O retrovisor e o farol de milha
Feliz Ano Novo diremos uns aos outros.
Mas como começar melhor o ano?
Mas como começar melhor o ano?
Acendendo o nosso farol de milha, apontando para os dias do novo ano e iluminando alguns sinais que nos permitirão recomeçá-lo melhor.
Permita-me falar de um “farol de milha existencial”, que nos acompanha em toda a vida:
É preciso saber apontar o farol para acertar o caminho. Não enveredar por caminhos escuros sem a Luz necessária: Deus e Seu Espírito. É lembrar que temos origem e meta.
É nunca esquecer que de Deus viemos, nos movemos e somos, e para Ele haveremos de um dia voltar… O nascimento aponta para o crescimento, morte, eternidade… para além da contagem de segundos, horas, dias, semanas, meses e anos…
É acreditar que outro mundo é possível, não como teimosia inconsequente, mas como sonho e paixão pelo horizonte do inédito ainda não vislumbrado.
É alargar os horizontes e nossos sonhos, projetos, para que não apenas caibam nossas ambições desmedidas, mas possam contemplar a humanidade de que somos parte, uma pequenina e necessária parte.
É saber que não somos o mar, apenas uma gota nele. Mas o que faz o mar existir se não a somatória das gotas?
É não esquecer que o grão de areia ínfimo que somos se perde na imensidão da areia do mundo. Mas não haveria areia do mar e areia no deserto se não fosse o menor dos menores dos grãos.
Consciência de nossa pequenez, sem lugar para arrogância e prepotência que assola tantos corações e mentes.
É acreditar que a seiva de um pequeno ramo faz a mata, a floresta; que a seiva do amor, que em nosso sangue e coração corre, faz a grande humanidade.
É os pilares da casa da paz, revigorar: Verdade, justiça, amor e liberdade, e em todos os telhados esta Boa-Nova anunciar…
É decretar a pobreza como mal a ser eliminado, a partir da solidariedade global; é fazer um lema de nossa vida esta grande verdade: “combater a pobreza é construir a paz”… Não apenas a pobreza material, que por si mesma já é abominável e deplorável, mas também a pobreza espiritual e mental que abate ricos e abastados.
A riqueza da graça de Deus não combina com um mundo em que a pobreza material e espiritual vítimas ainda multiplique...
É cuidar de nossa casa comum, o planeta, com todo carinho: “Dominar a terra” não será destruí-la inescrupulosamente. Somos todos por esta casa responsável: terra, céu, fogo e ar…
É fazer da paz um sonho, uma busca, uma meta, uma conquista, uma utopia. Verdadeiramente, a paz deve guiar o destino da humanidade:
Todo dia há de ser o Natal da Paz,
Da fonte da Paz, de Jesus,
Aquele que nos Salva
E a vida tece e refaz…
É manter acesa e inflamada a chama da fé com o cuidado para que os ventos das contrariedades e dificuldades, enfermidades e mortes não a apaguem…
É cuidar da semente da esperança, que no Natal foi plantada, para que regada em nosso coração, flores e frutos saborosos o mundo possa saborear…
É a incansável subida da escada da caridade continuar: “… conjugar o verbo armar sem a letra r…”. O amor é a nossa grande arma!
Não deixar de buscar a escada que Jacó contemplou, e que Jesus ao mundo apresentou. Escada da caridade que leva para a cruz, para a morte consumar, para a vida por amor entregar. O amor que por amor até fim nos amou. Escada que aponta para o alto, para a glória dos céus, para a glória da eternidade.
É pedir ao Pai:
“A escada da caridade de cada dia nos dai hoje
E não nos deixeis desanimar,
ainda que a cruz tenhamos que carregar.
Que o amor possamos testemunhar,
Para a glória dos céus alcançar.
Amém!”
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