

São Barnabé, por sua vida e testemunho, assim o fez, e o mesmo haveremos de fazer, pois, assim como ele, queremos estar sempre cheios de fé e do Espírito.

Oremos:

“Ó Deus, que designastes São Barnabé, cheio de fé e do Espírito, para converter as nações, fazei que a Vossa Igreja anuncie por palavras e atos o Evangelho de Cristo que ele proclamou intrepidamente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Chamados, amados e enviados pelo Senhor

                                         



Chamados, amados e enviados pelo Senhor

No 11º Domingo do Tempo Comum (Ano A), ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 9,36-10,8), em que Jesus, tomado de compaixão pelo povo, envia os discípulos em missão.

Para maior aprofundamento, sejamos enriquecidos pelo Sermão de Eusébio de Emessa.

“Dois homens entravam na cidade; dois homens sem provisão de pão, sem dinheiro, sem túnica reserva. Quem tu imaginas que os recebia? Que portas lhe seriam abertas? Quem era aquele que os reconhecia? Que hospedagem lhes era preparada e onde? Não te admiras o poder de quem os envia e a fé dos que são enviados? Dois peregrinos faziam sua entrada na cidade. De que eram portadores? O que é que pregavam? ‘Foi crucificado’, diziam.

Para os judeus, eram homens de origem humilde, ignorantes, sem cultura, pobres. Sua pregação: a Cruz! Daí a fé. Porém o valor abre passo através das dificuldades. Prega-se a cruz e os templos são destruídos; prega-se a Cruz e são vencidos os reis. Prega-se a Cruz e os sábios são convencidos de erro, as festas pagãs são abolidas e seus deuses suprimidos.

Por que te admiras de que se tenha dado crédito aos apóstolos, ou de que tinham sido capazes de crer, ou por que tenham se convertido ou sido acolhidos? Que não nos passem por alto tantas maravilhas.

Alguns peregrinos, desconhecidos, que a ninguém conheciam, portadores de nada chamativo, percorreram o mundo pregando ao Crucificado, opondo o jejum à libertinagem, a molesta castidade à lascívia. Normas estas que necessariamente resultariam em intoleráveis aos povos menos predispostos a aceitar algumas exortações de honestidade tão disputadas com seus nefandos costumes.

E, contudo, apropriavam-se das pessoas e ocupavam cidades. Com que efetivos? Com a força da Cruz. Aquele que os enviou não lhes deu ouro. O tinham – e em abundância – os reis. Porém lhes digo algo que os reis são incapazes de adquirir ou possuir: para alguns homens mortais lhes deu o poder de ressuscitar mortos; a eles, homens sujeitos à enfermidade, autorizou-lhes a curar as enfermidades. Um rei não pode ressuscitar a um soldado dentre os mortos, e o próprio rei está sujeito à enfermidade.

Mas quem os enviou ressuscita e cura os enfermos. Compara agora as riquezas dos reis e as riquezas dos apóstolos. Fixa-te na diversa condição social: o rei é nobre, os apóstolos, humildes; porém, sendo mortais, realizaram coisas divinas com a ajuda de Deus. E se alguém pretende que os apóstolos não fizeram milagres, nossa admiração se eleva. De fato, ressuscitaram-se mortos, deram vista aos cegos, fizeram os coxos caminharem e limparam os leprosos, mediante estes sinais varreram a irreligiosidade e implantaram a fé; é realmente admirável não acreditem nestes milagres dos quais existe escrita constante.

Antes da crucificação os discípulos não fizeram milagre algum; depois da crucificação realmente os fizeram. E se fizeram alguma coisa antes da crucificação, não teve nenhuma repercussão: mas quando o sangue divino apagou o registro que nos condenava com suas cláusulas e era contrário a nós; quando nós, imundos, fomos lavados no sangue; quando a morte foi vencida pela morte; quando por um Homem, Deus abateu aquele que devorava os homens; quando pela obediência, deu morte ao pecado; quando Adão foi reabilitado por um homem; quando por meio da Virgem, foi cancelado o erro originário, é então que os apóstolos obedecem e as sombras despertam aos homens que dormem.

É que a força divina se tinha apoderado daqueles a quem ela lhes foi enviada. Já não eram como antes, aquilo que nós éramos: tinham sido revestidos. E assim como o ferro, antes de ser colocado junto ao fogo, é frio e em tudo semelhante a qualquer outro ferro, porém quando é posto no fogo e se torna incandescente, perde a sua frieza natural e irradia outra natureza abrasada, idêntica operação realizam os homens mortais que foram revestidos de Jesus. Assim o ensina Paulo quando diz: ‘Já não sou eu que vivo – estou morto com uma ótima morte! – é Cristo que vive em mim’” (1)

Assim aconteceu nos primeiros momentos das comunidades, professando a fé no Cristo Crucificado, Morto e Ressuscitado.

Hoje também continuamos a missão de Jesus, conforme mencionado no Evangelho, contando com a graça, força e presença do Espírito Santo, enviado do Pai em Seu nome, conforme prometera.

Evangelizamos com recursos ainda que limitados, sobretudo hoje através dos meios de comunicação social, proclamando a Palavra de Deus, oportuna e importunamente, como nos falou Paulo a Timóteo (2Tm 4,1-5).

Edificamos uma Igreja com as marcas da misericórdia e compaixão, missionária em sua essência e natureza, em todos os lugares para que a luz divina resplandeça e o Reino de Deus se vislumbre, em pequenos sinais.

Renovemos a alegria de continuar a missão de Jesus, alimentados pela Eucaristia, tendo em mente e no coração o testemunho daqueles primeiros que o Senhor chamou como bem quis por amor e com amor.

Seja sempre nossa missão de evangelizadores uma alegre, generosa e gratuita resposta de amor ao Senhor que nos chama também e nos envia para proclamar a Sua Palavra. Sejamos sinais e instrumentos da compaixão divina, sobretudo para com os que mais precisarem.



(1) Lecionário Patrístico Dominical, Editora Vozes, 2013 - pp. 157-158.
Apropriado para a reflexão da passagem de Mateus (Mt 10,7-13)

Em poucas palavras...

 


A escolha dos doze apóstolos

“Desde o princípio da sua vida pública, Jesus escolheu alguns homens, em número de doze, para andarem com Ele e participarem na sua missão (Mc 3,13-19). Deu-lhes parte na sua autoridade «e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a fazer curas» (Lc 9, 2). Estes homens ficam para sempre associados ao Reino de Cristo, porque, por meio deles, Jesus Cristo dirige a Igreja:

«Eu disponho, a vosso favor, do Reino, como meu Pai dispõe dele a meu favor, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E sentar-vos-eis em tronos, a julgar as doze tribos de Israel» (Lc 22, 29-30).” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 551

Para reflexão da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 4,12-23)

Sal e luz na planície do cotidiano

                                                         

Sal e luz na planície do cotidiano

... quando atraímos o olhar de todos para Deus, e não para nós mesmos, 
é que somos sal da terra e luz do mundo.

A Liturgia da terça-feira da 10ª Semana do Tempo Comum nos convida a refletir sobre o compromisso de nosso Batismo, quando nos tornamos cristãos, discípulos missionários do Senhor, vivendo de modo especial a Proposta que Jesus nos fez no Sermão da Montanha (Mt 5, 1-12).

Fazer brilhar a luz de Deus na noite do mundo, e como sal dar gosto e sentido de Deus a todo o existir, é a nossa grande missão.

A mensagem do Evangelho (Mt 5,13-16) é o desdobramento do Sermão da Montanha que, se verdadeiramente vivido na planície, nos faz sal da terra e luz do mundo.

Seguidores do Senhor não podem se instalar na mediocridade, jamais se acomodar, mas pôr-se sempre a caminho, sem nenhuma possibilidade para comodismo e facilidades.

Ser sal e luz implica em total fidelidade dos discípulos ao programa anunciado por Jesus nas Bem-Aventuranças: ser pobre em espírito, misericordioso, puro, sedento de justiça e paz e capaz de sofrer toda forma de incompreensão, calúnia e perseguição.

Ser cristão é um compromisso sério, profético, exigente no testemunhar do Reino em ambientes adversos. Não se pode viver um cristianismo “morno” instalado, cômodo, reduzindo a algumas práticas de Oração e de culto (até mesmo de uma Missa apenas aos domingos, como simples expressão de preceito cumprido).

Somente quando o nosso agir revela a ação e o compromisso com o Projeto Divino é que somos sal da terra e luz do mundo, anunciando e testemunhando Jesus como a Luz de todos os Povos, de todas as nações.

Somente quando atraímos o olhar de todos para Deus, e não para nós mesmos, é que somos sal da terra e luz do mundo.

Discípulos missionários do Senhor devem se preocupar permanentemente em não atrair sobre si o olhar de todos, mas deve, antes e sempre, se preocupar em conduzir o olhar e o coração de todos para Deus e à Proposta de Seu Reino de Amor, Vida e Paz.

Sendo sal, que jamais percamos o gosto, do contrário para nada serviremos. Sendo luz, que jamais permitamos que ela se apague, não obstante as dificuldades próprias da existência.

Que tenhamos a coragem de comunicar a luz de Deus na escuridão do cotidiano, jamais perdendo o gosto do sal de Deus: gosto da partilha, do acolhimento, da misericórdia, da caridade.  Tão somente assim a luz de Deus, que em nós habita pelo Seu Espírito, comunicará luz aos que se encontram ao nosso redor.

Sal e luz, sejamos sempre! Sermão da Montanha ouvido e acolhido, na planície da vida anunciado, testemunhado e corajosamente vivido. Amém!   

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG