"O Senhor Jesus veio para endireitar as veredas
daqueles que se propõem servi-Lo" (Sl 16,11)
“Acho tão gostoso falar de santidade. Talvez porque seja um tema de certa forma polêmico. Gosto tanto, pois não consigo entender qual o motivo de tanta polêmica se a Bíblia nos mostra claramente em vários pontos exemplos de pessoas que presenciaram a santidade de Deus e de Jesus e foram chamados à santidade assim como nós somos chamados também.
Isaías era um homem fiel ao Senhor, mas, contemplando a santidade divina, achou-se impuro e sentiu que iria perecer (Is 6, 3-5).
Veja bem, Isaías, um Profeta, um homem que temia e era fiel a Deus, sentiu que iria perecer ao contemplar a face de Deus. Hoje, tantas pessoas banalizando o Seu nome, param na frente da Eucaristia (o próprio Cristo Imolado) como se estivessem na frente de nada.
O Apóstolo Paulo nos alerta: “Sede meus imitadores como também eu sou de Cristo” (1Cor 11, 1). Fica a pergunta: o que estamos fazendo para imitar a Cristo e, assim, alcançar a Santidade?
São Judas pôde bem responder a esta pergunta, e com toda certeza pode em todos os tempos, pois uma pessoa que opta pela santidade não vive apenas em sua época, seus ensinamentos fazem com que esteja vivo em cada um que tenta imitá-lo, assim como Paulo nos pede.
Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o foco da brevíssima Carta de São Judas, apenas uma folha na Bíblia, antes do Apocalipse, ele nos alerta: “Não desanimem na fé Vocês, porém, amados, construam sobre o alicerce da fé que vocês têm; rezem motivados pelo Espírito Santo; mantenham-se no Amor de Deus, esperando que a misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna.” (Carta de São Judas: 1, 20-21).
Vida eterna que para nós significa santidade. Santidade nada mais é do que a justificação de Deus em nossas vidas, o reconhecimento de Deus para com as Suas obras, tudo que faz, busca e ama com sinceridade.
Em Atos 2, Lucas, o autor, nos apresenta o que o Padre Otacilio chamou de “os quatro Pilares de uma boa comunidade”.
Ele inicia dizendo “Eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos Apóstolos” Uma comunidade que é comprometida com o projeto deve realizar uma evangelização constante, que é (ou deveria ser) o objetivo de cada cristão. Devendo estar sempre de ouvidos atentos para viver os ensinamentos que, através dos Apóstolos, Deus nos concedeu, para nunca perdermos o foco e o prazer de trabalhar numa pastoral.
Quando estava me preparando para hoje, tive o prazer de receber de uma amiga, um link de um blog chamado “café com Deus”, nele o autor fala sobre o que é ser cristão, nos alerta que o simples fato de irmos a Igreja não faz de nós cristãos, e sim aquilo que praticamos durante a semana. É durante a semana que buscamos a santidade e não aos domingos nas Igrejas. Não adianta colocarmos uma máscara quando estamos dentro dela e lá fora, de segunda a sexta, não sermos nem um pouco o reflexo de Deus, verdadeiros templos do Espírito Santo.
E, ele continua, “na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações” e quando falamos em comunhão fraterna logo pensamos em um simples abraço na hora de dar a paz nas Missas. Vai muito além disso. Ter coragem de levantar cedo e vir até a Igreja distribuir leite, cestas básicas ou sair da sua casa para levar o Corpo de Cristo para um irmão enfermo, isso é comunhão fraterna, você se preocupar com a condição do outro e, por amor, se colocar a serviço do mesmo.
Voltando a reflexão do Padre Otacilio: na Fração do Pão, o próprio Deus, foi Alimento de salvação e perdão. A fração do pão se faz aqui todos os domingos na celebração eucarística, e cadê o valor? Cadê a verdadeira importância que tem que ser dada a este momento tão sublime? É como falei no início, o que faz de você um cristão são os seus atos e não o fato de ir à Missa todos os domingos. A Missa é a carga, é aonde vamos nos recarregar para cumprir nossa missão no mundo.
Que possamos dar o verdadeiro valor à Eucaristia que edifica a nossa Igreja, que é muito mais do que um prédio, e sim pessoas que amam a Cristo e tentam viver buscando a santidade.
A Oração. Jamais poderia falar de oração sem citar três pessoas, três santos que marcam a minha vida em uma história que para mim é fantástica. Lucia, Jacinta e Francisco, os três pastorinhos de Nossa Senhora de Fátima. Antes de ver Nossa Senhora eles foram visitados por um anjo, para serem preparados para encontrar com Nossa Senhora, e em uma destas preparações estas crianças ficaram de joelhos o dia todo, horas e horas, a pedido do anjo repetindo a mesma oração: Meu Deus eu creio, espero, adoro e amo, peço perdão por todos aqueles que não creem, não esperam, não adoram e não vos ama". Tudo isso para receber a mãe de Cristo, e nós como estamos nos preparando para a vinda do próprio Cristo?
Reze, ore, converse com Deus, peça perdão assuma-se pecador que é. É no diálogo no aparente silêncio de Deus, que você se prepara para a santidade...
Lembre-se sempre, seja qual for o seu pecado, Cristo está de braços abertos esperando você voltar: “O Senhor Jesus veio para endireitar as veredas daqueles que se propõem servi-Lo”.”
PS: Reflexão escrita pelo jovem Hugo, Catequista de Crisma da Paróquia, apresentada no Tríduo em louvor a São Judas Tadeu, logo após a Missa - outubro de 2011.
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