quinta-feira, 27 de junho de 2024

Confiança plena somente no Senhor

                                                  

Confiança plena somente no Senhor

“...Que é a Rocha sobre a qual deve ser edificada a nossa vida,
pois Ele é o verdadeiro legislador e verdadeiro Mestre.”

A Liturgia da quinta-feira da 12ª semana do Tempo Comum (ano par) nos apresenta a página de um momento dificílimo vivido pelo Povo de Deus, como vemos na primeira Leitura (2 Rs 24,8-17).

Jerusalém, confiando nas forças humanas, caminhou para a sua própria destruição, tornando-se escrava de um poder esmagador, avassalador.

Com a subida do jovem rei Joaquim ao trono, por sua má conduta, atrai sobre Jerusalém a invasão do império dos babilônios (ano de 597 a.C.) com seu Rei Nabucodonosor  e soldados. Ocorre a primeira deportação e com isto um cenário desolador marcado por saques.

Ocorre a deportação das pessoas adultas da população; a família real é deportada para a Babilônia, com os funcionários, guerreiros, guias espirituais, artesãos e homens de valor.

Os tristes acontecimentos históricos, com todo cuidado narrados pelo hagiógrafo, nos apresentam um aparente fim, mas a promessa do rei da descendência de Davi se cumprirá mais tarde, com a vinda do Messias, Jesus Cristo, no qual se pode confiar plenamente.

Este momento vivido não consiste numa simples narrativa, pois traz implícita uma mensagem para aqueles que têm fé, que ultrapassarem aquele momento vivido:

“Mesmo as vicissitudes mais dolorosas, mesmo os acontecimentos mais obscuros ganham sentido se lidos à luz da Palavra de Deus, e se são acolhidos com confiança e obediência, entram a fazer parte de um desígnio de salvação. Nada é neutral na nossa vida” (1)

E relacionando com a passagem do Evangelho deste mesmo dia (Mt 7,21-29), sobre a construção da casa sobre a rocha, evidencia uma outra mensagem: nossa segurança somente se encontra no Senhor, que é a Rocha sobre a qual deve ser edificada a nossa vida, pois Ele é o verdadeiro legislador e verdadeiro Mestre.

O Senhor Jesus não é alguém que veio transmitir palavras alheias, mas a Palavra do Pai, sendo Ele a própria revelação de Deus:

 “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9); e ainda, “Eu e o Pai somos um” (17, 22).

Toda vida humana, se não enraizada em Cristo e em Sua Palavra, tende ao vazio, ao desmoronamento. Somente sobre Ele e Sua Palavra é que se pode construir uma vida marcada pelo êxito e solidez, que suporte “os ventos e tempestades” que nos acompanham no entrelaçar dos acontecimentos de nossa história, bem como de nossas famílias, comunidade e a própria história da humanidade, num contexto mais amplo.

Os verdadeiros discípulos missionários do Senhor, não colocam sua confiança nos homens, nos poderes que passam, mas tão somente em Deus, que deve ser adorado e amado com todo coração, alma e entendimento.

A garantia de uma vida feliz, alcançamos na escuta e na prática a Palavra de Deus, indispensável para que entremos no gozo da eternidade, no Reino dos Céus, como o próprio Jesus afirmou.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus- Lisboa - pp. 593-594.

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