Sejamos
enriquecidos com um texto do Livro da Imitação de Cristo (séc XV):
“Ouve,
filho, minhas palavras suavíssimas, que superam toda a ciência dos filósofos e
sábios deste mundo. Minhas palavras são
espírito e vida (cf. Jo 6,63), não ponderáveis por humanas
inteligências.
Não
devem ser puxadas para a vã complacência, mas escutadas em silêncio, acolhidas
com total humildade e afeição íntima.
Eu
disse: Feliz a quem instruis, Senhor, e
lhe ensinas tua lei para que o alivies nos dias maus (Sl 93,12-13) e para
que não se sinta abandonado na terra.
Eu,
diz o Senhor, ensinei no início aos profetas e até hoje não cesso de falar a
todos. Porém muitos, à minha voz, são surdos e endurecidos.
Muitos
se comprazem em atender ao mundo mais que a Deus; com maior facilidade seguem
os apetites de sua carne do que a vontade de Deus.
O
mundo promete coisas temporárias e pequeninas e é servido com imensas cobiças.
Eu prometo bens sublimes e eternos e se entorpecem os corações dos
mortais.
Quem
me serve e obedece com tanto empenho em todas as coisas, quanto se serve ao
mundo e aos seus senhores?
Cora
de vergonha, servo preguiçoso e descontente, porque aqueles estão mais prontos
para se perderem do que tu para viveres.
Mais
se alegram aqueles com a vaidade do que tu com a verdade.
E,
no entanto, por vezes se frustra sua esperança, ao passo que jamais falha a
alguém minha promessa, nem sai de mãos vazias quem em mim confia.
O
que prometi, darei; o que falei, cumprirei.
Sou
eu o remunerador dos bons e inabalável acolhedor de todos os fiéis.
Escreve
minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias
no tempo da tentação.
O
que não entendes ao ler, entenderás quando te visitar.
Costumo
visitar de dois modos meus eleitos: pela tentação e pela consolação.
E
lhes leio diariamente duas lições: uma, arguindo seus vícios; outra, exortando
a progredir na virtude.
Quem tem minhas
palavras e delas faz pouco caso, terá quem o julgue no último dia (cf. Jo 12,48).”
Vivendo
o mês de setembro, de modo especial dedicado ao mês da Bíblia, intensifiquemos
e aprofundemos a oração, com a Sagrada Escritura.
Seja
a Leitura Orante um modo privilegiado para que nossa oração nos ajude a viver
mais configurados a Jesus Cristo (Fl 2,1-11).
Que
a Palavra de Deus seja para nós, como foi para todos os profetas, como assim o
foi para Jeremias:
“Quando
encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e
a alegria do coração, o modo como invocar eu nome sobre mim, Senhor Deus dos
exércitos” (Jr 15,16).
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