Maria, a mensageira da Paz
Reflexão à luz da
passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 1,39-56).
Maria vai ao
encontro de Isabel, saúda-a e fica com ela como mensageira da Paz. O
Evangelista Lucas nos apresenta Maria, como como a primeira portadora da Glória
de Deus, da Boa Notícia de Sua Presença, levando no ventre Jesus.
Sua fé lhe
concede palavra e mobilidade para ir ao encontro de Isabel, como alegre
mensageira do Verbo, da Palavra que se fez Carne e habitou entre nós (Jo 1,14).
De fato, a sua fé
é toda impregnada de meditação - “Sua
mãe conservava cuidadosamente todas as coisas em seu coração” (Lc 2,51).
No encontro
inusitado, contemplamos a palavra, a voz de Maria, que transforma as pessoas,
suscita a alegria dos últimos tempos.
Deste modo, por
acolher a Palavra e crer nela, Maria proclama o Magnificat.”, que é o canto
de alegria, confiança e esperança dos pobres em espírito, que se abrem aos
projetos, vontade e desígnios divinos.
Deus cumpre a
promessa feita a Abraão e a sua descendência, pois o que ela realiza não é
efêmero – já o definitivo.
O Magnificat fala
de um acontecimento passado com futuro, e Maria não apenas o canta, mas vive
cada palavra de suas linhas e entrelinhas.
Maria profetiza a
subversão messiânica de todos os valores: uma inversão em todos os planos.
Proclama que Deus cumpriu a tríplice
derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na
salvação: no campo religioso, a derrubada
da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos
poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e
a promoção da verdadeira partilha, solidariedade e fraternidade.
O Evangelista
Lucas, ao colocar literalmente o Magnificat na boca de Maria, leva-nos a
pressupor que o conteúdo desse hino se adequava à imagem que de Maria lhe havia
transmitido a tradição.
Contemplemos e
louvemos Maria:
- sempre Maria: a
ouvinte, servidora da Palavra, o acontecer da Palavra de Deus. Não apenas ouve,
mas é cheia de graça, e cumpre totalmente a Palavra de Deus;
- que se
transforma na tenda itinerante e viva da glória do Senhor, na arca da Nova
Aliança. Traz no ventre não mais as tábuas da Lei, o maná e o cajado de Aarão,
mas Jesus, a Palavra, o Pão e Sacerdote da Nova e Eterna Aliança;
- que através de
suas ações, sua viagem e seu falar, torna presente a Glória do Senhor. Uma
presença misteriosa, mas perceptível pelo Espírito Santo, do qual estão cheios
tanto João como Isabel;
- que leva essa
presença da glória do Senhor, e por isto é objeto de bênção, ao mesmo tempo que
se bendiz o fruto de suas entranhas, Cristo, o Filho de Deus.
Contemplemos e
louvemos Maria, e com ela edifiquemos uma Igreja decididamente missionária, a
serviço do Reino, como alegres, convictos mensageiros da Paz, Jesus, Seu
Amantíssimo Filho e Redentor de toda a humanidade. Amém.
Fonte:
Mariologia – Síntese bíblia, história e sistemática – José Cristo Rey García
Pareces – Editora Ave Maria – pp.96-105
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