Mulher, em tuas mãos, as sementes estão
Mulher, em
tuas mãos, as sementes estão
Numa tarde cinza, ao pé da montanha, elas se encontraram,
Para reler a história, porque já diziam não haver perspectivas.
Com marcas no corpo, de insanas violências,
Clamavam aos céus para nunca mais isto acontecer.
Havia as que traziam em suas mãos sementes;
Sementes de esperança de um futuro melhor,
Em que homens e mulheres, imagem de Deus,
Pela dignidade comum, Sua face resplandecer.
Havia também as que traziam sementes outras:
Sementes de solidariedade, expressão de caridade,
Que vivida, dá-se pleno cumprimento de toda a Lei,
Como nos falara o apóstolo na Sagrada Palavra.
Sementes pequenas como grãos de mostarda.
Sementes da fé, para florir e frutificar;
Abrigo de pássaros, e de todos os que desejam alçar voos,
Na busca das coisas do alto, onde habita Deus.
São as mulheres tantas e anônimas,
Que carregam sonhos, ousadia e profecia,
Com homens de boa vontade,
Jardineiros do Criador, pelo mundo a caminho.
Semear juntos na certeza de que, no silêncio,
As sementes cultivadas e regadas com a oração
Serão como grãos de trigo a morrer,
Para não tão somente um grão ser.
Aquela tarde, que fora cinza por um tempo,
Agora resplandece a luz que veio do alto.
Brilham mais forte os que semeiam a semente do bem,
Pois sua prática não admite qualquer adiamento. Amém.
Um comentário:
Muito lindo essa postagem!
Postar um comentário