segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Peçamos o necessário ao Criador de todas as coisas

                                                          

Peçamos o necessário ao Criador de todas as coisas 

 “...por Vosso braço estendido sejamos livres de todo pecado; guardai-nos daqueles que nos odeiam sem motivo.” 

Na Carta aos Coríntios, escrita pelo Papa São Clemente I (Séc. I), o autor nos leva à imersão na mais profunda e inesgotável Fonte da Sabedoria, e ao mesmo tempo ao voo mais alto que possamos fazer ao encontro de Deus, à luz de Sua Palavra. 

“Com Orações e súplicas incessantes, pedimos ao Criador de todas as coisas que conserve íntegro o número de Seus eleitos em todo o mundo, por meio de Seu amado Filho, Jesus Cristo. Por Ele, fomos chamados das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento de seu nome glorioso. 

Concedei-nos, Senhor, a graça de esperar em Vosso nome, princípio de toda criatura. Abertos os olhos de nosso coração, conheçamos a Vós somente, Altíssimo entre os altíssimos, Santo a repousar entre os santos. Vós humilhais a arrogância dos soberbos. 

Arrasais os planos dos pagãos. Elevais os humildes e humilhais os poderosos, fazeis os ricos e os pobres. Levais à morte, salvais e vivificais, único benfeitor dos espíritos e Deus de toda a carne. Vós contemplais os abismos e observais as obras dos homens. 

Sois o auxílio dos que estão em perigo, salvador dos desesperados, criador e guarda de todas as almas. Multiplicais os povos pela terra e, entre todos, escolheis aqueles que Vos amam, por Jesus Cristo, Vosso Filho amado, por quem nos renovais, santificais e cobris de honra. 

Nós Vos rogamos, Senhor, que sejais o nosso ‘sustentáculo e auxílio’. Libertai os nossos que estão atribulados. Compadecei-Vos dos pequeninos. Levantai os caídos. Sustentai os indigentes. Sarai os doentes. Fazei voltar os que se desgarram de Vosso povo. Dai de comer aos famintos. Tirai da prisão nossos cativos. Erguei os fracos, confortai os medrosos. Todas as nações Vos conheçam, porque só Vós sois Deus, e conheçam igualmente a Jesus Cristo, Vosso Filho, e com elas também nós, o Vosso povo e as ovelhas do Vosso rebanho. 

Por Vossas obras manifestastes a perene constituição do mundo. Vós, Senhor, criastes o globo terrestre. Sois fiel para com todas as gerações, justo nos julgamentos, admirável de força e de magnificência. Sois cheio de sabedoria ao criar e prudente em firmar as coisas criadas. Sois bom em tudo quanto é visível, fiel para com aqueles que em Vós confiam, benigno e misericordioso. Perdoai nossas infidelidades e injustiças, nossos pecados e delitos. 

Não acuseis de pecado Vossos servos e Vossas servas, mas purificai-nos em Vossa verdade e conduzi nossos passos para caminharmos com piedade, justiça e simplicidade de coração, fazendo tudo o que é bom e agradável a Vossos olhos e diante de nossos pastores. 

Sobretudo, Senhor, mostrai-nos Vossa face e possamos nós gozar dos bens na paz à sombra de Vossa mão poderosa; por Vosso braço estendido sejamos livres de todo pecado; guardai-nos daqueles que nos odeiam sem motivo. 

Dai-nos concórdia e paz, a nós e a todos os habitantes da terra, como as destes a nossos antepassados, que piedosamente Vos invocavam na fé e na verdade. Unicamente Vós podeis agir assim e ainda maiores benefícios realizar em nosso favor. Nós Vos louvamos pelo pontífice e protetor de nossas vidas, Jesus Cristo. Por Ele glória e majestade a Vós agora, por todas as gerações e por todos os tempos. Amém.” 

Que os olhos de nosso coração se abram aos Mistérios da ação de Deus em nossa vida. 

Nutramos o mais belo de todos os desejos: a contemplação da face divina, que nos comunica alegria, ternura, segurança, paz... 

Sintamos a mão de Deus sobre nós, de modo que nos sintamos encorajados, seguros na travessia do deserto do quotidiano. 

Expressemos diante da bondade divina nossas fragilidades, medos, incertezas, e enfim, supliquemos a luz divina, que ilumina os tempos mais sombrios, como tão bem expressou Zacarias, quando se referiu a Jesus, o Sol Nascente que “ilumina a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados e para dirigir os nossos passos, guiando-os no caminho da paz” (cf. Lc 1,78-79).

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