Na segunda-feira da 1ª Semana do Tempo do Advento, a Liturgia nos convida a refletir sobre a Salvação que Deus oferece a todos os povos por meio de Jesus Cristo, à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,5-11).
Nesta passagem, encontramos a fé e a súplica de um centurião, para que Jesus cure seu servo.
"Este oficial coloca toda a sua confiança na misericórdia de Jesus e na Sua Palavra: “Senhor, não Te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao Teu encontro. Mas ordena com a Tua Palavra, e o meu empregado ficará curado...” . (1)
A misericórdia de Deus pode se manifestar mesmo a distância, dependendo apenas da fé do orante, daquele que suplica.
Fundamental é confiar na Palavra e Pessoa de Jesus, Aquele que tem poder sobre tudo: enfermidade, pecado, poderes, morte...
O Bispo Santo Agostinho, sobre este acontecimento assim afirmou: “Pequena teria sido a felicidade se o Senhor Jesus tivesse entrado dentro de suas quatro paredes, e não estivesse hospedado em seu coração”. (2)
Vemos que o centurião faz como que um caminho progressivo na fé manifestada em sua oração, e se dá conta de que para que Jesus realize seu pedido, não faz valer seus méritos, nem posses ou subalternos, porque para Ele o que conta, de fato, é a misericórdia Divina, que é totalmente gratuita.
As palavras do centurião, repetimos em todas as Missas, antes de recebermos o Corpo e o Sangue do Senhor. A Eucaristia que celebramos, adoramos e quotidianamente vivemos, é este encontro que se repete inúmeras vezes, e assim devemos nos questionar:
“Às vezes pergunto-me se nós, cristãos de hoje, que andamos enfarinhados nas coisas de Deus, nas liturgias bem aprumadas e em longas orações, assumimos a causa de Deus na liturgia quotidiana da nossa vida.
Pergunto-me se basta a Palavra para a fé, ou ainda procuramos outros sinais que podem parecer importantes, mas não essenciais.
Pergunto-me se andamos no único Evangelho que conta, o de Jesus Cristo, ou navegamos noutros evangelhos; assim nos provoca Paulo na segunda leitura.
Pergunto-me se habitamos e conhecemos o nome de Deus e lhe oramos com plena escuta do nosso ser ou entretemo-nos com outros nomes e repetidas orações que apenas passam pelo ouvido; assim nos interpela a primeira leitura”. (3)
Urge que Jesus tenha a centralidade em nossa vida, Ele que a todos Se dá, sem exceção, sem olhar a quem, ultrapassando os laços da pertença a um grupo específico.
Se quisermos ser discípulos missionários do Senhor, Ele quer de nós adesão de fé, plenamente, na Sua Pessoa e na Sua Palavra.
Reflitamos:
- Quando, de fato, Jesus entrou em nosso coração e mudou nossa vida com Sua Palavra e ação?
- Quanto Jesus transformou nossa vida, sobretudo, através de nossa participação na Ceia Eucarística, em que Ele nos comunica a Sua Palavra e nos alimenta com o Seu Corpo e o Seu Sangue?
Esta adesão de fé haverá de ser centrada e enraizada no amor misericordioso de Deus em Jesus Cristo, que experimentamos de modo sublime em cada Ceia Eucarística que celebramos, quando Ele Se dá no Pão da Palavra e no Pão da Eucaristia, nos oferecendo gratuitamente a Salvação, como dom, graça e missão.
Contemplemos e correspondamos à Misericórdia de Deus que é para toda a humanidade.
(1), (2), (3) www.Dehonianos.org/portal
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