Amar e adorar tão
somente a Deus
No 8º Domingo do
Tempo Comum (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho que nos fala da adoração a
Deus, tão somente, e n’Ele depositar a plena confiança, não como sinônimo de
passividade (Mt 6,24-34).
Olhando a cidade
pela janela, vemos os movimentos dos carros, das pessoas indo e vindo, de
onde e para onde não sei.
Vão com seus
pensamentos e projetos, potencializados e a serem concretizados, com horizontes
ora amplos, ora nem tão redimensionados, mas com sonhos na mente e coração
entranhados.
Carregam também
seus medos, angústias, pesadelos, insegurança, inquietações, que acompanham a
vida moderna cada vez mais marcada pela satisfação de necessidades urgentes,
criadas pela sociedade e pela cultura.
Cultura moderna que
também tem seu lado bom, mas a muitos impele na busca da satisfação dessas
necessidades, ocupando praticamente o nosso tempo todo, consumindo nossos
recursos, forças, e nem sempre com pleno sucesso obtido, pois sempre fica
sempre um nicho, uma lacuna, fica faltando alguma coisa.
Uma das explicações
possíveis é o fato de que, contemporâneos que somos, podemos ter deixado de
lado o Deus verdadeiro para nos colocarmos a serviço dos deuses, que marcam o
disfarçado paganismo moderno, como o dinheiro, o prazer e o poder.
São os antigos e
novos deuses, que nunca estão satisfeitos e nem trazem satisfação para o
coração humano, que levaram a escrever páginas da mitologia, da teologia
e da história da humanidade.
Como cristãos,
tendo o coração por Deus seduzido, nosso único, eterno e supremo Bem, não
devemos nos alienar, afastando-nos do mundo como se ele fosse uma coisa má,
numa (pseudo) “ilha da fantasia”, do refúgio pelo medo, omissão e covardia, tão
apenas imaginária, que nos distanciaria dos irrenunciáveis compromissos que
brotam de nossa fé.
Sem distanciamento
do mundo, mas sem a servidão aos deuses e mitos da modernidade, que prometem,
mas não podem nos conferir a autêntica felicidade, sadia liberdade, realização
humana, laços estreitos e indestrutíveis de fraternidade.
Alimentados e
iluminados pela Palavra de Deus, tenhamos Cristo como nossa riqueza maior. E
como o Apóstolo Paulo, possamos dizer:
– “Para mim viver é Cristo, morrer é
lucro” (Fl 1,21). E
ainda: “Mais do que isso, tudo
considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor.
Por Ele, perdi tudo e tudo tenho como esterco, para ganhar a Cristo e ser
achado n’Ele, não tendo como minha justiça aquela que vem da Lei, mas
aquela pela fé em Cristo, aquela que vem de Deus e se apoia na fé” (Fl
3,8-9).
É missão nossa de
cada dia, amar a Deus e adorá-Lo em espírito e verdade, sem jamais nos
curvarmos aos deuses de ontem, hoje e sempre, sobretudo deuses que se nos
apresentam com aparências novas, mas não nos possibilitam a felicidade e o
alcance da eternidade.
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