Quem melhor do que Maria?
Sejamos iluminados pela Homilia escrita pelo do Abade São Bernardo (Séc. XII) sobre Nossa Senhora, aquela que foi preparada pelo Altíssimo e prometida pelos Patriarcas.
“A Deus competia nascer de uma virgem unicamente; e era claro que do parto da Virgem somente viesse Deus à luz.
Por esse motivo, o Criador dos homens, para Se fazer homem nascido de ser humano, devia dentre todas escolher, ou melhor, criar para Si a mãe tal, como sabia convir a Si e ser-Lhe agradável em tudo.
Quis então que fosse uma virgem. Da imaculada nascendo o Imaculado, Aquele que purificaria as máculas de todos.
Ele a quis também humilde, donde proviesse o manso e humilde de coração, que iria mostrar a todos o necessário e salubérrimo exemplo destas virtudes.
Concedeu, pois, à Virgem a fecundidade, a ela a quem já antes inspirara o voto da virgindade e lhe antecipara o mérito da humildade.
A não ser assim, como poderia o anjo dizê-la cheia de graça, se algo, por mínimo que fosse, faltasse à graça?
Assim, aquela que iria conceber e dar à luz o Santo dos Santos, recebeu o dom da virgindade para que fosse santa no corpo, e, para ser santa no espírito, recebeu o dom da humildade.
Esta Virgem régia, ornada com as joias das virtudes, refulgente pela dupla majestade da alma e do corpo, por sua beleza e formosura conhecida nos céus, atraiu sobre si o olhar dos anjos. Até atraiu sobre si a atenção do Rei, que a desejou e arrebatou das alturas até si o mensageiro celeste.
O anjo foi enviado à Virgem (Lc 1,26-27). Virgem na alma, virgem na carne, virgem pelo propósito, virgem enfim tal como a descreve o Apóstolo, santa de espírito e de corpo.
Não pouco antes, nem por acaso encontrada, mas eleita desde o princípio dos séculos, conhecida pelo Altíssimo e preparada para Ele, guardada pelos Anjos, prefigurada pelos Patriarcas, prometida pelos Profetas”.
Contemplemos a mais bela de todas as mulheres, aquela que de corpo e alma foi assunta aos céus; aquela que foi preparada pelo Altíssimo, prefigurada pelos Patriarcas e prometida pelos Profetas, e coroada como Rainha, “ornada com as joias das virtudes pela dupla majestade da alma e do corpo, por sua beleza e formosura conhecida nos céus...”
Virgem, imaculada, pura, inteiramente para Deus, inteiramente para acolher no ventre o próprio Deus. Por isto, a Igreja a reconhece como o primeiro Sacrário vivo da Eucaristia.
Contemplemos suas qualidades, e reconheçamos a beleza de sua participação na obra da nossa redenção.
É preciso que também desta redenção participemos, tendo ela como modelo na fidelidade ao Filho. Incansável no combate contra o mal, a morte, o pecado, a destruição da vida etc.
Como disse Santo Inácio, nos exercícios espirituais é preciso que tomemos cuidado com os degraus que nos fragilizam e permitem a vitória do mal, prefigurado em Satanás, que tenta nos conduzir para longe de Deus.
O primeiro é exatamente a riqueza; o segundo, consequência da posse do dinheiro, é a vanglória; o terceiro é a soberba daquele que, por ter muitos bens, julga que não necessita de Deus para viver, e vive muito bem.
Renovemos nossa devoção à Maria; contando com sua companhia, inspirando-nos sempre nela no bom combate da fé, em incondicional fidelidade ao seu Filho.
Maria é quem melhor pode nos ensinar a rezar, em Deus confiar e da luta jamais desistir.
Quem melhor do que Maria
para nos ensinar a rezar,
em Deus confiar e da luta jamais desistir?
Quem melhor do que Maria cantou, sonhou
e participou do Mundo Novo que há de vir?
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia…
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