quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Ser Presbítero - revelar a Face de Cristo

                                                 

Ser Presbítero - revelar a Face de Cristo

Sejamos enriquecidos por uma pequena parte do Catecismo escrita pelo Presbítero São João Maria Vianney (séc. XIX):

“Prestai atenção, meus filhinhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas nos céus. Por isso, o nosso pensamento deve estar voltado para onde está o nosso tesouro. Esta é a mais bela profissão do homem: rezar e amar. Se rezais e amais, eis aí a felicidade do homem sobre a terra. A Oração nada mais é do que a união com Deus.

Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, sente em si mesmo uma suavidade e doçura que inebria, e uma luz maravilhosa que o envolve. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém pode mais separar.

Como é bela esta união de Deus com Sua pequenina criatura! É uma felicidade impossível de se compreender.

Nós nos havíamos tornado indignos de rezar. Deus, porém, na Sua bondade, permitiu-nos falar com Ele. Nossa oração é o incenso que mais lhe agrada.

Meus filhinhos, o vosso coração é por demais pequeno, mas a oração o dilata e torna capaz de amar a Deus. A Oração faz saborear antecipadamente a felicidade do céu; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce.

Na Oração bem feita, os sofrimentos desaparecem, como a neve que se derrete sob os raios do sol.

Outro benefício que nos é dado pela oração: o tempo passa tão depressa e com tanta satisfação para o homem, que nem se percebe sua duração. Escutai: certa vez, quando eu era pároco em Bresse, tive que percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas que estavam doentes; nessas intermináveis caminhadas, rezava ao bom Senhor e – podeis crer! – o tempo não me parecia longo.

Há pessoas que mergulham profundamente na oração, como peixes na água, porque estão inteiramente entregues a Deus. Não há divisões em seus corações. Ó como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Clara viam nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo como nós conversamos uns com os outros.

Nós, ao invés, quantas vezes entramos na Igreja sem saber o que iremos pedir. E, no entanto, sempre que vamos ter com alguém, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos.

Há até mesmo pessoas que parecem falar com Deus deste modo: 'Só tenho duas palavras para Vos dizer e logo ficar livre de Vós.'. Muitas vezes penso nisto: quando vamos adorar a Deus, podemos alcançar tudo o que desejamos, se o pedirmos com fé viva e coração puro.”

São João Maria Vianney com palavras tão simples nos diz coisas tão profundas e salutares para alma. Como poucos, tinha a palavra certa para tantos quantos o procuraram, vindo de lugares tão diferentes e tão distantes.

São homens como Cura D’ars, como ele era chamado, que ficarão para sempre como luminares para a humanidade, pela configuração a Cristo, por quem a vida consagrou.

É verdadeiramente a Face do Cristo Bom Pastor, Divino Semeador, Divino Multiplicador, que todos nós, Presbíteros, devemos ser.

Oremos e multipliquemos gestos solidários e fraternos para que cada Presbítero ofereça sua pobreza nas mãos da Misericórdia Divina e, assim, alimentados pela força da oração, possa muitos conduzir a Ele, o Sumo e Eterno Sacerdote, Jesus Cristo. Amém!

Como disse um autor do século II, na  “Carta de Barnabé”,  "Amemos como a pupila dos olhos aqueles que nos pregam a Palavra do Senhor".

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG