sábado, 20 de abril de 2024

Enamorados pelo Bom Pastor

                                                      

Enamorados pelo Bom Pastor

“A quem iremos, Senhor?”

Discípulos missionários apaixonados pelo Bom Pastor sejamos, é a conclusão que chegamos quando refletimos sobre a passagem do Evangelho (Jo 6, 60-69).

Continuamente, somos convidados  a refletir sobre nossas opções, sobre o discernimento que devemos fazer entre os valores passageiros e os valores eternos, pois se trata de uma contraposição de duas lógicas: a humana e a divina. Há a lógica do poder, ambição e glória, e há a lógica da ação do Espírito que é caminho do amor e do dom da vida.

A preocupação do Evangelista é assegurar que o caminho da fidelidade é árduo, mas garante a vida plena. O contexto era de perseguição, afastamento, recusas, esmorecimentos, fragilização da fé.

A opção por Jesus é radical e exigente, deve ser feita com toda a liberdade, abrindo-se à ação do Pai com a força e luz do Espírito.

A comunidade deve amadurecer, pois não está livre de ver desertores. A proposta de Jesus é clara: ou se aceita, ou se rejeita. Há somente um caminho: amor, serviço, partilha e entrega.

A resposta de Pedro deve ser sempre a nossa resposta na tomada de decisão diante do Senhor: “só Tu tens palavras de vida eterna”.

O discípulo de Jesus não sabe o que é uma “vida morna”. Serve-se a Deus ou ao diabo; a Deus ou ao dinheiro. Não se pode atenuar, amenizar, fragilizar a proposta de Jesus. Não existe uma visão “light” do cristianismo.

A opção por Ele deve ser sempre revisada, renovada, pois não há lugar para preguiça, acomodação e instalação; nem se pode suavizar as propostas de Jesus, nem desvirtuar o Evangelho para agradar o mundo, as pessoas, a fim de que não haja a perda de adeptos.

De fato, o Evangelho é a Boa Nova que não pode ser traída para agradar uns e outros.

Lembramos que cristão é quem escolhe Cristo e O segue; não impõe condições, mas aceita, acolhe e se empenha, na vigilância e na Oração, a viver esta Boa Nova até o fim, no bom combate da fé até que mereça a glória nos céus receber.

Participar da Missa, ouvir a Palavra e receber a Eucaristia, são atitudes que devem marcar toda nossa existência, e assim, aderirmos a Jesus Ressuscitado com todas as fibras do nosso ser.

Alimentar e testemunhar a fé é preciso, como também é preciso discernir e ser fiel até o fim no seguimento de Jesus, e como bem expressou São Clemente de Alexandria (séc. III):

“Apressemo-nos, corramos, nós os homens que somos imagens do Verbo, que amamos a Deus e somos semelhantes a Ele. Apressemo-nos, corramos, tomemos Seu jugo, lancemo-nos para a incorruptibilidade, amemos o Cristo, o formoso condutor dos homens...

Sejamos ambiciosos a respeito da beleza, e homens enamorados de Deus, procuremos os bens maiores: Deus e a vida. O Verbo é protetor, tenhamos confiança n’Ele, e não cobicemos a prata, ouro ou glória, mas desejemos o próprio Verbo da Verdade” (1).

(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes - p. 604

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