“A missão no coração da fé cristã”
Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017, o Papa
nos apresenta a Pessoa de Jesus “o primeiro e maior evangelizador” como falara
o Bem-Aventurado Papa Paulo VI em sua Exortação Apostólica ‘Evangelii nuntiandi' n. 7).
Na missão de anunciar a Boa-Nova do Evangelho, fala-nos da
natureza da Igreja que é ser missionária.
Apresenta-nos três questões fundamentais diante de um mundo
dilacerado por numerosas guerras fratricidas, frustrações, conflitos, vitimando
tantos inocentes:
- “Qual é o fundamento da
missão?”
- “Qual é o coração da
missão?”
- “Quais são as atitudes vitais da missão?”
A missão da igreja que vivendo segundo o Espírito anuncia a
vida de Jesus Cristo Ressuscitado, que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo
14,6), ao anunciar o poder transformador do Evangelho, portador de alegria
contagiante porque oferece uma vida nova:
“É Caminho que
nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como
nosso Caminho, fazemos
experiência da Sua Verdade e recebemos a
sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito
Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade
no amor”.
A missão da Igreja, portanto, é Jesus Cristo que continua a
evangelizar e agir no tempo presente, tempo favorável de nossa Salvação. E esta
missão se dá na experiência viva da vida e graça do Ressuscitado.
Sendo a missão a Pessoa de Jesus Cristo, lembra as palavras
do Papa Bento XVI: “ao início do
ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com
um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta
forma, o rumo decisivo” (Carta. enc. Deus caritas est, 1), para nos revigorar e nos impulsionar na missão de
anúncio e testemunho do Ressuscitado.
Portanto, pelo Batismo,
o Evangelho se torna fonte de vida nova, libertando do domínio do pecado,
iluminado e transformado pelo Espírito Santo.
Através da Confirmação,
torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e
estratégias novas de testemunho e proximidade.
E pela Eucaristia, torna-se
alimento do homem novo, “remédio de imortalidade” como afirmou Santo Inácio
de Antioquia.
Apresenta-nos a Igreja na figura do Bom Samaritano, “curando as feridas sanguinolentas da
humanidade, e a sua missão de Bom
Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e
sem saída... E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta –
de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o
tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a
partilha entre todos”.
Esta missão tem como inspiração a
espiritualidade do êxodo, peregrinação e exílio contínuos: ”Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de
alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco,
Exort. ap. Evangelii gaudium, 20).
Portanto, a Igreja é um instrumento e mediação do Reino, e se
reporta à sua primeira Exortação: “é preferível
uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma
Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias
seguranças’ (n.49).
Apresenta a juventude como
esperança da missão: “Os jovens são
a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa-Nova proclamada por Ele
continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam
concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade...”, os caminheiros da fé, felizes por levarem Jesus Cristo a
cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra.
Na conclusão, destaca o
importante serviço das Pontifícias Obras Missionárias como instrumento precioso, para suscitar em cada comunidade cristã o desejo
de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, anunciando o Evangelho
a todos.
Finaliza apresentando-nos Maria,
Mãe da Evangelização, que, movida pelo
Espírito, acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde, para que
tenhamos, crendo no Ressuscitado, uma santa ousadia de procurar novos caminhos
para que chegue a todos o dom da Salvação.
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