segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Quando amanhecer...

                                                                

Quando amanhecer...

Quando o dia amanhecer cinza, ao olhar pela janela quero ver o surgir do sol, com seus raios luminosos, dissipando todo o sentimento de melancolia que possa ter fincado âncora no coração da humanidade.

Quando o sol estiver a pino, quero ver dissipados todos os horizontes estreitos daqueles que nada mais sonham, nada esperam, porque não cultivam nem creem mais na fina flor da esperança, que somente brota no coração que é fecundando por quem tem fé, nutrida e expressa em salutar caridade.

Quando o sol começar a se por, vou acompanhar até o último instante, com a certeza de que ele está despontando noutro lugar, sentindo que assim também são as nossas forças, quando parecem exauridas se renovam, num mistério de ressurgimento, como Mistério de Morte e Ressurreição.

Quando a noite estiver avançando, quero contemplar a luminosidade da lua, como que revelando a face oculta e difícil de se notar,  e no meio de uma multidão ver os olhos brilhando, como estrelas a poucos centímetros do chão, num céu perto de mim, porque refletem lágrimas que foram vertidas, por alguém que uma forte e bela emoção acabou de sentir.

E num novo amanhecer, quero ver o sol nascer brilhando, porque foi anunciado, em todos os meios de comunicação, o fim da violência urbana, da criminalidade, do tráfico de drogas, da miséria, da claudicante realidade da educação, da funesta corrupção...

Enfim, não haverá nada mais que nos impeça de olhar para o futuro com esperança, porque, foram derrubados todos os muros erguidos pela prepotência e avidez, e agora é tempo do novo, e da reconstrução dos projetos dos fracos, dos esmagados pela indiferença e dor.

Vejo sair, pelos campos e praças, sentinelas da prudência, na salutar vigilância, pregando e testemunhando a necessária lealdade, transparência, juntamente com a coragem da denúncia que está presente no coração de um profeta.

Não há vestígios de cumplicidade e nada que possa destruir a vida; multiplicam-se inumeráveis jardineiros do Senhor, com a esperança de um novo céu e uma nova terra, numa busca incansável pelos que sabem vislumbrar o paraíso promessa, e não paraíso corrompido, destruído e num passado remoto, para sempre perdido... 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG