sexta-feira, 31 de maio de 2024
Quem melhor que tu, ó Maria?
Com Maria, sejamos fieis discípulos missionários do Senhor
Lições para uma Espiritualidade Mariana
Lições para uma Espiritualidade Mariana
Mãe Discípula:
Aquela que ouve, escuta, acolhe a voz de Deus para realizar a Sua vontade; é Mãe e Mestra, porque antes foi discípula modelo, por excelência. Perfeita sintonia com Deus, é para nós modelo de escuta.
Mãe da Fidelidade:
Em toda e qualquer situação a fidelidade marcou sua existência – fiel porque acreditou nas Promessas de Deus, por isto é cheia de graça, feliz, bem-aventurada.
Mãe da Disponibilidade:
Vai apressadamente servir sua prima Isabel, sem medir esforços. Mesmo grávida, percorreu mais de cem quilômetros, em prontidão imediata, sem lamentos, sem queixas, sem prantos, sem adiamentos, constrangimentos. No amor não cabe nada disto! O amor suaviza a missão!
Mãe Servidora:
Vai a Isabel para servir e colocar seus amáveis dons em favor da vida, assim como nas mais diversas situações que vivenciou.
Mãe da Alegria:
No encontro com Isabel, tendo acolhido em si a Obra do Espírito Santo, leva consigo O Salvador, provocando um clima envolvente de alegria e louvores, cantos de ação de graças... No encontro de duas mulheres a manifestação de Deus num clima radiante de alegria!
Mãe da Esperança
Maria é cantora da esperança dos pobres! Sonha e canta um mundo novo que nasce da intervenção de Deus e da participação humana: uma nova sociedade em todos os níveis: religioso, político e social. O orgulho dará lugar à humildade, à obediência a Deus, à simplicidade de coração. A prepotência humana cederá à onipotência Divina, o poder será colocado em favor do bem comum. O mundo viverá novas relações de amor, partilha e comunhão, em que ninguém será privado da vida e do pão. A esperança não dispensa compromissos e responsabilidades.
Mãe da Humildade:
Maria sabe entrar e sair de cena – vai, serve, volta. A Glorificação se dá somente nos céus. Fazer o bem e sair de cena, com toda humildade. O bem feito com amor não precisa de publicidade e holofotes – Deus na hora certa e no tempo oportuno é quem nos coroará. Ela foi coroada como Mãe da Glória.
Mãe da Solidariedade:
Sensibilidade e solidariedade foram suas marcas nas bodas de Caná, na visita a Isabel, e em todos os momentos. Também presente na Paixão e Morte de Seu Filho, aos pés da Cruz, para ter a alma transpassada. Solidariedade nos primeiros encontros dos Apóstolos e em toda a história com suas aparições.
Mãe boa pastora:
Maria é na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, aquela que O carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais Seu Filho entregou a própria vida. Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?
Mãe do amor pelos últimos:
A parábola do Evangelho nos fala do amor misericordioso de Deus pelos últimos (das 5 horas que não foram contratados), que recebem a moeda de prata (diária para um dia Mt 20,1-16). Deus ama os últimos, os excluídos, os pequeninos, aqueles que a sociedade privou da vida e do pão cotidiano, do essencial para viver com dignidade… Maria no Magnificat canta o amor de Deus pelos empobrecidos, quando diz que Deus despediu os ricos de mãos vazias e saciou de bens os famintos. Tal Mãe, tal Filho, tal Igreja. Maria está sempre junto do Filho assegurando-nos, a moeda de prata de cada dia, O Pão Nosso de cada dia, em cada Eucaristia que celebramos.
Mãe da paciência:
Maria é a Mãe da paciência por excelência: recordemos vários momentos em que ela revelou serenidade, confiança e, sobretudo paciência. A paciência para ver o trágico momento da morte se transformar numa alegre e inovadora Madrugada da Ressurreição. Paciência para ver passar a noite da escuridão que parecia eterna, em radiante luz da Ressurreição, aurora da alegria, do esplendor, da vitória…
Mãe Lutadora:
Nada temeu, nem as forças diabólicas que devoraram a vida de Seu Filho, mas que foi por Deus Ressuscitado. O mal tem aparente vitória – a vitória final pertence a Deus. Por isto ela é modelo de luta para todos que combatem em favor da vida. É modelo de luta para nossas comunidades.
Mãe da Glória:
Elevada em corpo e alma aos céus, acende em nós o mais precioso desejo: a eternidade. Ela já alcançou depois da Ressurreição de Seu Filho, como a primeira da fila. Maria puxa a fila dos que desejam entrar no céu. Entrada nos céus de corpo e alma é sinal da dignidade, da sacralidade da vida e da existência humana, onde Deus fez Sua morada.
Por isto podemos repetir o que disse Santo Amadeu (séc.XII):
“Maria está assentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento”
Continuemos o aprendizado de maravilhosas lições para uma devoção a ela sincera e frutuosa.
Sabiamente a Igreja nos ensina e nos convoca a superar uma esterilidade devocional a Maria, na imitação de suas virtudes em nosso cotidiano.
Não há devoção mais agradável a Deus do que o amor e o serviço aos pobres, com os quais Ele quis Se identificar e Se fazer presença. Maria, neste sentido, mais do que ninguém, foi Mãe e Mestra!
Aprendamos estas dentre outras lições para uma Espiritualidade Mariana, que nos conduzirá à essência da Espiritualidade, que é viver segundo o Espírito, como discípulos missionários do senhor, em amor pleno e incondicional a Deus.
“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”
“Maria, discípula e missionária do Senhor”
"Maria, discípula missionária do Senhor"
Maria é a discípula mais perfeita do Senhor, porque
é a máxima realização da existência cristã, em plena relação de amor com a
Santíssima Trindade.
Maria nos ensina, portanto, a viver como “filhos
no Filho”, pela sua fé e obediência à vontade de Deus, e por sua constante
meditação da Palavra e das ações de Jesus, na abertura ao sopro do Espírito
Santo.
Maria é a interlocutora do Pai, em Seu projeto de
enviar Seu Verbo para a salvação da humanidade, e com sua fé chega a ser o
primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz
colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
Maria é a figura de mulher livre e forte, que emerge do
Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo,
porque viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo,
procurando sintonia plena com o Projeto do Pai.
Maria é a Virgem de Nazaré com uma missão única na
história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu Filho até Seu
sacrifício definitivo, acompanhando passo a passo, com a espada transpassando
sua alma.
Maria é aquela a quem do alto da Cruz, Jesus Cristo
confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de
Maria, que brota diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento
em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27).
Maria alcançou, ao permanecer corajosamente aos pés
da Cruz de Seu Filho, em comunhão profunda, entrar plenamente no Mistério da
Aliança, e com ela, unida à plenitude dos tempos, chega-se
ao cumprimento a esperança dos pobres e o desejo de salvação.
Maria, perseverando junto aos Apóstolos, à espera
do Espírito, cooperou com o nascimento da Igreja missionária,
imprimindo-lhe um selo mariano, que a identifica profundamente.
Maria, como mãe de tantos, fortalece os vínculos
fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os
discípulos de Jesus Cristo a viverem como família, a família de Deus.
Maria nos favorece o encontro com o Cristo, com o
Pai e com o Espírito Santo, e, da mesma forma, com os irmãos. E assim, como na
família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que
confere “alma” e ternura à convivência familiar.
Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da
humanidade, é artífice de comunhão, e um dos eventos fundamentais da Igreja, é
quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e Sua
Igreja, como experimentamos nos santuários marianos.
Maria é Virgem e Mãe, assim como a Igreja também é
mãe, de modo que esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma
Igreja meramente funcional ou burocrática.
Maria é a grande missionária, continuadora da
missão de seu Filho e formadora de missionários, pois da mesma forma como deu à
luz o Salvador do mundo, trouxe o Evangelho à nossa América.
Maria, no acontecimento em Guadalupe, presidiu,
junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito,
e a partir desse momento, são incontáveis as comunidades que encontraram nela a
inspiração mais próxima, para aprenderem como ser discípulos e missionários de
Jesus.
Maria tem feito parte do caminhar de cada um de
nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as
ações mais nobres e significativas de sua gente, o que nos cumula de alegria.
Maria, com seus diversos títulos e santuários
espalhados por todo o Continente, é sinal de sua proximidade com pessoas e suas
realidades, e, ao mesmo tempo, lugar da manifestação da fé e confiança que os
devotos sentem por ela.
Maria brilha diante de nossos olhos como imagem
acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo, a seguidora mais radical de
Cristo, de Seu magistério discipular e missionário.
Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é
para nós escola de fé, destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho
que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra.
Maria, em sua escola permaneçamos, inspirados em
seus ensinamentos, acolhendo e guardando dentro do coração as luzes que, por
mandato divino, nos envia do alto.
Maria, que “conservava todas estas
recordações e as meditava no coração”,nos ensina o primado da escuta da
Palavra na vida do discípulo missionário.
Maria fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra
de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus e, além
disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os
pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus.
Maria está intimamente penetrada pela Palavra de
Deus, e por isto se tornou Mãe da Palavra encarnada, e essa familiaridade com o
Mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo
cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a
experimentar a profundidade de Seu amor.”
Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção,
de serviço, de entrega, solidariedade, gratuidade e fraternidade, que devem
marcar a vida dos discípulos de seu amado Filho.
Maria nos ensina qual pedagogia para que todos na
comunidade cristã,“sintam-se como em casa”, com atenção e acolhida
do outro, especialmente se o outro é pobre ou necessitado.
Maria, presente em nossas comunidades, enriquece
sempre a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, para que ela
seja “casa e escola da comunhão”, um espaço
espiritual que prepara para a missão.
Ave Maria cheia de graça...
Livre adaptação dos parágrafos 266-272 da V Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano e do Caribe - Aparecida.
Maria nos ensina a comunicar a Boa Nova do Reino
Maria nos ensina a comunicar a Boa Nova do
Reino
Contigo, Ó Amantíssima Maria, contamos, pois não houve na história, ninguém melhor do que tu, que tenha dialogado com Deus, aberta à voz do Espírito,
para acolher no ventre a Palavra, Jesus Cristo, o Verbo que Se fez Carne e
habitou entre nós (Jo 1,14).
Contigo, queremos ser féis à missão da Igreja,
confiada pelo Teu Amado Filho: anunciar a Boa Notícia do Reino até o fim do
mundo, até o fim dos tempos, como Ele nos disse – “Ide por todo o mundo, pregai
o Evangelho a toda criatura” (cf. Mc 16, 15).
Contigo, que tiveste a mente e o coração
abertos à ação do Espírito e te tornaste a perfeita comunicadora do Pai,
pedimos que nos ajude neste desafio de sermos instrumentos para resplandecer a
luminosidade da Palavra de Jesus, assim como fizeste incansavelmente, sobretudo
na inesquecível visita à sua prima Isabel.
Contigo, haveremos de aprender a usar todos os
meios de comunicação social para informar, favorecer o desenvolvimento dos
povos, superar os distanciamentos sociais, promover o bem comum, fundados nos
valores da verdade, liberdade, justiça e solidariedade, respeito e caridade.
Contigo, enfim, aprendamos que a comunicação
verdadeira somente se alcança quando se promove o bem comum e se fortalece os vínculos
da paz, e o diálogo com Aquele que é a Fonte de nossa vida, introduzindo-nos na
mais perfeita comunhão de amor, a comunhão da Santíssima Trindade. Amém.
Maria: Mãe da Igreja Sinodal, um povo que caminha junto
Maria: Mãe da Igreja Sinodal, um povo que caminha junto “Todos perseveravam unanimemente na oração,
juntamente com as santas mulheres e Maria, a Mãe de Jesus...” (At 1,14) Os Apóstolos estavam reunidos no Cenáculo, animados pelo
mesmo amor, e ao centro encontrava-se a Mãe de Deus, de modo que, no dia de
Pentecostes, o Espírito Santo, que já habitava em Maria desde o mistério da sua
Imaculada Conceição, fixando nela a Sua morada de uma maneira nova. A tradição da Igreja viu, nesta cena, a maternidade espiritual
de Maria sobre toda a Igreja, sendo ela o “coração da Igreja nascente”,
colaborando ativamente com a ação do Espírito Santo. O Concílio Vaticano II assim nos apresenta Maria: “Redimida de um modo eminente e em previsão
dos méritos do seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel,
Maria é enriquecida com a sublime missão e a dignidade de ser a Mãe do Filho de
Deus e, por isso, filha predileta do Pai e Sacrário do Espírito Santo, com o
dom de uma graça tão extraordinária que supera de longe todas as criaturas
celestes e terrenas”. À Maria, mãe da Igreja, recorramos pedindo a graça de sermos
conduzidos e assistidos pelo Espírito, como ela tão bem o fez, a fim de que
sejamos uma Igreja verdadeiramente Sinodal, Povo de Deus que caminha junto, intensificando
nossa participação na vida da Igreja, fortalecendo os vínculos de comunhão
fraterna, e assim, vivamos a missão como solícitos e alegres discípulos missionários
do Seu Amado Filho, Jesus Cristo. Ele é a Cabeça e nós, Igreja, o Seu Corpo.
Maria, lírio entre os espinhos
Maria, “És lírio entre os espinhos,
és pura sem igual,
brilhando nos caminhos
da culpa original”.(1)
Lírio puríssimo por todo o sempre,
Tu podes nos ensinar a coragem manter,
Por que todos passamos.
Lírio perfeitíssimo no Jardim do Criador,
Repleta do oceano de carismas divinos,
Abismo de graças, volte para nós teu olhar. (2)
Lírio prediletíssimo do Altíssimo,
Tu penetraste como ninguém
No abismo do amor de Deus,
Na alegria e tristeza, na angústia e esperança.
Lírio castíssimo toda de Deus,
Contigo nossos olhares se renovam,
Lírio amabilíssimo da Unidade Trina de Amor,
Da Trindade, que te fez cheia de graça e amor;
Lírio exalante do mais puro odor de santidade,
Com abertura de alma e coração,
Pleno de sinceridade, disponibilidade e confiança.
Lírio de beleza indescritível tu és para sempre.
Lírio imaculado, sem a mancha do pecado,
Que contempla para além do aparente fracasso:
Lírio belíssimo e esplendoroso, na glória dos céus,
Desde aquele memorável dia do primeiro sinal:
Nova luz há de brilhar: “Fazei tudo o que Ele vos disser”
(Jo 2,5)
(1)Liturgia das Horas - Volume Advento-Natal - pág.1037