“Deus prepara para eles uma cidade” (cf. Hb 11,16)
Neste capítulo, o Papa aprofunda a relação da fé com:
- O bem comum;
- A família em todas as idades da vida em constante amadurecimento (n. 52);
- A sociedade (compromisso social);
- O sofrimento inerente à condição humana (a fé confere um novo sentido para o sofrimento).
O sofrimento não pode ser eliminado, mas pode adquirir um sentido novo, podendo se tornar um ato de amor, de entrega nas mãos de Deus que não nos abandona; como uma etapa de crescimento na fé e no amor: “a luz da fé não nos faz esquecer os sofrimentos do mundo.” (n. 57).
Um capítulo precioso que confirma tudo quanto se disse anteriormente: o quanto a fé não é uma ilusão, uma evasão, mas uma luz para iluminar a existência humana – “A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada – a vocação ao amor – e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade” (n. 53).
A fé revela quão firmes podem ser os vínculos fraternos, quando Deus Se torna presente no meio da humanidade. É desejo e garantia de Deus a construção de uma cidade fiável, mais justa e fraterna.
A luz da fé coloca-se ao serviço concreto da justiça, do direito e da paz, e é capaz de valorizar a riqueza das relações humanas – “A fé não afasta do mundo, nem é alheia ao esforço concreto de nossos contemporâneos”, afirma o Papa. (n. 51).
Ela é um bem para todos; um bem comum – “A sua luz não ilumina apenas o âmbito da Igreja nem serve somente para construir uma cidade eterna no além, mas ajuda também a construir as nossas sociedades de modo que caminhem para um futuro de esperança” (n. 51).
A fé ilumina até a morte, como a última chamada da fé, o último “Sai da tua terra” (Gn 12,1), o último “Vem!” pronunciado pelo Pai, a quem nos entregamos com total confiança, certos de que nos tornará firmes também na passagem definitiva. A morte não tem a última palavra: a vida venceu a morte, em Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado (cf. Mc 15,34).
A fé, afirma o Papa, não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas é lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto já nos basta para continuar nosso caminhar, crendo n’Ele, Jesus, o autor e consumador da fé ( Hb 12,2).
Encerra o capítulo nos convidando a refletir sobre o dinamismo da fé, que se funda na perfeita e estreita vinculação da fé, esperança e caridade.
As virtudes teologais são, de fato, um novo impulso e nova força à vida de todos nós em todas as circunstâncias – “O tempo é sempre superior ao espaço: o espaço cristaliza os processos, ao passo que o tempo projeta para o futuro e impele a caminhar na esperança” (n. 57).
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