quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Maria, a mensageira da Paz

 


Maria, a mensageira da Paz

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 1,39-56).

Maria vai ao encontro de Isabel, saúda-a e fica com ela como mensageira da Paz. O Evangelista Lucas nos apresenta Maria, como como a primeira portadora da Glória de Deus, da Boa Notícia de Sua Presença, levando no ventre Jesus.

Sua fé lhe concede palavra e mobilidade para ir ao encontro de Isabel, como alegre mensageira do Verbo, da Palavra que se fez Carne e habitou entre nós (Jo 1,14).

De fato, a sua fé é toda impregnada de meditação - “Sua mãe conservava cuidadosamente todas as coisas em seu coração” (Lc 2,51).

No encontro inusitado, contemplamos a palavra, a voz de Maria, que transforma as pessoas, suscita a alegria dos últimos tempos.

Deste modo, por acolher a Palavra e crer nela, Maria proclama o Magnificat.”, que é o canto de alegria, confiança e esperança dos pobres em espírito, que se abrem aos projetos, vontade e desígnios divinos.

Deus cumpre a promessa feita a Abraão e a sua descendência, pois o que ela realiza não é efêmero – já o definitivo.

O Magnificat fala de um acontecimento passado com futuro, e Maria não apenas o canta, mas vive cada palavra de suas linhas e entrelinhas.

Maria profetiza a subversão messiânica de todos os valores: uma inversão em todos os planos.

Proclama que Deus cumpriu a tríplice derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na salvação:  no campo religioso, a derrubada da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e a promoção da verdadeira partilha, solidariedade e fraternidade.

O Evangelista Lucas, ao colocar literalmente o Magnificat na boca de Maria, leva-nos a pressupor que o conteúdo desse hino se adequava à imagem que de Maria lhe havia transmitido a tradição.

Contemplemos e louvemos Maria:

- sempre Maria: a ouvinte, servidora da Palavra, o acontecer da Palavra de Deus. Não apenas ouve, mas é cheia de graça, e cumpre totalmente a Palavra de Deus;

- que se transforma na tenda itinerante e viva da glória do Senhor, na arca da Nova Aliança. Traz no ventre não mais as tábuas da Lei, o maná e o cajado de Aarão, mas Jesus, a Palavra, o Pão e Sacerdote da Nova e Eterna Aliança;

- que através de suas ações, sua viagem e seu falar, torna presente a Glória do Senhor. Uma presença misteriosa, mas perceptível pelo Espírito Santo, do qual estão cheios tanto João como Isabel;

- que leva essa presença da glória do Senhor, e por isto é objeto de bênção, ao mesmo tempo que se bendiz o fruto de suas entranhas, Cristo, o Filho de Deus.

Contemplemos e louvemos Maria, e com ela edifiquemos uma Igreja decididamente missionária, a serviço do Reino, como alegres, convictos mensageiros da Paz, Jesus, Seu Amantíssimo Filho e Redentor de toda a humanidade. Amém.

 

Fonte: Mariologia – Síntese bíblia, história e sistemática – José Cristo Rey García Pareces – Editora Ave Maria – pp.96-105

 

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