O discipulado e as virtudes divinas (XXIXDTCA)

O discipulado e as virtudes divinas

A Liturgia, do 29º Domingo do Tempo Comum (ano A), nos apresenta na segunda leitura a passagem da Carta do Apóstolo Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 1,1-5b), com a saudação comunicando “graça e paz” à comunidade reunida em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo.

O Apóstolo se dirige à comunidade de Tessalônica, que é numerosa, entusiasta e formada por pagãos convertidos.

Esta não caminha à deriva e condenada ao naufrágio, e o Apóstolo tem consciência de que a formação doutrinal da comunidade ainda ficou a desejar quando por ela passou.

Apesar das perseguições e provações enfrentadas, ela deve progredir na fidelidade ao Evangelho, convertendo-se em alguns aspectos, todavia encontra nela as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.

Na vivência destas, vemos que se trata de um retrato vivo da jovem nascente Igreja, e neste sentido, Paulo recorda a atuação a fé vivida pela comunidade, o esforço da caridade e a firmeza da esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Atuação da Fé:  viver a adesão ao Evangelho em constante conversão e transformação. Reconhece nela uma fé ativa, que não a acomoda e tão pouco permite evasão de reais compromissos. A fé não permite recuos, omissão, apatia, indiferença diante da missão que o Senhor nos confia. Ter fé não nos dispensa de reais e sagrados compromissos no carregar de nossa cruz, precedido de renúncias necessárias.

Firmeza na Esperança: uma comunidade que seja firme na esperança, marcada pela entrega, partilha e doação. Biblicamente falando, manter acesa a chama da esperança, mesmo quando ela parecer não existir, em meio às dificuldades, perseguições, incompreensões. Dar sempre razão da esperança, ainda que a “escuridão da noite” parecer interminável, sem a perspectiva do amanhecer.

Esforço da Caridade: uma comunidade que se esforça para viver o amor, efetivamente, pois quem ama empenha-se em fazer sempre o melhor para Deus e pelo próximo. Quem ama dá o melhor de si, não se entrega, não desiste jamais no empenho incansável com a a Boa Nova do Reino, na mais perfeita e desejada sedução do coração pelo Senhor, afinal ser cristão é ter encontrado Jesus, aquele que dá novo sentido a nossa vida e alarga sempre nossos horizontes.

Renovemos e aprofundemos nosso entusiasmo e empenho na evangelização, ainda que tenhamos que enfrentar hostilidades, dificuldades, provocações e incompreensões.

Reflitamos:

- Quais são os testemunhos de Fé, Esperança e Caridade que estão ao nosso lado?

- Onde e em quem vemos a presença amorosa de Deus no outro?

- Alegramo-nos e sabemos glorificar a Deus pelo bem que o outro faz em nome da fé?

- Somos sinais de esperança para o mundo?

- Vivemos uma caridade ativa, esforçada e dedicada em relação ao nosso próximo, família, comunidade?

Oremos: 

"Ó Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por N.S.J.C. Amém".