Coração pleno do Amor de Deus
Ouvimos na quarta Quinta-feira da Quaresma a passagem do Evangelho de João (Jo 5, 31-47) com o duro discurso de Jesus contra as acusações que recebeu dos judeus ao curar um homem paralítico há 38 anos, na piscina de Betesda.
Jesus diz claramente aos seus opositores: “Vós nunca ouvistes a Sua voz nem vistes a Sua face. Desse modo a Sua Palavra não permanece em vós {...} conheço-vos muito bem: o Amor de Deus não está dentro de vós” (Jo 5, 38-42).
Jesus constata que, infelizmente, os judeus, diante da cura realizada, e apesar dos inúmeros testemunhos e sinais realizados, permaneceram incrédulos, porque eram cheios de si mesmos e, portanto, privados de Deus.
Eles não reconheceram Jesus como Salvador nem a sua missão divina por Deus confiada, ainda que quatro testemunhos concorressem para a veracidade de Sua Pessoa e Missão Redentora da Humanidade (verdadeiramente Homem, verdadeiramente Deus):
- O testemunho dado por João Batista sobre a sua pessoa e missão;
- As obras (sinais) que Ele realizava;
- O próprio Deus, a quem chamava de Abbá (papaizinho)
- As Escrituras Sagradas, como a fonte de Vida, falam a Seu respeito: “Ele é a Palavra de Deus que Se faz Carne no meio da humanidade.”
Pode ocorrer o mesmo conosco: incredulidade no poder de Deus, frieza e indiferença à pessoa e missão de Jesus, dureza de coração e fechamento ao amor de Deus e, consequentemente, fragilização e empobrecimento de nossos relacionamentos com o outro.
Supliquemos a Deus para que nesta Quaresma, tempo favorável de conversão, transforme nosso coração de pedra em coração de carne, como tão bem expressou o Profeta Ezequiel (Ez 36,26), confiantes na misericórdia de Deus que não despreza um coração contrito e humilhado (Sl 50).
Provocados pela Palavra de Deus, pelas duras Palavras de Jesus no Evangelho, permitamos a ação transformadora e renovadora de Deus em nossa vida, abertos à Sua misericórdia, deixando-nos modelar por Suas mãos, como barro na mão do oleiro.
Deixando de lado toda letargia, preguiça, ilusões deste mundo, com nosso coração por Deus seduzido e indiviso, revigorados pela ação do Santo Espírito, na fidelidade a Cristo Servo Sofredor, glorioso e vencedor, não vacilemos jamais na fé, tão pouco esmoreçamos e tornemos ínfima nossa esperança, crescendo na prática da caridade, comunicando ao mundo a luminosidade divina que tanto se faz necessária.
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