sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Natal: a Luz do Senhor brilhará radiante

                                                           

Natal: a Luz do Senhor brilhará radiante

“O povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz...”

Na proximidade da tão esperada Festa do Natal do Senhor, e também do início de um novo ano, voltemos nosso olhar para um momento significativo da missão de Jesus, retratado pelo evangelista Mateus e, anteriormente, anunciado pelo profeta Isaías: "Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz" (Mt 4, 15-16).

Esta Luz é o próprio Jesus que, ao Se encarnar no ventre de Maria, veio habitar e caminhar conosco, vivenciando a nossa condição concreta, igual a nós em tudo, exceto no pecado. Em Sua Encarnação, Deus Se faz visível, palpável, passível de tudo quanto possamos sentir, sobretudo nascendo num lugar real, com problemas e dificuldades, e habitado por um povo sofrido como ovelhas sem pastor.

A Luz, um dia anunciada, foi colocada em uma manjedoura, em meios aos pobres, animais e seus pastores, ao lado de José e Maria, nascido pela obra do Espírito Santo, que em Maria pousou e nos agraciou com Sua vinda ao mundo, ao fecundá-la para ser a mãe do Salvador.

Uma Luz que brilhou radiante, e nem mesmo a morte pôde eliminá-la, pois passando pela morte, mais tarde, brilhou eternamente na madrugada da Ressurreição.

E esta mesma Luz, o Sol Nascente, continua iluminando nossos caminhos, com raios que nos revigoram e não nos permitem curvar diante dos sinais de morte: maldade, mentira, mediocridade, corrupção, violação da vida ou de quaisquer outros sinais que atentem contra a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural.

Uma Luz que nos animará em mais um ano de caminhada pastoral, com zelo, amor e alegria, na ação evangelizadora, sempre lançando as redes em águas mais profundas, em atenção e confiança à Palavra que se fez Carne e habitou entre nós. 

Esperamos que esta Luz ilumine os corações daqueles que dirigem nosso país e nossas cidades, no exercício de uma política em que não se vise os próprios interesses, a fim de que o povo tenha uma vida plena e feliz, com direitos sociais assegurados (alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer).

Iluminados por esta Luz não permitiremos que morra a esperança de que dias melhores haveremos de ver nascer, solidificando e nutrindo nossa fé com o Pão da Palavra e da Eucaristia, alimentos indispensáveis para os que se põem a caminho com Aquele que é o próprio Caminho, Verdade e Vida, Jesus, a fonte inesgotável de amor que vem ao nosso encontro em cada momento, num Natal que não se reduz a um acontecimento que ficou escrito na página da história.

O Natal do Senhor é um fato que acontece todos os dias, quando, conduzidos por Deus, permitimos que Ele entre em nossa história, e assim, na plena comunhão com Seu Amado Filho, pelo qual tudo foi criado e reconciliado, também somos assistidos e conduzidos com novo ardor, porque inflamados pelo Fogo do Seu Santo Espírito. 

Seja a celebração do Natal do Senhor, o renascimento da alegria e da coragem para sermos incansáveis e alegres discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunhando Àquele que dá sentido ao nosso existir, porque nos ama, nos acompanha e nos concede a verdadeira e plena vida, alegria e paz e quanto mais necessitarmos.

Natal do Senhor: Transbordamento do Amor Divino

                                                        

Natal do Senhor: Transbordamento do Amor Divino

                 “Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa... Ó imensa benignidade e amor de Deus”


Vivendo o Tempo do Advento, preparemo-nos à luz da Carta a Diogneto (Séc. II), que nos fala sobre o Amor de Deus revelado por meio do Seu Filho, Jesus Cristo:

“Nenhum homem viu a Deus nem O conheceu, mas Ele mesmo Se manifestou. Manifestou-Se pela fé, pois só a ela é concedida a visão de Deus. O Senhor e Criador do universo, Deus, que fez todas as coisas e as dispôs em ordem, não só amou os homens, mas também foi paciente com eles.

Deus sempre foi, é e será o mesmo: benigno e bom, isento de ira, veraz; só Ele é bom. E quando concebeu Seu grande e inefável desígnio, só o comunicou a Seu Filho. Enquanto mantinha oculto e em reserva Seu plano de sabedoria, parecia abandonar-nos e esquecer-se de nós.

Mas, quando revelou por Seu Filho amado e manifestou o que havia preparado desde o princípio, ofereceu-nos tudo ao mesmo tempo: participar de Seus benefícios, ver e compreender. Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade?

Tendo Deus, portanto, tudo disposto em Si mesmo com o Seu Filho, deixou-nos, até estes últimos tempos, seguir nossos impulsos desordenados, desviados do caminho reto pelos maus prazeres e paixões.

Não que Ele tivesse algum gosto com nossos pecados; tolerando-os, não aprovava aquele tempo de iniquidade, mas preparava este tempo de justiça.

Assim, convencidos de termos sido, naquele período, indignos da vida em razão de nossas obras, tornemo-nos agora dignos dela pela bondade de Deus. E depois de mostrar nossa incapacidade de entrar pelas próprias forças no Reino de Deus, nos tornemos capazes disso pelo poder divino.

Quando, pois, a nossa iniquidade atingiu o auge e se tornou manifesto que a paga merecida do castigo e da morte estava iminente, chegou o tempo estabelecido por Deus para revelar sua bondade e poder.

Ó imensa benignidade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou nem Se vingou de nós, mas nos suportou com paciência. Cheio de compaixão, assumiu nossos pecados, entregou Seu próprio Filho como preço de nossa redenção: o santo pelos pecadores, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais. O que poderia apagar nossos pecados a não ser Sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?

Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniquidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios!”

Intensifiquemos nossa preparação para bem celebrarmos o Natal do Senhor, e seremos totalmente envolvidos pelo Seu amor, bem como nosso coração terá a graça do transbordamento deste amor imensurável de Deus.

Contemplemos com este mavioso intercâmbio com a Encarnação do Verbo, a misteriosa iniciativa divina que sempre nos surpreende com o Seu infinito Amor, que jamais nos desampara, sobretudo em momentos tão difíceis por que passamos.

A poucos dias de celebrarmos o Natal do Senhor, que todos nos abramos à comunicação do Amor de Deus, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro.

Que de modo muito especial, nossas famílias se abram a esta Boa Notícia, para que a luz de Deus ilumine mais forte na Noite tão esperada, e em todos os dias do novo ano que se aproxima.

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal!

                                                                  

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal!

cada dia nos aproximamos da Festa tão linda, tão esperada: o Natal. Mas não haverá Natal se o apelo litúrgico não encontrar o caminho de nossos ouvidos, chegando onde deve chegar, no mais profundo de nosso coração: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,1-12).

Advento, Tempo de conversão...
Tempo de nos prepararmos para acolher o Espírito do Senhor que nos enriquecerá com os Seus dons para que vivamos com sabedoria e inteligência, com o dom do conselho e a fortaleza; acompanhe-nos a ciência (conhecimento), o temor e a piedade.

Tempo de abandono da efemeridade, do passageiro, para que abracemos o essencial e eterno na acolhida do “Novo de Deus”, Jesus, com a chegada de Seu Reino de amor e verdade, justiça e paz, santidade, graça e vida.

Tempo de renovação da mentalidade, procurando fundamentar a vida em valores que edifiquem e santifiquem a vida, tornando-a mais conforme o desígnio divino.

Tempo de expectativa da vinda do Messias, mais que esperado, porque por Deus prometido, que veio, vem e virá restaurar todas as coisas, reconduzir-nos ao paraíso perdido, não como saudade inútil e estéril, mas como compromisso inadiável para que construamos uma nova realidade, sem divisões, discórdia, discriminações, marcadas pela acolhida, harmonia, fraternidade, partilha e amor.

Tempo de escutar a voz de João que não apenas grita solitariamente no deserto, mas grita também no sórdido deserto de nossas cidades: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” (cf Mt 3,3).

Tempo de revermos o que precisa ser mudando em nossa vida pessoal, familiar, comunitária, social, cósmica...

Que o grito de João não seja um ato solitário, mas que sejamos interpelados a fim de que com ele sejamos mais que solidários, abrindo-nos ao indispensável propósito de conversão, mudança, transformação...

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal!

Que o Mistério Pascal do Natal seja precedido de atitudes de conversão, passagem...

Que o fogo do Espírito queime nossos pecados e
nos transforme para um Natal verdadeiro,
pois somente a partir de corações novos
faremos com que o mundo tenha
um coração novo!

Natal: contemplemos as maravilhas de Deus

                                                               

Natal: contemplemos as maravilhas de Deus

No Livro de Samuel (1 Sm 2,1.4-8), encontramos o cântico de Ana, que inspirou o canto do Magnificat, que encontramos no Evangelho de Lucas (Lc 1,39-45).

No primeiro canto, temos a apresentação dos prodígios realizados por Deus: “Ele muda as situações do mundo: os fortes tornam-se fracos e os fracos são revestidos de força; a estéril dá á luz e aquela que era fecunda fica sem filhos; o pobre e o miserável são levantados do chão e entronizados como príncipes” (1).

No Magnificat, contemplamos sete intervenções de Deus em favor do Seu povo, conforme o comentário que do Lecionário Comentado (2):

1ª - “manifestou o poder do Seu braço”: uma expressão que aparece no Antigo Testamento e indica os sinais realizados por Deus em favor dos fracos, vítimas de humilhações;

2ª - “dispersou os soberbos”: os projetos dos soberbos se tornam vãos pelo Senhor, pois não desejam a realização do Reino de Deus, e tudo fazem para fazer crescer e se fortalecer o domínio sobre os pobres, os humildes;

3ª - “derrubou os poderosos de seus tronos”: são derrubados dos tronos os autossuficientes, aqueles que não aceitam depender de Deus, e olham de cima para baixo os irmãos;

4ª - “exalta os humildes”: há uma mudança radical no coração de todos, onde não há dominados e dominadores; não se trata de uma reviravolta das situações sociais, com inversão e tomada de lugares. Trata-se de uma nova mentalidade de amor, serviço e doação de todos em favor de todos;

5ª - “aos famintos encheu de bens”: uma nova sociedade marcada pela acolhida e pão em abundância para todos e toda a fome será saciada;

6ª - “aos ricos despediu de mãos vazias”: é um anúncio de salvação: Deus fará desaparecer da terra quem acumula bens para si, acompanhado da exploração do irmão, roubando-lhe o alimento necessário. Portanto, não se trata de uma ameaça de condenação ao Inferno e tão pouco promessa de justas reivindicações sociais;

7ª - “acolheu a Israel, Seu servo”: Deus acolhe com sentimentos maternos que sente pelo Seu povo necessitado, e não pelos seus méritos.

Maria, melhor do que ninguém, “compreendeu que o Senhor não ama quem merece, mas sim quem precisa do Seu amor; não a alguém porque é bom, mas é Ele que o torna bom amando-o. Maria deu-se conta da gratuidade de Deus e por isso tinha as disposições requeridas para ser enriquecida por Ele” (3)

Em Maria, encontra-se Aquele que traz a Boa-Nova do Reino, e no Seu Ventre, Sacrário Vivo da Eucaristia, encontra-Se Aquele que nos ensinará a construir um mundo novo, com relações fraternas marcadas pelo amor, doação, serviço, partilha e perdão.

No seu ventre, encontra-Se Aquele que vai realizar a esperança dos empobrecidos, que sonham, buscam e se comprometem com um mundo novo.

Deste modo, compreendemos a Festa do Natal: o Pai Celeste não reteve para Si o Seu Filho Unigênito, mas O entregou ao mundo por amor.

Seja o Natal a Festa da contemplação das maravilhas, dos prodígios que Deus realiza em nosso favor através do Seu Filho, que Se encarnou no ventre de Maria, e hoje quer ser por todos nós acolhido, ao celebrar o Seu Nascimento, no mais profundo de nosso coração.


(1)        Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – Vol. Advento/Natal – p.210
(2)       Idem p. 211
(3)        Idem p. 211 

“Nunc Dimittis”

                                                          


“Nunc Dimittis”

A Igreja reza à noite, todos os dias, a Oração das Completas, e nela está contido o “Nunc Dimittis” - "agora deixe partir",  rezado por Simeão, homem justo e piedoso, quando da apresentação do Senhor no Templo (Lc 2,29-32).

Cristo, Luz das nações e glória de Seu povo, é um cântico evangélico que pode também ser rezado por quantos puderem nas orações da noite, ao terminar um dia de intensas atividades, preocupações e eventual cansaço, para um bom descanso e um novo dia bem iniciado:

“Antífona: Salvai-nos, Senhor, quando velamos, guardai-nos também quando dormimos! Nossa mente vigie com o Cristo, nosso corpo repouse em Sua paz!

“–29 Deixai, agora, Vosso servo ir em paz,
conforme prometestes, ó Senhor.

30 Pois meus olhos viram Vossa salvação
31 que preparastes ante a face das nações:

32 uma Luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o Vosso povo.”

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Antífona: Salvai-nos, Senhor, quando velamos, guardai-nos também quando dormimos! Nossa mente vigie com o Cristo, nosso corpo repouse em Sua paz!

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

                                                               

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

"A Encarnação do Verbo, primeira etapa da Páscoa"

Em Tempo do Advento, preparando-nos para celebrar o Nascimento do Salvador, sejamos enriquecidos pelo Tratado contra as heresias, do Bispo Santo Irineu (Séc. II), que nos enriquece sobre o Mistério da Encarnação de Deus em nossa história.

“A glória do homem é Deus; mas quem se beneficia das obras de Deus e de toda a Sua sabedoria e poder é o homem.

Semelhante ao médico que demonstra sua competência no doente, assim Deus Se manifesta nos homens. Eis por que o Apóstolo Paulo diz: Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos (Rm 11,32). Referia-se ao homem que, por ter desobedecido a Deus, perdeu a imortalidade, mas depois obteve misericórdia, recebendo a adoção por intermédio do Filho de Deus.

Se o homem acolhe, sem orgulho nem presunção, a verdadeira glória que procede das criaturas e do criador, isto é, de Deus todo-poderoso que dá a tudo a existência, e se permanece em Seu amor, na obediência e na ação de graças, receberá d’Ele uma glória ainda maior, progredindo sempre mais, até se tornar semelhante Àquele que morreu por ele.

Com efeito, Cristo Se revestiu de uma carne semelhante à do pecado (Rm 8,3) para condenar o pecado e, depois de o condenar, expulsá-lo da carne.

Tudo isso para incentivar o homem a tornar-se semelhante a ele, destinando-o a ser imitador de Deus, colocando-o sob a obediência paterna, a fim de que visse a Deus e tivesse acesso ao Pai. O Verbo de Deus habitou no homem e Se fez Filho do homem, para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, segundo a vontade do Pai.

Por esse motivo, o sinal de nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem (cf. Is 7,11.14), foi dado pelo próprio Senhor; pois seria Ele quem salvaria os homens, já que não poderiam salvar-Se por Si mesmos. Por isso São Paulo proclama a fraqueza do homem, dizendo:

 ‘Estou ciente de que o bem não habita em mim’ (Rm 7,18), indicando que o bem de nossa salvação não vem de nós, mas de Deus. E ainda: ‘Infeliz que sou! Quem me libertará deste corpo de morte?’ (Rm 7,24). E logo mostra quem o liberta: ‘A graça de nosso Senhor Jesus Cristo’ (cf. Rm 7,25).

Também Isaías diz: Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas:

“Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é Ele que vem para nos salvar’ (cf. Is 35,3-4). Na verdade, nossa salvação não poderia vir de nós mesmos, mas unicamente do socorro de Deus”.

Que ao nos encontrarmos para a Celebração do Nascimento do Menino Jesus, sejamos envolvidos por esta graça que Ele nos alcançou ao assumir nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado, para a nossa Redenção.

Veio no ventre de Maria, o Filho de Deus, que Se encarnou para fazer a vontade do Pai: libertar a Humanidade do pecado e da morte, como nos fala o autor da Epístola aos Hebreus – “Eis-me aqui: Eu vim para fazer a Tua vontade”, de modo que a oferenda do Corpo de Jesus, feita uma vez para sempre, desde que entrou no mundo, consumou-se no Altar da Cruz, em que Ele ofereceu livremente a Sua vida pela Salvação de toda a Criação.

A Morte não se apoderou d’Ele, não teve a última palavra, uma vez que depois de Ressuscitado, foi exaltado à direita de Deus, onde intercede por todos nós continuamente.

Concluindo, afirmamos que a Encarnação de Deus é, portanto, a primeira etapa da Sua Páscoa e também da nossa Páscoa.

A Encarnação de Deus, a Encarnação da Misericórdia divina, abriu o caminho que nos conduz, com Ele próprio, à glória da Ressurreição.

Como vemos, é preciso sempre refletir o Mistério do Natal com os matizes Pascais, sem o que esvaziaríamos o Mistério do Natal do Senhor.

Que Mistério imenso de Amor contemplamos...

                                                      

Que Mistério imenso de Amor contemplamos...

Assim lemos no Comentário do Missal Dominical:

“A Cruz de Cristo continua a ser para muitos, até hoje, ‘loucura’ e ‘escândalo’. Estamos dispostos a aceitar Jesus, como o Cristo, como o Filho de Deus, como o enviado do Pai, mas o Cristo do Calvário permanece para nós um Mistério. No entanto, em tudo isso há uma lógica; lógica do Espírito e não da carne.

O Pai não teve necessidade dos sofrimentos de Jesus como punição, tomando o nosso lugar. Deus tinha necessidade da Sua vida como Amor substitutivo em nosso nome. Mas quem quer amar neste mundo vê-se diante de uma impossibilidade de fato.

O grande Mistério é que o Reino de Deus prosseguiu seu caminho, mesmo quando os homens, inclusive todos nós, matamos O Filho de Deus. Nem Jesus nem o Pai nos voltaram às costas. Do maior pecado nasceu o Maior Amor. Assim, fomos libertados pela morte de Jesus, de modo que a morte e o fracasso não são a última palavra, não são um obscuro e fácil destino. Deus demonstrou poder fazer brotar da morte a vida.

Mas tudo isso traz também outra mensagem de esperança. Deus, que sofre conosco num ato supremo de Amor, ama o mundo! Não permite o mal tranquilamente, como que cruelmente! O mal não vem d’Ele; ao contrário, Ele o combate. Deus Se apresenta a nós como salvador, numa das penas de morte mais cruéis que a humanidade conhece: uma estaca vertical, uma trave horizontal, e aí, suspenso, há um homem, que é Deus.

Aquela Cruz se prolonga em todas as direções, como um homem de braços estendidos indica o insondável Mistério de Deus, o centro do Mistério. Na Cruz Deus abriu Seu coração, revelou Seu mais profundo segredo: um Deus solidário com todos os homens”.

Diante do Mistério do Amor de Deus por nós vivido pelo Filho, em comunhão com o Espírito, é preciso silenciar para contemplar.... 

Não se trata de colocar tamanho Mistério em nossa mente limitada, mas mergulhar, inserir a nossa existência neste vasto e imenso Mistério de Amor.

Contemplemos o amor de Deus e digamos: 
Como Deus nos ama! 
Como ainda temos que amá-Lo, 
sobretudo na pessoa de nosso próximo. 
Amém.

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - p. 1019

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