A Quarta-feira de Cinzas no Mistério da Fé Com a Quarta-feira de Cinzas, a Igreja inicia a Quaresma, Tempo favorável da Salvação, e os fiéis recebem as Cinzas como sinal que vem da tradição Bíblica, (2Sm 13,19; Est 4,1; Jó 42,6; 1 Mc 3,47 e Lm 2,10), e que se tem mantido até os nossos dias, na Tradição da Igreja. As Cinzas significam a condição da pessoa que é pecadora, confessando a sua culpa diante do Senhor. Exprimem a vontade de conversão, confiando na bondade do Senhor, paciente e cheio de misericórdia. Por este sinal começamos a percorrer o caminho da conversão, cujo ponto alto se dará na Celebração Penitencial, durante o Tempo Quaresmal. A Cinza não é vacina nem mágica! Não cura doenças, não afasta os pecados do carnaval. Usar Cinzas na cabeça para significar que a pessoa está disposta a se comprometer com a Quaresma, que ela quer realizar sua própria transformação para a fraternidade, colaborando para a transformação da própria sociedade. Deste modo, nos desafia a temática da Campanha da Fraternidade com o tema: “Fraternidade e Ecologia Integral", iluminado pelo lema: "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31). Na Quarta-feira de Cinzas, a Liturgia da Palavra (Mt 6,1-18) nos convoca para os exercícios Quaresmais de conversão e que envolvem as relações fundamentais do ser humano. Jesus nos aponta o caminho da autêntica e frutuosa prática da Oração, jejum e caridade, e tão somente assim firmamos nossos passos no caminho de aperfeiçoamento espiritual desejável com esforços para a necessária santificação, como discípulos missionários seus. Vejamos em que estas práticas consistem: A Oração:Trata-se do relacionamento da criatura com o Criador, através da oração, viver e intensificar a profunda relação filial com Deus; A Esmola:Trata-se do relacionamento da criatura com o seu próximo, através da partilha, sobretudo com os mais necessitados; O Jejum:Trata-se do relacionamento da criatura com a natureza, com os bens criados por Deus. O homem e mulher são senhores de todos os bens. Através do jejum, sentem na pele a necessidade do outro. Sentem-se interpelados a fazer com que todos participem dos frutos da criação e do trabalho humano. Quaresma, quarenta dias que nos lembrarão do Povo de Deus caminhando quarenta anos pelo deserto; também os quarenta dias que o Senhor Jesus ficou no deserto enfrentando as armações e tentações diabólicas do ser, ter, poder. Vencendo o maligno nos mostrou o caminho a percorrer. Trata-se, portanto, de percorrer um itinerário que nos configura mais perfeitamente a Jesus Cristo, no Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Concluo com as palavras do Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V), que nos ajuda neste aprofundamento: “Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a Oração, o Jejum e a Misericórdia. O que a Oração pede, o Jejum alcança e a Misericórdia recebe".
Trata-se, portanto, de percorrer um itinerário que nos configura mais perfeitamente a Jesus Cristo, no Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
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