domingo, 15 de outubro de 2023

Só Deus nos basta!

                                                      


Só Deus nos basta!

Retomemos as passagens bíblicas: Ecl 1,2; 2,21-23; Col 3,1-5.9; Lc 12, 13-21, que nos convidam a revermos nossa atitude diante dos bens que passam e dos bens que não passam...

É mais uma belíssima e atualíssima lição, para que sirvamos e construamos o Reino por Jesus inaugurado.

Os deuses não devem dirigir nossa vida como garantia de plena felicidade. Como homens novos, renascidos pelo Batismo, devemos procurar incansavelmente as coisas divinas que nos alcançam a felicidade que não se corrompe, e que não nos pode ser tirada.

Viver para acumulação de bens materiais tem como consequência a falência, a “loucura”, a ausência de sentido existencial.

Somente Deus dá sentido à nossa existência. Reconhecedores de nossa impotência, cremos que somente em Deus nossa vida pode ser preenchida, revelando todo esplendor e beleza que d’Ele procedem, como Sua imagem que somos.

Reflitamos:

- O que nos move no dia a dia?
- Em que empenhamos nossos esforços?
- Qual nossa atitude frente aos bens que passam e os bens que não passam?

Precisamos rever como buscamos e nos empenhamos pelo efêmero, sem a perda do horizonte da conquista daquilo que é eterno.

Uma das mais funestas atitudes que podemos ter diante dos bens é a deificação da riqueza, ou seja, fazer “deus” aquilo que não é, no abandono do Verdadeiro Deus da Vida, que deve ser adorado acima de tudo e de todos.

O desprendimento, a conversão do egoísmo, que cega nosso coração para a solidariedade e a partilha, são imperativos divinos constantes em nossa vida.

Superar toda lógica da acumulação, da ganância e do lucro, que criem uma sociedade marcada pelo pecado da desigualdade, sofrimento, fome, privações... 

Os fatos, os números, as cenas de famélicos e injustiças que testemunhamos não deixam dúvidas!

Nossas famílias não estão imunes desta conversão, pois a ânsia da ascensão social, o acúmulo, a insatisfação, o consumismo, geram seu declínio, esvaziamento, cansaço, desilusões, dependências, e consequente desmoronamento.

Temos insistido na purificação da família com a fé e a Palavra Divina, que nos dá os verdadeiros pilares e fundamentos de sua vitalidade estrutural, abrindo-se para novos horizontes de amor e partilha, fé e solidariedade, esperança e compromisso!

O Evangelho menciona o homem rico que construiu um celeiro para guardar sua riqueza acumulada, mas a morte irrompeu abruptamente, sem aviso, e nada pode levar.

Reflitamos:

- Quais são os celeiros que construímos?
- O que devemos acumular que poderemos conosco um dia levar?

- De que modo avaliamos a nossa vida?
- De que modo trabalhamos sem a perda do sentido da vida?

- O que nos preenche e nos dá alegria?
- Vivemos como criatura nova renascida pelo Batismo?

- Adoração ou deificação?
- Qual nossa relação com os bens e com o Bem Maior?

Concluo citando Santa Teresa D’Avila e Santa Teresa dos Andes, respectivamente, que inspiraram o título desta reflexão:

“Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa,
Deus não muda, a paciência tudo alcança; quem a Deus tem nada lhe falta: só Deus basta.”

“Só Deus nos basta para sermos felizes. Apalpo a cada instante o que é ser toda de Deus e parece-me que, se agora me fosse necessário passar pelo fogo para consagrar-me a Ele, não titubearia em fazê-lo, pois todos os sacrifícios desaparecem diante da felicidade de possuir a Deus só”. 

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