quinta-feira, 3 de abril de 2025
Coração pleno do Amor de Deus
quarta-feira, 2 de abril de 2025
Quaresma: O amor de Deus presente em nosso discipulado
Quaresma:
O amor de Deus presente em nosso discipulado
Na
quarta-feira da 4ª semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro do
Profeta Isaías (Is 49,8-15).
A
passagem proclamada encontra-se nos capítulos 40-55, o chamado “Livro da
Consolação”, e o Profeta Isaías nos ensina que Deus nunca nos abandona, e nos trata com
verdadeiro amor de mãe, um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito e
incondicional e infinito.
O
profeta usa imagens poéticas para falar do Amor de Deus: Ele nos ama como uma
Mãe carinhosa e um Pai providente:
“Pode uma mulher
esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas?
E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca.”
Exorta
o Povo de Deus, no difícil e desolador período final do exílio, a manter a
confiança e a esperança em Deus, reconhecendo Sua solicitude e Seu Amor,
irrevogável e irrenunciável, pelo Seu Povo.
O
Profeta consola um povo cansado, desiludido, e sua mensagem é para que venham a
confiar no Amor de Deus, e todos se coloquem a caminho, para reconstrução e
restauração de Jerusalém.
Cabe ao povo descobrir a presença de Deus na aparente ausência, e a experiência
dramática em que o Povo se encontra torna-se ocasião de confessar a confiança
em Deus e n’Ele colocar a esperança, experimentando a ternura, a
misericórdia, a compaixão e a fidelidade de Deus, que é desde sempre e para
sempre.
Deus
é incapaz de esquecer Seu Povo e Sua Cidade; amando-os ainda mais do que uma
mãe ama seu filho, assim o Profeta compara o Amor de Deus.
Relacionar-se
e corresponder a este Deus, somente assim o futuro tornar-se-á promissor.
Com
a Palavra Divina em seus lábios, faz reacender a chama que não fumega no
coração daquele que crê. Sempre precisamos de Profetas assim.
Quando
tudo parece mais nada, há alguém que nos aponta o Todo Poderoso, o Onipotente,
Aquele que para o qual nada é impossível: “Tudo podemos n’Aquele que nos fortalece” (Fl 4,13).
Quanto
maior for nossa confiança em Deus, tanto mais crescerá nossa responsabilidade.
Também poderemos dizer que a responsabilidade é diretamente proporcional à
confiança que temos em Deus.
Santo
Inácio de Loyola diz de forma límpida e contundente: “devemos confiar como se tudo dependesse de Deus e nos empenhar como se
tudo dependesse de nós.”.
Deste
modo deve ser hoje o Discípulo Missionário do Senhor: alguém que encontrou
Jesus, uma Pessoa que mudou a sua vida, que somente terá sentido e conteúdo,
quando em relacionamento contínuo e íntimo, renovado no Banquete da Eucaristia.
Reflitamos:
-
Como redescobrir, sobretudo nos momentos mais difíceis que possamos passar, o
Amor materno de Deus?
-
Como amar como Deus ama: um amor gratuito e eterno?
-
Apesar de rebelde, Deus continuou a amar Seu Povo. Como corresponder melhor ao
Amor de Deus?
É
preciso trilhar o itinerário quaresmal, fazendo progressos na santidade
desejada, empenhados na construção do Reino, com total confiança em Deus e em
Sua força, com disponibilidade, fidelidade, alegria e com muito amor a fim de
que correspondamos ao Amor Divino que jamais nos falta.
Somente assim, comunicaremos a luz da Fonte de Luz, nas mais
diversas situações obscuras, nas "cavernas sombrias e escuras" de
nossa existência, confiantes de que Deus nos ama e jamais nos abandona
Oremos:
“Fazei ó
Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e Vossa
Igreja Vos possa servir, alegre e tranquila. Por N.S.J.C. na unidade do
Espírito Santo. Amém.”
A Quaresma e o Sacramento da Penitência
Em poucas palavras...
“Ao celebrar o sacramento da Penitência...”
“Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida: do bom Samaritano que cura as feridas; do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso; do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 1465
Do pecado da concupiscência, livrai-nos, Senhor
Do
pecado da concupiscência, livrai-nos, Senhor
“Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não
está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – o desejo da carne, o
desejo dos olhos e a ostentação da riqueza, não vem do Pai, mas do mundo. Ora,
o mundo passa, e também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus,
permanece para sempre” (1 Jo 16-17)
Vivendo o Tempo da quaresma,
somos convidados a refletir sobre o pecado da concupiscência, que consiste na inclinação para o pecado a que todos
estamos submetidos.
O Catecismo da Igreja, em
diversos parágrafos, nos enriquece neste aprofundamento (1).
Como vimos na citação acima, São
João distingue três espécies de cupidez ou concupiscência:
-A
concupiscência da carne;
- A
concupiscência dos olhos;
- A soberba
da vida.
Vejamos
como compreender esta inclinação para o pecado?
- “No batizado permanecem, no
entanto, certas consequências temporais do pecado, como os sofrimentos, a
doença, a morte, ou as fragilidades inerentes à vida, como as fraquezas de
carácter, etc., assim como uma inclinação para o pecado a que a Tradição chama concupiscência ou, metaforicamente,
a «isca» ou «aguilhão» do pecado («fomes
peccati»)...” (n. 1264);
- “...No entanto,
a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a
fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, a que a tradição chama concupiscência, a qual persiste nos
batizados, a fim de que prestem as suas provas no combate da vida cristã,
ajudados pela graça de Cristo (Concílio de Trento). Este combate é o da conversão, em vista da santidade e
da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos chamar (Concílio de Trento).”
(n. 1426);
-“Em sentido etimológico,
«concupiscência» pode designar todas as formas veementes de desejo humano. ...
Desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesma,
inclina o homem para cometer pecado (Concílio de Trento).” (n.2515);
Assim compreendemos a tradição
catequética católica, que no nono mandamento proíbe a concupiscência carnal; e
no décimo, a cobiça dos bens alheios, e como batizados recebemos a graça da purificação
de todos os pecados.
No entanto, o batizado tem de
continuar a lutar contra a concupiscência da carne e os desejos desordenados,
contando com a graça divina no combate aos movimentos da concupiscência que não
cessam de nos arrastar para o mal (n.978):
- Pela virtude e pelo dom da
castidade, pois esta permite amar com um coração reto e sem partilha;
– Pela pureza de intenção, que
consiste em ter em vista o verdadeiro fim do homem: com um olhar simples, o
batizado procura descobrir e cumprir em tudo a vontade de Deus (Rm 12,2; Cl
1,10);
– Pela pureza do olhar, exterior
e interior; pela disciplina dos sentidos e da imaginação; pela rejeição da
complacência em pensamentos impuros que o levariam a desviar-se do caminho dos mandamentos
divinos: «a vista excita a paixão dos insensatos» (Sb 15, 5);
– Pela oração – vejamos o que
nos diz Santo Agostinho nas Confissões:
«Eu pensava que a continência dependia
das minhas próprias forças, forças que em mim não conhecia. E era
suficientemente louco para não saber [...] que ninguém pode ser continente, se
Tu lho não concederes. E de certo Tu o terias concedido, se com gemido interior
eu chamasse aos teus ouvidos e se com fé sólida lançasse em Ti o meu cuidado»”
Ainda sobre o pecado, afirma o
Catecismo: “... o pecado torna os homens
cúmplices uns dos outros, faz reinar entre eles a concupiscência, a violência e
a injustiça. Os pecados provocam situações sociais e instituições contrárias à
Bondade divina; as «estruturas de pecado» são expressão e efeito dos pecados
pessoais e induzem as suas vítimas a que, por sua vez, cometam o mal.
Constituem, em sentido analógico, um «pecado social» (Papa São João Paulo II).”
(n.1869).
Como vemos, a
inclinação para o pecado pode favorecer situações de pecado, que ultrapassam as
relações humanas, provocando situações sociais de pecado, ou até mesmo em sua
máxima expressão – “estruturas de pecado”:
desestruturação de famílias, fome, miséria, destruição planetária, dominações e
morte de vidas humanas e de toda a Casa Comum, como a Campanha da Fraternidade
tanto nos ajuda a compreender e nos compromete, com seu tema – “Fraternidade e Ecologia Integral”, e
lema – “A esperança não decepciona”
(Rm 5,5).
Do pecado da
concupiscência, livrai-nos, Senhor. Amém.
Afastemo-nos do mal, amemos a paz!
Conversão e sincero arrependimento
E deste modo exclamou: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo (Mt 11,28-29).
Outra vez, querendo nos ensinar a justiça e a bondade de Deus, exortava-nos com estas Palavras: Sede Santos, sede perfeitos, sede misericordiosos, como também vosso Pai celeste é misericordioso (cf. Mt 5,48; Lc 6,36). E: Perdoai, e sereis perdoados (Lc 6,37). Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles (Mt 7,12).”
Com a Carta, o Abade nos leva a um mergulho na profundidade da misericórdia de Deus, que encontramos no Sagrado Coração de Jesus.
Procuremos novos caminhos, em que renunciando às obras das trevas, nos introduzirá no esplendor da Luz do Ressuscitado que celebraremos no Tempo Pascal.