quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Luzes para o Ministério Presbiteral

                                                   

Luzes para o Ministério Presbiteral

À Luz das leituras bíblicas (Rm 2,1-11 e Lc 11,42-46), vejamos quais são as luzes que aparecem para o Ministério Presbiteral.

Diante dos “ais” que Jesus dirigiu aos fariseus e mestres da lei, concluímos que o Presbítero, e todo aquele que se propõe a seguir o Senhor, têm diante de si algumas imprescindíveis exigências:

- Superar todo formalismo religioso:

A prática de rituais, a soma de momentos de oração, contabilizada ou por obrigação realizada, não é suficiente. 

É preciso a prática do amor e da justiça. Nada é agradável ao Senhor se não for precedido e movido pelo amor, princípio de todo nosso agir, essência e identidade divina e daqueles que a Ele querem se consagrar.

Ninguém deve se colocar a serviço do Senhor procurando as honras, os primeiros lugares, os títulos por si mesmos, privilégios, fama ou coisas semelhantes, pois são atitudes abomináveis pelo Senhor!

O que importa é o humilde e dedicado serviço; fazer para Deus e não para ser visto, nem para ser elogiado; mover-se pela pura e simples gratuidade, pela absoluta humildade, numa indescritível alegria em servir.

Celebrar com o mesmo ardor numa catedral lotada, como numa capela com uma dezena de pessoas; na capela de uma periferia ou de uma área de missão (tive a graça de três anos de Missão em Rondônia – 2000 a 2002).

A Eucaristia é o grande Mistério, merecendo, portanto, todo o empenho, entrega, zelo, dedicação e esmerada espiritualidade.

Se não nos empenharmos em belas Eucaristias, em que nos empenharemos? 

Que a vida seja expressão da Eucaristia que celebramos!

- A pureza interior e a coerência necessária:

Deus pede que nosso exterior revele aquilo que somos. Não podemos fazer da vida um palco; tão pouco do Presbitério. 

Não somos atores do Senhor, mas servos! Inúteis servos. Não nos cabem máscaras, representações. Devemos viver o que pregamos, encurtando toda a distância entre o discurso e a prática.

As roupas eclesiásticas que usamos hão de ser belas; como bela é a vida que testemunhamos. Se ainda não forem tão belas, supostamente simples, despojadas, de sandálias, não podem ser disfarce, mas devem revelar o santo ideal da pobreza que queremos expressar.

Quer com a melhor batina ou casula, quer com trajes mais humildes, devemos ser a imagem perfeita do Cristo; outro Cristo: Servo pobre, obediente e fiel, que fez do Reino a Sua grande riqueza.

Ele que tinha condição divina, a nada Se apegou, como nos falou o Apóstolo Paulo, de tudo Se esvaziou, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz (Fl 2,1-11).

Haveremos de o mesmo fazer, os Seus mesmos sentimentos ter e viver.

- Não sermos peso sobre o povo:

O povo deve ser amado, ajudado no seu desenvolvimento integral, e para que assim aconteça, o Presbítero deve deixar-se envolver e ser ao mesmo tempo testemunha  misericórdia divina.

Quando misericordiosos, poderão ouvir de Jesus estas palavras: Vinde a mim porque Sou manso e humilde de coração... Vinde a mim vós que estais cansados e fatigados, porque Meu fardo é leve e meu jugo é suave!” (Mt 11,28-30).

Urge que estas  atitudes estejam presentes na vida do Presbítero, para que sejam sempre iluminados e iluminadores, afastando toda treva que teime em subsistir, como nos falou o Abade São Columbano (séc. VII): “Que Tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, Te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em Teu templo, receberem perene luz de Ti,que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas no mundo”.

E, com o Abade São Máximo (séc. VII), concluímos: “Só Ele  Jesus), qual lâmpada, desfaz a escuridão da ignorância, repele o negrume da  maldade e do vício”
                                                         
Quando Presbíteros e fiéis vivem a misericórdia, o Amor de Deus arde em nós e Sua luz ilumina todo o mundo. 

Para sermos luz Deus nos criou: “Vós sois a luz do mundo! Vós sois o sal da terra” (cf. Mt 5,13-16).

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