quinta-feira, 1 de maio de 2025

O suor de José e o Suor de Jesus!

O suor de José e o Suor de Jesus!

Visitemos aquela, não conhecida, oficina,
Em Nazaré da Galileia, da Sagrada Família.
Contemplemos o árduo trabalho de José:
Trabalho humilde que ao Filho ensina!

José tem em suas mãos precárias ferramentas,
Móveis, casas, outros bens a construir...
Operário, trabalhador, pai adotivo do Senhor
Com docilidade, trabalha, não lamenta.

Ó José, contemplo o suor de teu rosto caindo,
Vertendo copiosamente sobre o chão,
Não esmorece e não se cansa, porque sabes
Que, com teu suor, garante para Jesus o pão.

Tua amada esposa, contemplando tamanha dedicação,
Oferece-te um pouco d’água com carinho, próprio de Maria!
Ela sabe que asseguras ao Filho o que podes, o melhor,
Para que Ele cresça em tamanho, graça e sabedoria!

Do suor de José vamos contemplar outro Suor:
Suor da humanidade de José garante o pão cotidiano,
O outro Suor, do Filho Adotivo, outro Pão nos garantirá;
Será o Suor do Sangue derramado, mais que amor humano.

Contemplemos aquela cena que não se apaga do coração:
No Monte das Oliveiras, noite de intensa agonia...
O Sangue do rosto de Cristo copiosamente vertendo,
Certamente em Oração à sempre presente Mãe Maria.

Sangue de Jesus derramado pela humanidade...
Sangue que nos redime, nos salva e nos eterniza.
Suor que anuncia crudelíssimo e insano sacrifício.
Amor que nos ama, quem deste Amor não precisa?

Suor de José na humilde oficina,
Suor do humano trabalho santificador,
Suor de Jesus no Monte das Oliveiras,
Suor da redenção de todo pecador!

Suores diferentes, por ambos derramados,
Mas que expressam pela vida grande amor,
Ó Sangue Preciosíssimo, que nos redime!
Suemos por amor à vida, por amor ao Senhor!

Do suor de José veio o pão material,
Do Suor de Cristo, o Pão Espiritual
Em cada Eucaristia que celebramos.
Ó Amor incrível, o Amor celestial!

Devoção a Maria, compromisso com a vida digna, plena e feliz

                                                         

Devoção a Maria, compromisso com a vida digna, plena e feliz

“Sua misericórdia se estende de geração em geração,
 a todos os que o temem” (Lc 1,50)

O mês de maio é especialmente dedicado à Maria, Mãe de Jesus, porque ela está sentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, como nos ensina a Igreja.

Voltemos o nosso olhar para Maria, e nos reportemos ao canto do “Magnificat” (Lc 1,39-56), que nos ajuda a reler os fatos e a história, comunicando os necessários raios de luz do Espírito Santo, sobretudo nos momentos difíceis por que passamos, em todos os âmbitos (político, econômico, social, cultural).

Maria, cheia do Espírito Santo, em visita à sua prima Isabel, foi a primeira comunicadora de palavras de fé e esperança: – “doravante todas as gerações me chamarão de bendita...”. É o cântico da esperança dos pobres e humildes. Em Maria, “a comunicação e a misericórdia fazem o verdadeiro e fecundo encontro”, tema que o Papa Francisco nos propôs em sua Mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações (2016).

Maria proclama uma tríplice ação de Deus na história: a derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na salvação. No campo religioso, a derrubada da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e a promoção da verdadeira partilha, solidariedade, fraternidade.

Tudo isto é a expressão da “misericórdia divina que se estende de geração em geração”, como ela cantou, e deste modo, nos revela o caminho para a perfeita realização das virtudes teologais, e assim, sejamos misericordiosos como o Pai.

Envolvidos pela misericórdia divina, que é eterna, ela nos ensina a viver a féEis a serva do Senhor” – o segredo da fé sem falha, em perfeita conformidade à vontade divina; a dar a razão de nossa esperança: - “Nada é impossível a Deus” na incondicional confiança em Deus em tudo e em todos os momentos, favoráveis ou adversos; e assim seremos instrumentos da caridade – “Maria pôs-se a caminho apressadamente” – a caridade e a disponibilidade missionária para servir e comunicar o Amor e a presença de Deus.

Maria nos ensina, portanto, a nos deixar envolver pela misericórdia divina, e assim, não vacilaremos na fé, nem esmoreceremos na esperança e tão pouco esfriaremos na caridade (Papa Leão Magno - séc. V).

É com nosso olhar em Maria, e contando com o seu olhar de ternura, que acompanha nossos passos como discípulos missionários do Verbo que Se fez misericórdia e habitou entre nós, Jesus, que renovamos nossos sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino, procurando firmar os passos na ação evangelizadora.

Que a autenticidade de nossa devoção a Maria, sublime comunicadora da misericórdia divina, seja confirmada pelo alegre e corajoso anúncio e testemunho do Evangelho, comprometidos na construção de um novo céu e uma nova terra, procurando transformar sinais de tristeza em alegria, de desânimo em coragem, de morte em vida. 

A exemplo de Maria, sejamos conduzidos e assistidos pelo Espírito Santo, a nós enviado, desde aquele memorável dia de Pentecostes, com o nascimento da Igreja, continuando a missão do Ressuscitado, em incondicional fidelidade ao Pai, que nos criou por amor para sermos felizes, na medida em que nos comprometemos com a felicidade e vida digna do outro.

A atividade humana e sua contribuição em favor da vida

A atividade humana e sua contribuição em favor da vida

No dia 1º de maio, celebraremos a Festa em louvor a São José Operário, protetor e modelo de todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Sejamos enriquecidos por dois parágrafos (nºs 33 e 34) da Constituição pastoral “Gaudium et spes” sobre a Igreja no mundo contemporâneo, do Concílio Vaticano II (séc. XX), que nos fala sobre a atividade humana no mundo.

“Por seu trabalho e inteligência, o homem procurou sempre mais desenvolver a sua vida. Hoje em dia, porém, ajudado antes de tudo pela ciência e pela técnica, ele estendeu continuamente o seu domínio sobre quase toda a natureza; e, principalmente, graças aos meios de intercâmbio de toda espécie entre as nações, a família humana pouco a pouco se reconhece e se constitui como uma só comunidade no mundo inteiro. Por isso, muitos bens que o homem esperava antigamente obter, sobretudo, de forças superiores, hoje os  consegue por seus próprios meios.

Diante deste esforço imenso, que já penetra a humanidade inteira, surgem muitas perguntas entre os homens. Qual é o sentido e o valor desta atividade? Como todas estas coisas devem ser usadas? Qual a finalidade desses esforços, sejam eles individuais ou coletivos?

A Igreja, guardiã do depósito da Palavra de Deus, que é a fonte dos seus princípios de ordem religiosa e moral, embora ainda não tenha uma resposta imediata para todos os problemas, deseja, no entanto, unir a luz da revelação à competência de todos, para iluminar o caminho no qual a humanidade entrou recentemente.

Para os fiéis é pacífico que a atividade humana individual e coletiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decorrer dos séculos, tentaram melhorar as suas condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde ao plano de Deus.

Com efeito, o homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de dominar a terra com tudo o que ela contém e de governar o mundo na justiça e na santidade, isto é, reconhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientando para Ele o seu ser e todo o universo; assim, com todas as coisas submetidas ao homem, o nome de Deus seja glorificado na terra inteira.

Isto diz respeito também aos trabalhos cotidianos. Pois os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem suas atividades de maneira a bem servir à sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço a seus irmãos e uma contribuição pessoal para a realização do plano de Deus na história.

Portanto, bem longe de pensar que as obras produzidas pelo talento e esforço dos homens se opõem ao poder de Deus, ou considerar a criatura racional como rival do Criador, os cristãos, pelo contrário, estão convencidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza de Deus e fruto de seus inefáveis desígnios. Quanto mais, porém, cresce o poder dos homens, tanto mais aumenta a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária.

Donde se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes; mas, antes, os impele a sentir esta obrigação como um verdadeiro dever.”

Como vemos, a atividade humana pode em muito contribuir na promoção da vida, melhorando as condições das pessoas.

Pelo trabalho, vemos que a atividade humana é um prolongamento da obra do Criador, e neste sentido é preciso criar sempre a possibilidade de trabalho digno para todos; e com ele, os direitos sociais próprios.

Deste modo, todos os esforços devem ser feitos, em todos os âmbitos, organizações, poderes constituídos, para que não sejam condenadas milhões de pessoas ao desemprego ou subemprego.

“O trabalho humano como participação na obra do Criador"

                                                                  

“O trabalho humano como participação na obra do Criador"

No dia  de Maio celebraremos o Dia Internacional do Trabalho, e todos trabalhadores e trabalhadoras têm São José Operário como Padroeiro, cuja Feta Litúrgica foi instituída pelo Papa Pio XII em 1955. 

Na passagem do Livro do Gênesis (Gn 1,26-2,3) refletimos sobre o Projeto de Deus Criador: que o homem e a mulher continuem a obra da criação através de seu trabalho.

Pelo trabalho humano, há um prolongamento e aperfeiçoamento da obra do Criador. Deus não concluiu a Sua obra, nos permitindo continuá-la, através das atividades humanas, dentre elas destaca-se o trabalho.

O mundo está em contínuo processo de criação, como Obra-prima de Deus. É fato que muitas vezes o trabalho foi apresentado como maldição, fruto da desobediência - uma espécie de penalidade.

O Magistério tem ensinado nos últimos tempos (sobretudo com o Papa Leão XIII - Encíclica Rerum Novarum até os dias de hoje com Papa Francisco) que esta concepção é errônea.

Na passagem do Evangelho (Mt 13,54-58), contemplamos Cristo que foi trabalhador, filho de operário: São José. 

Trabalhando com Suas mãos, participou ativamente da vida de Seu tempo. Com Sua encarnação e atividade testemunhou a santificação pelo trabalho.

Sim, verdadeiramente, o trabalho deve ser caminho de santificação, pois é co-criar o mundo. O trabalho deve ser visto como Bênção e não maldição.

A Sagrada Família foi a Escola onde aprendemos a beleza da lição do trabalho humano, com tão belos Mestres: Jesus, Maria e José.

Hoje, muitos são os sinais que clamam por justiça no mundo do trabalho: desemprego, insegurança em vários aspectos; falta de perspectivas para os jovens, trabalho infantil, perda da seguridade social...

- O que é possível propor como espiritualidade para o mundo do trabalho?

A Igreja nos propõe caminhos...

-  Solidariedade;
-  Manifestações coletivas em prol da vida;

- Trabalho como vocação;
- Trabalho como prolongamento da obra do Criador; bem como do seu aperfeiçoamento;

-  O trabalho como caminho de santidade;
-  O resgate do Domingo como Dia do Senhor e de encontro pessoal com Deus, com a família e amigos.

A comunidade política junto ao Estado deve:

- Assegurar o exercício dos deveres e direitos para que haja dignidade no mundo do trabalho;
-  Garantir trabalho e salário justo para todos;
- Garantir a seguridade social para todos.

Que o trabalho não sirva apenas para a multiplicação do lucro de alguns, mas assegure o bem comum. Enfim, que o trabalho seja para o homem e não o homem para o trabalho.

Celebrar a Eucaristia é:

- Colocar no Altar de Deus nossa existência: angústias e esperanças; cansaço e suor, sonhos e pesadelos; toda atividade humana, como o trabalho do dia a dia.
- Colocar em Deus a confiança de um dia alcançar um emprego, uma nova perspectiva na realidade em que se vive.

Tendo São José Operário como modelo de trabalhador, na Fidelidade a Jesus Pão da Vida, sejamos neste dia fortalecidos, para que possamos ser presença evangelizadora no vasto e complicado mundo da política, da economia, da cultura e em todos os níveis da vida.

Finalizo citando Santo Agostinho:

“O Amor à verdade busca o descanso.
A necessidade do amor acolhe o trabalho justo...
Quando o amor e a verdade se encontram:
Vida, trabalho e dignidade também celebram
um doce encontro e a vida fica bem mais
perto de tudo aquilo que Deus espera:
Crescei, multiplicai-vos e dominai a terra".

Lembremo-nos:
Trabalhar é ser co-criador com
Deus e trilhar o caminho de santificação!

PS: Oportuna para a 17 sexta-feira do Tempo Comum.

Rezando com os Prefácios – Aniversário da dedicação de uma igreja

 


Rezando com os Prefácios – Aniversário da dedicação de uma igreja

 

“...Pois, nesta casa visível, que nos destes a graça de construir, não deixais de conceder os vossos favores à família que peregrina ao Vosso encontro.

Neste lugar, manifestais e realizais de modo admirável o mistério da Vossa comunhão conosco, porque aqui edificais para Vós o templo que somos nós e fazeis crescer a Igreja, presente no mundo inteiro, unida como corpo do Senhor, até atingir a plenitude da paz, na Jerusalém Celeste...” (1)

 

“... Vós, doador da graça, Vos dignais habitar esta casa de oração para que, com vosso constante auxílio e favorecidos por Vossos dons, nos tornemos templo do Espírito Santo, resplandecendo pela santidade de vida.

Também, sem cessar, santificais a Igreja, esposa de Cristo, simbolizada nos templos visíveis, para que, como Mãe exultante de muitos filhos, seja acolhida em vossa glória no céu...” (2)

 

 

(1) Prefácio no Aniversário da Dedicação de uma Igreja  (na própria igreja dedicada) – “O Mistério do Templo de Deus, que é a Igreja” – Missal Romano – pág. 888

(2)Idem (em outra igreja) – “O Mistério da Igreja, Esposa de Cristo e Templo do Espírito Santo” -pág. 890-891

Em poucas palavras...

 


Oração da Coleta – no aniversário da dedicação da igreja (1)

“Ó Deus, cada ano nos fazeis reviver a dedicação deste templo santo; ouvi as preces do Vosso povo e concedei que, neste lugar, celebremos um culto perfeito e alcancemos plenamente os frutos da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (1)

 

 

 

(1) Oração da Coleta – Missa no aniversário da dedicação de uma igreja, na própria igreja dedicada – pág. 887

Em poucas palavras...

 


Oração da Coleta – no aniversário da dedicação de uma igreja (2)

 

“Ó Deus, com pedras vivas e escolhidas, preparais um templo eterno para a Vossa glória; aumentai na Vossa Igreja os dons do Espírito Santo que lhe destes, para que Vosso povo fiel cresça sempre mais, edificando a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (2)

 

 

(2) Oração da Coleta – Missa de aniversário da dedicação da igreja (em outra igreja)  - Missal Romano – pág. 890

 

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