quarta-feira, 5 de março de 2025

"A Palavra é um dom. O outro é um dom"

 


"A Palavra é um dom. O outro é um dom"


Retomo a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2017: - "A Palavra é um dom. O outro é um dom".

O Papa nos apresentou a Quaresma como “...um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor”.

Vivendo a Quaresma, intensificamos a vida espiritual, através da prática do jejum, da oração e da esmola, tendo como base a Palavra de Deus a ser ouvida e meditada mais intensamente neste tempo.

Sua mensagem tomou como fundamentação principal a parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31), uma chave para compreensão de como se tem que agir para alcançar a verdadeira felicidade e a vida eterna, que passa pela sincera conversão anteriormente mencionada.

Com isto, o Papa nos apresenta o “outro” como um dom.

Embora a parábola inicie “...com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre que se encontra numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21)”.

Este pobre tem um nome: “Lázaro”, literalmente, “Deus ajuda” e nos interpela a solidariedade: “Lázaro ensina-nos que o outro é um dom”.

O Papa nos diz que a parábola nos faz alguns convites, e o primeiro é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido –

Em seguida, o Papa nos alerta para o fato de que a parábola também põe em evidência as contradições em que vive o rico, cego pelo pecado e indiferente à realidade de Lázaro.

Entrevê-se no rico dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: amor ao dinheiro, vaidade e soberba.

Cita a passagem da Carta a Timóteo, em que o apóstolo Paulo diz que “a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro” (1 Tm 6, 10) – “Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz”.

Acena também para o Evangelho de Mateus, sobre a condição do homem rico da parábola: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).

Na última parte, o Papa nos apresenta a Palavra de Deus como um dom: “O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima.

Exortou-nos para que nos abríssemos à escuta atenta da Palavra de Deus, uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus, de modo que o fechamento do coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

Finalizou exortando a todos nós, para que vivamos a Quaresma como tempo favorável de renovação e encontro com Cristo vivo, na Sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo, num grande itinerário a ser percorrido.

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