quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Mais que pedir, agradecer… (13/11)

                                              


Mais que pedir, agradecer…

Naquele dia Jesus curou dez leprosos, e apenas um samaritano voltou para agradecer a Deus. Prostrou-se aos pés de Jesus e agradeceu. A atitude de fé daquele leproso o levou à acolhida da cura, à salvação e à gratidão.

Qual era o nome do leproso?
Um anônimo, um excluído, alguém que era tido como impuro, inimigo dos judeus, fora de toda possibilidade de relacionamento amoroso. Entretanto, Deus ultrapassa as mesquinhas barreiras humanas para manifestar Sua misericórdia.

O amor desconhece fronteiras, classificações. O amor rompe preconceitos, indiferenças, derruba os muros que separam as criaturas entre si e, sobretudo, com seu Criador. O Amor de Jesus recria, refaz, recoloca no espaço da convivência, do relacionamento fraterno, amoroso. Valoriza a pessoa não pelo que ela tem, mas pelo que é em si mesma.

Mais que pedir, agradecer…

O que temos para agradecer?
Somos tão ávidos em pedir, mas às vezes tão lentos em agradecer.

Pedir é orientação de Jesus: “Pedi e recebereis…”, mas também Deus espera de nós uma atitude de abertura, humildade e gratidão. Não que Ele precise de nossos agradecimentos, mas quando nos voltamos para agradecer, passamos a ver quantas maravilhas Ele realiza por nós e em nós.

A atitude de gratidão nos alegra o Espírito e faz bem em todos os sentidos. Os mal-agradecidos são tristes, insatisfeitos, mal situados, mergulham numa existência sem sentido…

Mais que pedir, agradecer...
Agradecer o dom maior que Deus nos deu: O Espírito Santo. Ele que em nós habita e nos faz Seus sacrários vivos, templos, moradas deste mais belo Hóspede que quis habitar no mais profundo de nós.

Agradecer a misericórdia infinita de Deus por nós; o perdão que recebemos embora não o mereçamos. 

Agradecer a graça do Batismo e o pão nosso de cada dia, o dom da vida, as amizades, a família (para além de seus limites).

Agradecer a comunidade (para além de seus desafios, cruzes). 

Agradecer as dificuldades que nos fazem crescer, quando enfrentadas com mansidão, amor e fé  a ausência de alguém que partiu para a eternidade, mas que pela Morte e Ressurreição do Senhor para sempre conosco está (quantas pessoas nos ajudaram a ser o que somos hoje e já estão na glória de Deus...).

Agradecer cada segundo, cada momento de nossa vida; as quedas sofridas e a solidariedade experimentada. 

Agradecer as lágrimas derramadas e os lenços oferecidos.

Agradecer a sede e a fome experimentadas e também a partilha vivida. Agradecer a porta que se fechou, pois, uma nova janela Deus abriu.

Agradecer a montanha que se teve de subir, transpor, para além dela, um novo horizonte vislumbrar – montanhas de dificuldades não podem ter a última palavra diante de Deus, pois com fé podemos removê-las.

Agradecer a Palavra que foi Proclamada, a Eucaristia celebrada, a vida que por Ele foi resgatada, plenificada, iluminada, reconciliada, numa palavra, eternizada!

Mais que pedir, agradecer…

E ao pedir incluamos já o antecipado agradecimento, pois Deus já nos deu o melhor: Ele amou tanto o mundo, que nos deu Seu Filho único, para que todo aquele que n’Ele crer não morra, mas tenha a Vida eterna (Jo 3,16).

PS: Evangelho de São Lucas (Lc 17,11-19)

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG