terça-feira, 11 de junho de 2024

São Barnabé: corajosa testemunha do Senhor

                                                                    

São Barnabé:  corajosa testemunha do Senhor


A Liturgia das Horas nos apresenta parte dos Tratados sobre o Evangelho de São Mateus, escrito pelo Bispo São Cromácio (Séc. IV), ao celebrarmos a Memória de São Barnabé, no dia 11 de junho, oferecendo-nos a possibilidade de refletir sobre a missão do cristão de ser luz do mundo.

“'Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa (Mt 5,14-15)’.

 O Senhor chamou Seus discípulos de sal da terra, porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E também os chamou de luz do mundo porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas.

O Senhor é o Sol da Justiça; é, por conseguinte, com toda razão que chama Seus discípulos luz do mundo; pois é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do Seu próprio conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do erro, manifestando a luz da verdade.

Iluminados por eles, também nós passamos das trevas para a luz, como afirma o Apóstolo: ‘Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz' (Ef 5,8). E noutra passagem: 'Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas’ (1Ts 5,5).

Com razão diz também São João numa epístola sua: ‘Deus é luz’ (1Jo 1,5); e quem permanece em Deus está na luz, da mesma forma como ele próprio está na luz. Portanto, uma vez que temos a felicidade de estar libertos das trevas do erro, devemos caminhar sempre na luz, como filhos da luz. A esse propósito, diz ainda o Apóstolo: ‘Vós brilhais como astros no universo. Conservai com firmeza a palavra da vida' (Fl 1,15-16).

Se não procedemos assim, ocultaremos e obscureceremos com o véu da nossa infidelidade, para prejuízo tanto nosso como dos outros, uma luz tão útil e necessária. 

Eis o motivo por que incorreu em merecido castigo aquele servo que, recebendo o talento para dar juros no céu, preferiu escondê-lo a depositá-lo no banco.

 Assim, aquela lâmpada resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve sempre brilhar em nós. Pois temos a lâmpada dos Mandamentos de Deus e da graça espiritual a que se refere Davi: ‘Vosso mandamento é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada em meu caminho’ (cf. Sl 118,105). E Salomão também diz acerca dela: ‘O preceito da Lei é uma lâmpada’ (cf. Pr 6,23).

Por isso, não devemos ocultar esta lâmpada da Lei e da fé, mas colocá-la sempre no candelabro da Igreja para a salvação de todos. Então gozaremos da luz da própria verdade e serão iluminados todos os que creem”.

Urge que sejamos vigilantes, para que o “véu da incredulidade” não obscureça a luz que haveremos de fazer resplandecer no mundo, cuja missão nos confiou o Senhor.

Tenhamos sempre a “lâmpada dos Mandamentos de Deus e da graça espiritual”, como nos falou o Bispo, para irradiar a luz divina, onde quer que estejamos.

São Barnabé, por sua vida e testemunho, assim o fez, e o mesmo haveremos de fazer, pois, assim como ele, queremos estar sempre cheios de fé e do Espírito.

Oremos:

“Ó Deus, que designastes São Barnabé, cheio de fé e do Espírito, para converter as nações, fazei que a Vossa Igreja anuncie por palavras e atos o Evangelho de Cristo que ele proclamou intrepidamente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG