Paraíso: saudade ou compromisso?
Nas primeiras páginas da Sagrada Escritura, ao refletir sobre o paraíso, perguntamo-nos:
Nostalgia de um passado ou profecia do futuro, ou dom de Deus já concedido ou a ser conquistado?
Quais as intenções do autor bíblico ao escrever estas páginas, ao descrever a obra da criação feita por Deus:
- descreve um mundo diferente, que é exatamente o oposto à realidade conhecida e vivida, ou seja, acena para como deveria ser o mundo conforme o desejo de Deus;
- o "paraíso" é como se fosse o projeto do mundo, cuja realização Deus continua a esperar, confiando-a a livre decisão do homem;
- olhando em torno de si, tem aguda consciência dos males que afligem a vida familiar e social, não podem ser aceitos como situação normal da humanidade;
- pelo realismo de sua fé, está convencido, como toda a Bíblia, de que Deus é bom e justo, quer o bem dos homens e não sua condenação;
- Deus não pode ter querido o mundo assim como é: o homem, sobretudo o homem de fé, não pode dizer: "Paciência, aguentemos! A vida é assim. Deus a quer assim! ".
Retomando a questão acima, creio que a única resposta é que o Paraíso é uma profecia do futuro e algo a ser conquistado.
Relendo as primeiras páginas da Sagrada Escritura, vemos que está em nossas mãos a criação, para o aperfeiçoamento e não a degradação, como vemos em notícias e acontecimentos multiplicados.
Deus coloca em nossas mãos todas as possibilidades de recriarmos um mundo novo. No entanto, não podem falar mais alto o egoísmo, a ganância e o lucro a qualquer preço.
Mais do que nunca, é tempo de retomar a Encíclica "Laudato S'i” escrita pelo Papa Francisco (2015), em que nos apresenta a necessária ecologia integral, que garantirá o devido cuidado de nossa casa comum, com vida plena para todos, no tempo presente e garantindo também para as gerações que hão de vir.
Fonte: Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.747
Nenhum comentário:
Postar um comentário